Nos últimos anos, estudos têm apontado que dietas à base de plantas oferecem benefícios significativos para a saúde, com destaque para a redução do risco de vários tipos de câncer.

Embora a pesquisa sobre padrões alimentares tenha, por muito tempo, focado na comparação entre dietas como a mediterrânea e a ocidental, novas análises revelam a importância de incluir mais alimentos vegetais na alimentação para a prevenção do câncer.

A explicação mais recente envolve a forma como esses alimentos impactam a microbiota intestinal, com a diversidade de plantas ajudando a promover uma flora saudável e benéfica ao corpo.

Estudos com grandes grupos de pessoas, incluindo veganos, vegetarianos e onívoros, mostram que, ao priorizar alimentos vegetais, é possível diminuir o risco de câncer e outras doenças crônicas. Nesse contexto, a mudança de hábitos alimentares surge como um fator de proteção contra o câncer, apoiado por pesquisas científicas recentes.

O impacto das dietas à base de plantas na saúde

A relação entre dietas à base de plantas e a redução do risco de câncer tem sido amplamente estudada, e as evidências científicas estão cada vez mais fortes.

Pesquisas recentes indicam que dietas ricas em vegetais, frutas, grãos integrais e legumes estão associadas a menores taxas de câncer, especialmente aqueles relacionados a fatores de estilo de vida.

Diferentemente das dietas tradicionais, como a mediterrânea ou a ocidental, as dietas vegetais têm ganhado destaque por seu potencial de proteger contra doenças crônicas, como o câncer, ao melhorar a saúde intestinal.

Estudos realizados com veganos, vegetarianos e onívoros têm mostrado que aqueles que consomem mais alimentos de origem vegetal apresentam uma microbiota intestinal mais equilibrada e com mais bactérias benéficas, que são associadas à redução do risco de câncer.

Além disso, as bactérias que ajudam na saúde cardiovascular também são mais prevalentes em pessoas que adotam esse tipo de dieta. Esses achados sugerem que o consumo de uma dieta rica em plantas pode ser mais eficaz na prevenção do câncer do que simplesmente eliminar a carne da alimentação.

Portanto, a chave pode estar na inclusão de uma maior variedade de alimentos vegetais.

A relação entre microbiota intestinal e prevenção do câncer

A microbiota intestinal, que é composta por trilhões de bactérias e outros microrganismos, desempenha um papel crucial na saúde do corpo humano. Estudos recentes têm explorado como a alimentação pode afetar essa microbiota e, consequentemente, a saúde geral, incluindo a prevenção do câncer.

No caso das dietas à base de plantas, a diversidade de alimentos vegetais ajuda a promover um ambiente intestinal saudável, com microrganismos benéficos que protegem o organismo contra o câncer.

Um estudo publicado recentemente na Nature Microbiology comparou as microbiotas de veganos, vegetarianos e onívoros, e descobriu que os veganos apresentavam maior concentração de microrganismos associados à saúde intestinal e menor risco de câncer.

Além disso, o estudo revelou que onívoros que consumiam mais alimentos vegetais também tinham uma microbiota intestinal semelhante à dos veganos, o que sugere que o aumento do consumo de alimentos de origem vegetal pode proporcionar benefícios semelhantes, independentemente de se seguir uma dieta totalmente vegana.

Isso reforça a ideia de que incorporar mais plantas na alimentação pode ser uma estratégia eficaz na prevenção do câncer.

O papel dos hábitos alimentares na redução do risco de câncer

Entender a relação entre dieta e câncer não é uma tarefa simples, pois envolve muitos fatores e variações individuais. No entanto, as evidências científicas têm mostrado que os hábitos alimentares desempenham um papel fundamental na prevenção do câncer.

Para especialistas, a adoção de uma alimentação baseada em plantas pode ser uma das formas mais eficazes de reduzir esse risco.

As pesquisas também sugerem que, ao seguir dietas ricas em alimentos vegetais, há uma diminuição significativa no risco de vários tipos de câncer, especialmente os que estão fortemente relacionados a hábitos de vida, como o câncer de cólon.

É importante destacar que uma dieta à base de plantas não significa necessariamente ser vegano ou vegetariano, mas sim dar preferência a alimentos naturais, como frutas, legumes, verduras, grãos integrais e leguminosas, e reduzir o consumo de produtos de origem animal.

Além disso, os especialistas alertam que uma alimentação equilibrada e variada é essencial para garantir que o corpo receba todos os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento, o que inclui a proteção contra o câncer.

O que caracteriza uma dieta à base de plantas?

Embora a definição de uma dieta à base de plantas possa variar, ela geralmente envolve a ingestão de uma ampla variedade de alimentos de origem vegetal, como frutas, vegetais, grãos integrais, legumes e nozes.

A American Institute for Cancer Research (AICR) promove um modelo de dieta baseado no “Prato Americano”, que sugere que pelo menos dois terços da alimentação sejam compostos por alimentos vegetais e apenas um terço por proteínas de origem animal.

No entanto, é importante ressaltar que uma dieta à base de plantas não precisa ser rigidamente definida. Não se trata de seguir um conjunto específico de regras ou eliminar totalmente a carne, mas sim de priorizar alimentos vegetais em detrimento de produtos processados e ricos em gorduras saturadas.

O foco está em promover uma alimentação equilibrada, com a inclusão de alimentos naturais que ajudam na prevenção de doenças, incluindo o câncer.

As evidências científicas acumuladas ao longo dos anos demonstram que dietas à base de plantas são uma escolha alimentar inteligente e saudável para a prevenção de várias doenças, incluindo o câncer.

A inclusão de mais alimentos vegetais na alimentação contribui para uma microbiota intestinal saudável, melhora a saúde cardiovascular e pode reduzir o risco de câncer. Embora os pesquisadores ainda estejam investigando os mecanismos exatos de como a dieta afeta o risco de câncer, é cada vez mais claro que adotar uma dieta rica em plantas é uma das melhores maneiras de proteger o corpo contra doenças crônicas.

Portanto, incorporar mais frutas, legumes e grãos integrais na rotina alimentar pode ser uma ação simples, mas poderosa, para melhorar a saúde e reduzir o risco de câncer.

Fonte: Medscape