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Quando chegará às farmácias o chiclete contra gripe e herpes feito a partir do feijão? Entenda
Chiclete contra gripe e herpes: Feito com proteína do feijão, chiclete reduz vírus na saliva e pode ajudar na prevenção
Chiclete contra Gripe e Herpes? Uma nova descoberta científica pode oferecer soluções mais simples e eficazes para combater infecções virais comuns, como aquelas causadas por diferentes tipos de vírus.
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em colaboração com cientistas da Finlândia, desenvolveram um chiclete que demonstrou reduzir em mais de 95% a presença desses agentes infecciosos na cavidade oral — principal local de transmissão.
A pesquisa, publicada ainda em janeiro deste ano, na revista científica Molecular Therapy, revelou resultados animadores.
Os testes de laboratório indicaram que a goma antiviral pode ajudar a bloquear vírus transmitidos pela saliva, como o herpes simples tipo 1 e 2, e a gripe tipo A, incluindo as cepas H1N1 e H3N2.
Mas o que falta para que esse chiclete chegue às farmácias?
A seguir, você poderá entender melhor como ele funciona, quais são os próximos passos para sua comercialização e como essa inovação pode impactar a prevenção de doenças virais.
Um antiviral natural feito a partir do feijão
O segredo do chiclete contra gripe e herpes está em um ingrediente curioso: o feijão pedra, também conhecido como feijão cutelinho (Lablab purpureus).
Ele contém uma proteína chamada FRIL, com ação antiviral de amplo espectro.
Essa proteína se liga a vírus como os da gripe e herpes, neutralizando sua capacidade de infectar células humanas.
No experimento, os pesquisadores criaram uma goma de mascar com dois gramas, contendo 40 miligramas da proteína.
Quando testada, ela foi capaz de reduzir em mais de 95% a carga viral de duas cepas da gripe (H1N1 e H3N2) e de dois tipos de herpes (HSV-1 e HSV-2).
A liberação da FRIL acontece diretamente na boca — o que é particularmente importante, já que muitos desses vírus são transmitidos com mais facilidade pela via oral, seja por gotículas de saliva, contato direto ou superfícies contaminadas.
Por que um chiclete?
Embora ainda em fase de desenvolvimento, a escolha da goma de mascar não é aleatória.
A ideia dos pesquisadores é que, futuramente, o produto possa ser utilizado de forma prática, em situações de risco, como locais fechados ou com alto índice de contágio.
Vale destacar que o chiclete ainda está em fase experimental, e seu possível uso no futuro deverá ser avaliado como parte de estratégias de prevenção, não como substituto de vacinas ou tratamentos existentes.
A proposta dos pesquisadores é que ele possa, um dia, atuar como mais uma ferramenta para ajudar a reduzir a transmissão de vírus pela boca.
Testes anteriores mostraram resultados contra a Covid-19
Essa não é a primeira vez que a proteína FRIL é testada em experimentos desse tipo.
Em 2021, a mesma equipe de pesquisadores já havia utilizado a fórmula do chiclete para reduzir a carga viral do coronavírus (SARS-CoV-2).
Os resultados foram bastante semelhantes: uma redução de mais de 95% na carga viral presente na saliva de pacientes com Covid-19.
Esses dados indicam que o chiclete contra gripe e herpes tem um potencial promissor para atuar contra diversos tipos de vírus, tanto respiratórios quanto orais, ampliando as opções de prevenção em diferentes contextos.
Também pode ajudar no combate à gripe aviária
A equipe liderada pelo professor Henry Daniell, da Escola de Medicina Dentária da Universidade da Pensilvânia, está explorando outras aplicações da proteína antiviral FRIL.
Um dos focos atuais é usá-la na alimentação de aves, como estratégia de contenção da gripe aviária.
Nos últimos tempos, o vírus H5N1 tem causado surtos de gripe aviária, afetando milhões de aves na América do Norte.
Para combater essa doença, os pesquisadores já haviam demonstrado, em estudos anteriores, que o pó de feijão com FRIL pode ser eficaz na neutralização das cepas H5N1 e H7N9 do vírus, que afetam tanto aves quanto humanos.
Agora, a equipe planeja testar na ração das aves para tentar conter a disseminação da gripe aviária entre os animais.
Quando estará à venda?
Apesar dos avanços científicos, o chiclete contra gripe e herpes ainda não está disponível para compra.
Os testes realizados até agora foram feitos em laboratório e ainda será necessário conduzir ensaios clínicos em humanos para comprovar a segurança e a eficácia do produto no uso real.
A boa notícia é que o processo de fabricação da goma é simples e barato.
Ele não requer calor nem técnicas industriais complexas, o que pode facilitar uma futura produção em larga escala — e tornar o produto mais acessível, inclusive em países com menos recursos.
Até lá, a recomendação dos cientistas é manter os cuidados preventivos já conhecidos, como a vacinação, o uso de máscaras em ambientes de risco e a boa higiene das mãos e da boca.
Um futuro promissor, mas com cautela
O desenvolvimento do chiclete contra gripe e herpes é mais um exemplo de como a ciência vem buscando novas soluções para lidar com vírus que ainda afetam milhões de pessoas ao redor do mundo.
Embora os primeiros resultados sejam animadores, o caminho até que o produto esteja disponível nas prateleiras ainda exige etapas rigorosas de validação.
Por enquanto, o chiclete é uma possibilidade futura — mas com potencial para se tornar um aliado valioso na prevenção de infecções virais transmitidas pela boca.
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