Couve é remosa? O que você precisa entender para proteger sua saúde e cicatrização

Se você já ouviu alguém dizer que “couve é remosa”, provavelmente ficou em dúvida se deveria ou não colocá-la no prato, especialmente em momentos de recuperação, como após uma cirurgia ou com uma ferida que está cicatrizando.

Essa recomendação é comum em muitas famílias brasileiras e costuma vir acompanhada de listas de alimentos que “fazem mal” nesse período.

O fato é que “remoso” é um termo popular, passado de geração em geração, que carrega muito mais tradição cultural do que respaldo científico.

Ainda assim, a dúvida é legítima, afinal, ninguém quer prejudicar a própria recuperação. Hoje, vamos esclarecer, com base na ciência, se a couve realmente merece essa fama e quando pode ser necessário ter algum cuidado com o seu consumo.

Para entender de onde vem essa crença e se ela faz sentido no caso da couve, é importante primeiro compreender o que realmente significa “remoso” e por que alguns alimentos entram nessa lista.

O que significa “remoso”

O termo “remoso” é bastante usado no Brasil, principalmente em regiões do Norte e Nordeste, para descrever alimentos que, segundo a sabedoria popular, poderiam atrasar a cicatrização, aumentar inflamações ou provocar coceiras e reações na pele.

Embora não seja um conceito reconhecido pela ciência, muitas pessoas ainda seguem essa recomendação, especialmente no pós-cirurgia, após ferimentos ou durante quadros de inflamação.

Entre os alimentos tradicionalmente considerados remosos estão frutos do mar, carne de porco, ovos e alguns peixes.

Na medicina e na nutrição baseadas em evidências, não se utiliza a classificação “remoso”. Em vez disso, avalia-se a composição nutricional e o potencial inflamatório ou alergênico de cada alimento.

Couve é remosa?

Não há qualquer comprovação científica de que a couve seja remosa.

Pelo contrário, ela é reconhecida como um vegetal rico em nutrientes e compostos bioativos que podem contribuir para a saúde geral e até auxiliar em processos de recuperação do corpo.

A couve faz parte da família dos vegetais crucíferos, junto com o brócolis e a couve-flor, e é fonte de vitamina C, vitamina K, fibras, cálcio e antioxidantes, que ajudam a combater radicais livres e reduzem o estresse oxidativo.

Um estudo publicado no Pharmacological Research destacou que vegetais crucíferos apresentam compostos capazes de modular processos inflamatórios e oferecer proteção celular, o que reforça que a couve está muito mais associada a benefícios do que a prejuízos para a cicatrização.

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Couve e cicatrização

Um dos principais nutrientes da couve é a vitamina C, essencial para a produção de colágeno, proteína que dá firmeza à pele e é fundamental para a recuperação de tecidos.

Além disso, a vitamina K desempenha papel importante no processo de coagulação sanguínea, contribuindo para a cicatrização de feridas.

O consumo de couve também fornece antioxidantes naturais, como flavonoides e carotenoides, que ajudam a modular processos inflamatórios no organismo.

Alimentos com ação anti-inflamatória, como a couve, podem auxiliar o corpo a controlar reações excessivas e criar um ambiente mais favorável para a regeneração dos tecidos.

Essa combinação de nutrientes e compostos bioativos faz com que a couve não apenas seja segura para a maioria das pessoas, mas também possa integrar dietas voltadas à recuperação.

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Como a forma de preparo da couve pode influenciar na cicatrização

Embora a couve em si não seja remosa, a forma como ela é preparada e os ingredientes usados no preparo podem interferir no processo de recuperação do corpo. Por exemplo:

  • Frituras e uso excessivo de gorduras ruins (como óleo velho, gordura saturada ou gordura trans) podem gerar compostos inflamatórios que atrapalham a cicatrização e prejudicam a saúde em geral.
  • Temperos industrializados, molhos prontos ou muito salgados podem aumentar a inflamação ou causar retenção de líquidos, dificultando a recuperação.
  • Couve crua em excesso pode ser de difícil digestão para algumas pessoas, causando desconforto abdominal e inflamação local.
  • Preparar a couve com ingredientes naturais, usando métodos como refogar em azeite extra-virgem, temperar com alho, cebola, limão e ervas frescas, ajuda a potencializar os benefícios do alimento e evitar efeitos adversos.

Portanto, para aproveitar os efeitos positivos da couve na cicatrização, é importante priorizar preparações leves, frescas e naturais, evitando acompanhamentos que possam estimular processos inflamatórios ou prejudicar a digestão.

Quando evitar ou moderar o consumo de couve

Apesar de ser segura para a maioria das pessoas, há situações específicas em que pode ser indicado moderar ou evitar o consumo de couve:

  • Alergia ou intolerância alimentar: embora rara, pode ocorrer em pessoas sensíveis.
  • Distúrbios digestivos: o consumo excessivo de couve crua pode causar gases e desconforto abdominal em indivíduos suscetíveis.
  • Uso de anticoagulantes: por ser rica em vitamina K, pode interferir na ação de certos medicamentos, exigindo ajuste supervisionado pelo médico.
  • Hipotireoidismo não controlado: grandes quantidades de vegetais crucíferos crus podem interferir na absorção de iodo, devendo ser avaliadas individualmente.
Couve.
Couve. Foto: Freepik

Mitos e verdades sobre alimentos remosos

A crença em alimentos remosos é transmitida de geração em geração e, em alguns casos, pode levar à restrição desnecessária de alimentos nutritivos.

É verdade que certos alimentos podem causar reações alérgicas ou piorar inflamações pré-existentes, mas isso não se aplica de forma generalizada a todos os itens da lista popular.

No caso da couve, o conhecimento científico atual indica que ela é mais aliada do que inimiga da recuperação.

No entanto, a decisão sobre incluir ou evitar um alimento deve sempre considerar as condições individuais de saúde e seguir orientação de um profissional qualificado.

A couve não é remosa segundo a ciência.

Ao contrário do que diz o mito popular, esse vegetal pode contribuir para a cicatrização e para a redução de processos inflamatórios graças aos seus nutrientes e antioxidantes.

Se não houver restrições médicas específicas, manter a couve na alimentação é uma escolha saudável, que pode trazer benefícios tanto para a recuperação de feridas quanto para a saúde geral.

Sempre que possível, as decisões alimentares devem se basear em orientações médicas e em evidências científicas atualizadas.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
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