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Diabetes nesta idade pode ter ligação com câncer de pâncreas
Receber um diagnóstico de diabetes na vida adulta costuma parecer apenas o começo do cuidado com uma condição comum e tratável. Mas um estudo publicado na revista Gastroenterology trouxe uma perspectiva que merece atenção, especialmente para quem recebe esse diagnóstico a partir dos 50 anos.
Em determinados casos, essa alteração súbita na glicose pode ser mais do que o início do diabetes em si.
Os pesquisadores acompanharam 18.838 adultos que apresentaram glicemia alta pela primeira vez, detectada exclusivamente por exames, o que, na prática, corresponde ao que muitos conhecem como início do diabetes tipo 2.
A pergunta central do estudo era: esse aumento recente na glicose pode funcionar como um sinal precoce de que algo está afetando o pâncreas?
Os resultados indicam que, embora a enorme maioria das pessoas não desenvolva nenhum problema mais sério, há uma pequena elevação no risco de câncer de pâncreas nos três anos seguintes ao diagnóstico.
A explicação não está no diabetes causando o tumor, e sim no movimento inverso.
Em algumas situações, o próprio câncer começa a interferir no funcionamento do pâncreas antes mesmo de ser identificado nos exames.
Essa interferência desorganiza a produção de insulina e faz a glicose subir de repente, o que acaba levando ao diagnóstico de diabetes.
O que a glicemia tem a ver com isso
O pâncreas produz a insulina, que mantém o açúcar do sangue sob controle.
Quando a glicose sobe de repente, essa mudança aparece no exame de HbA1c, que registra a média da glicemia dos últimos meses.
No estudo, esse exame ajudou a identificar quem estava desenvolvendo diabetes pela primeira vez.
Mesmo assim, os pesquisadores reforçam que a grande maioria das pessoas com diagnóstico recente não tem nenhum tumor oculto.
Na quase totalidade dos casos, a glicemia aumenta por fatores bem conhecidos, como genética, alimentação pouco equilibrada e sedentarismo.
Quando é preciso olhar com mais atenção
O estudo chama a atenção para um perfil específico. Os adultos a partir dos 50 anos que apresentam diagnóstico recente de diabetes sem histórico prévio de alterações.
Para esse grupo, os médicos podem considerar uma investigação mais cuidadosa, sempre baseada no conjunto de informações clínicas e não apenas no exame de glicose.
Vale destacar que o estudo não analisou sinais clínicos como perda de peso ou dor abdominal, mas esses sintomas são reconhecidos na literatura médica como possíveis indicadores de doenças do pâncreas.
Por isso, caso apareçam junto com glicemia alta recente, podem justificar uma avaliação complementar.
Entender o próprio corpo também é parte do cuidado
O recado do estudo não é causar alarme, e sim reforçar atenção.
O diabetes é uma condição comum e controlável. Mas quando surge de forma repentina depois dos 50 anos, especialmente sem fatores tradicionais de risco, pode servir como uma pista para que médicos e pacientes adotem uma postura mais vigilante.
Acompanhar como a glicose evolui ao longo dos meses e manter uma conversa aberta com o profissional de saúde ajuda a identificar cedo quando algo foge do padrão e precisa ser investigado.
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