Está com mais de 45? Dr. Victor Trevas explica os sintomas preocupantes do câncer de intestino

O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é uma das doenças mais comuns no mundo, afetando milhares de pessoas anualmente. Ele se desenvolve a partir do crescimento anormal das células no cólon ou reto, podendo se espalhar para outras partes do corpo se não for diagnosticado e tratado precocemente.

Embora o câncer de intestino possa afetar qualquer pessoa, certos fatores, como a idade, histórico familiar e condições pré-existentes, podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença.

O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz e aumento das chances de cura. Por isso, estar atento aos sinais e sintomas que podem indicar alterações no intestino é essencial, especialmente após os 45 anos.

Conversamos com o Dr. Victor Cordeiro Trevas, médico especialista em oncologia, para esclarecer os sinais de alerta do câncer de intestino, os fatores de risco envolvidos e a importância da prevenção. Durante a conversa, ele destacou os sintomas mais comuns e o que as pessoas devem observar para procurar ajuda médica no momento certo.

Sinais de alerta: Quando prestar atenção?

De acordo com o Dr. Victor, mudanças nos hábitos intestinais são um dos principais sinais de alerta que não devem ser ignorados. Ele explicou que alterações repentinas e persistentes podem indicar um problema sério:

“Aquele paciente que tem o hábito intestinal de, por exemplo, ir ao banheiro a cada dois dias e, do nada, começa a ficar cinco ou seis dias de diarreia, depois três ou quatro dias constipado, sete dias de diarreia, cinco dias constipado, então muda o padrão intestinal dele. Pode ter ou não a presença de sangue nas fezes, e isso preocupa bastante a gente.” – Alerta o médico.

Outro sintoma preocupante destacado pelo oncologista é o surgimento de sinais sistêmicos, como cansaço inexplicável e perda de peso sem causa aparente. Ele ressaltou que esses sintomas, principalmente quando aparecem em um curto período de tempo, devem ser investigados:

“É um paciente que está mais cansado, que está perdendo bastante peso sem fazer dieta e nada, mas que estava super bem poucos meses atrás. Então, são
sintomas sistêmicos que a gente tem que preocupar. Assim, quando ele chega e diz: eu me sentia super disposto, do nada comecei a ficar indisposto, então é um sinal que preocupa.”

Além disso, o fator idade não pode ser ignorado, uma vez que o risco de desenvolver câncer de intestino aumenta com o passar dos anos, ele recomenda que os exames preventivos sejam feitos já partir dos 45 anos, sendo indispensáveis após os 50 anos. O Dr. Victor reforçou essa relação:

“Pacientes acima de 50 anos preocupam, porque quanto mais velho, maior a chance de ter o câncer de cólon.”

Essa combinação de fatores – alterações nos hábitos intestinais, sintomas sistêmicos e idade avançada – deve servir como um alerta para que as pessoas procurem orientação médica.

A identificação precoce pode fazer toda a diferença no tratamento e no prognóstico dessa condição.

Histórico familiar e fatores de risco

Um dos pontos mais relevantes discutidos durante a conversa com o Dr. Victor foi o impacto do histórico familiar no risco de desenvolver câncer de intestino.

Ele explicou que o histórico de parentes próximos, como pais e irmãos, é um fator de risco importante, merecendo atenção especial na prevenção:

“Com relação ao histórico familiar, aquele paciente que tem uma história de pais e irmãos, principalmente, é quem preocupa mais. Quando vai ficando mais distante, como tios, tio-avô, avô, aí não preocupa tanto, não. Mas geralmente, primeiro e segundo grau, são pacientes que a gente tem que fazer a prevenção com colonoscopia a partir de cinco anos mais cedo do que o seu parente teve câncer.”

Isso significa que, se um parente próximo foi diagnosticado com câncer de intestino, o ideal é que a pessoa inicie os exames preventivos pelo menos cinco anos antes da idade em que o diagnóstico foi feito no familiar.

Essa abordagem permite a detecção precoce de alterações que possam evoluir para um câncer, aumentando significativamente as chances de sucesso no tratamento.

Para quem não tem histórico familiar de câncer, o Dr. Victor ressaltou que os exames preventivos também são fundamentais, e a idade de início recomendada é de 45 anos:

“Se não tiver histórico nenhum na família de câncer, com 45 anos já é recomendado começar a fazer a colonoscopia, que é feita a cada 5 anos, caso não venha nenhuma alteração. Mas, caso venha alguma alteração, como um pólipo aparecer, a gente tira esse pólipo e, entre um a dois anos, repete a colonoscopia.”

A colonoscopia é um exame importante, tanto para a identificação de possíveis lesões quanto para a remoção imediata de pólipos, que podem ser analisados posteriormente em laboratório.

Pólipos são pequenos crescimentos na parede do intestino que, em alguns casos, podem evoluir para o câncer. Essa atenção aos fatores de risco, combinada com a realização regular de exames preventivos, é essencial para reduzir a incidência e as consequências do câncer de intestino.

Mesmo quem não tem histórico familiar deve estar atento e incluir a colonoscopia como parte do cuidado com a saúde, especialmente a partir dos 45 anos.

Colonoscopia: um exame essencial para prevenção e diagnóstico precoce

Durante a conversa, o Dr. Victor destacou a colonoscopia como um dos exames mais importantes para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de intestino e que deve ser feito a partir dos 45 anos.

Além de permitir a visualização detalhada da parede do intestino, esse procedimento possibilita a remoção imediata de lesões suspeitas, como os pólipos. Ele explicou que a identificação e retirada dos pólipos durante o exame são passos vitais para evitar o desenvolvimento de quadros mais graves.

Esses pequenos crescimentos na mucosa intestinal, muitas vezes benignos no início, podem sofrer alterações celulares e se transformar em câncer se não forem removidos a tempo.

A análise patológica dos pólipos removidos durante o exame permite ao médico avaliar o risco real e definir a periodicidade ideal para novos exames. Caso os pólipos apresentem características iniciais de câncer ou sinais de alterações celulares preocupantes, é possível intervir precocemente e evitar a progressão da doença.

Além disso, o Dr. Victor reforçou que a colonoscopia é recomendada mesmo para pessoas sem histórico familiar de câncer, a partir dos 45 anos, como uma medida preventiva. Quando alterações são encontradas, o intervalo entre os exames pode ser reduzido para garantir o acompanhamento adequado.

A importância da prevenção

A colonoscopia não é apenas um exame diagnóstico, mas uma ferramenta essencial para a prevenção do câncer de intestino.

Por meio da identificação precoce de alterações no intestino, é possível evitar complicações e melhorar significativamente as chances de cura. Essa conversa com o Dr. Victor reforça a importância de estar atento aos sinais do corpo e de incluir exames preventivos na rotina de cuidados com a saúde.

Alterações nos hábitos intestinais, sintomas como cansaço ou perda de peso inexplicados e a presença de histórico familiar são fatores que devem motivar a procura por orientação médica.

Realizar a colonoscopia regularmente pode salvar vidas, permitindo a detecção precoce e o tratamento adequado de alterações que poderiam evoluir para o câncer.

Se você apresenta algum dos sinais mencionados ou se enquadra nos fatores de risco, procure um médico e siga as orientações de prevenção.

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Redação SaúdeLab
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