Cirurgia intrauterina de alto risco salva vida de bebê com malformação no pulmão

Antes de vir ao mundo, Rafael, bebê ainda em gestação de 28 semanas, precisou passar por uma cirurgia intrauterina de alto risco para tratar uma malformação cística adenomatoide de pulmão. Entenda mais sobre o fato, aqui no SaúdeLAB.

Bebê é salvo depois de passar por cirurgia ainda na barriga da mãe

Durante um ultrassom morfológico, realizado no segundo trimestre da gestação, foi diagnosticado que o primeiro filho de Monique Araújo Batista e Rodrigo Barbosa Gonçalves, ambos com 46 anos, tinha um tumor benigno que crescia de forma desordenada e comprimia outros órgãos.

“Quando recebemos o diagnóstico, parece que o nosso mundo caiu. Eu queria acordar de um pesadelo,” relembra Monique, mãe do menino.

O cirurgião e obstetra Antonio Moron, responsável pelo procedimento, explicou que, no caso de Rafael, era necessário retirar a massa sólida que já ocupava 90% da caixa torácica e comprimia pulmões e coração do feto. Em muitos casos, essa massa pode ser tratada com medicamentos para reduzir o volume, como corticoides, mas não foi o caso de Rafael.

“É uma massa que se expande e faz parte de uma anomalia do tecido embrionário, que começa a crescer de forma desordenada e faz com que haja a expansão e compressão de órgãos que estão adjacentes, como por exemplo, o pulmão ou o coração e acaba ocupando o espaço dentro da cavidade torácica,” explica o médico.

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Tratamento prévio não deu certo

A medicação inicial não deu resultado, e mãe e filho precisaram ser encaminhados para o centro cirúrgico. A cirurgia foi realizada com uma técnica inovadora, onde o feto recebeu remédios por um acesso venoso pelo dorso da mão do bebê, ao invés da punção do cordão umbilical, diminuindo os riscos à criança. Essa técnica foi inspirada em um cirurgião pediátrico renomado da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, que havia realizado uma cirurgia semelhante em abril.

“Tentamos algumas vezes dar pra ela alguns remédios, como o corticoide, mas no caso dela, ao invés de regredir o volume da massa, ela foi expandindo cada vez mais e chegou um ponto que o bebê teve o coração “empurrado” contra a parede torácica, comprimindo o pulmão esquerdo, a massa começou a tomar todo o tórax e começou com um certo grau de disfunção cardíaca e respiratória”, completa o médico.

Rafael nasceu saudável

A cirurgia intrauterina foi um sucesso e Rafael nasceu saudável, sem qualquer sinal de disfunção cardíaca ou respiratória. A mãe Monique agradece a equipe médica pelo tratamento inovador que salvou a vida de seu filho. “Eu nunca vou esquecer a emoção de ver meu filho nascer saudável depois de tudo o que passamos”, afirma.

Esse caso é um exemplo da importância da medicina fetal e da cirurgia intrauterina, que podem salvar vidas e melhorar o prognóstico de crianças com malformações císticas adenomatoides de pulmão. A equipe médica do Hospital e Maternidade Santa Joana é especializada em tratamentos inovadores para melhorar a qualidade de vida das crianças e suas famílias.

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