Efeitos colaterais do botox: estudo aponta que há riscos além da aparência

Estudo da Unifesp alerta que, apesar da popularidade, o Botox não é isento de riscos. Efeitos colaterais do Botox podem variar de leves a graves.

Apesar de estar entre os procedimentos estéticos mais realizados no mundo, os efeitos colaterais do botox continuam sendo uma preocupação para especialistas da área da saúde.

Um estudo da Escola Paulista de Medicina da Unifesp trouxe um alerta importante: embora o Botox seja amplamente divulgado como seguro, ele pode causar complicações inesperadas, principalmente quando não é aplicado com o devido cuidado.

A pesquisa destacou que a falta de regulamentação e de um controle rigoroso nas práticas de aplicação pode representar um sério risco à saúde dos pacientes.

Isso porque o crescimento da demanda pelo Botox muitas vezes não é acompanhado pela qualificação adequada dos profissionais que realizam o procedimento.

O Botox, ou toxina botulínica, é conhecido por sua capacidade de suavizar rugas e marcas de expressão, e por isso se tornou extremamente popular entre quem busca rejuvenescimento facial sem cirurgia.

Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), somente em 2022, mais de 9,2 milhões de aplicações foram feitas em todo o mundo.

No Brasil, esse número ultrapassou 433 mil, representando quase metade de todos os procedimentos estéticos não cirúrgicos realizados no país (44,6%).

Mas, mesmo com toda essa popularidade, é fundamental lembrar: o uso da toxina botulínica não está livre de riscos.

A falta de informação, somada à banalização do procedimento, pode levar muitas pessoas a ignorar os efeitos colaterais do botox, que vão desde reações leves até complicações mais sérias.

Efeitos colaterais do botox: o procedimento não está livre de riscos

O fato de o Botox ser classificado como um procedimento “mínimo invasivo” tem gerado uma falsa sensação de segurança entre os pacientes.

Muitos acreditam que o tratamento não possui efeitos colaterais significativos, o que não é verdade.

De acordo com Samira Yarak, professora de Dermatologia da Unifesp, essa crença errônea pode ser perigosa, pois os efeitos colaterais do Botox existem e devem ser considerados com seriedade.

No estudo coordenado pela médica, que analisou 50 pesquisas internacionais sobre o uso estético do Botox, entre 2017 e 2022, foi destacado que a classificação do procedimento como minimamente invasivo é equivocada.

Isso pode induzir os pacientes a acreditarem que não há riscos associados ao tratamento, o que não é verdade.

O estudo revela que a crescente demanda pelo Botox e a falta de regulamentação nas práticas de aplicação aumentam significativamente o risco de complicações.

A pesquisa também aponta que a falta de diretrizes claras e o aumento da oferta de profissionais não especializados podem transformar essas complicações em um problema de saúde pública.

Efeitos colaterais do botox: os mais comuns e graves

Os efeitos colaterais do botox mais frequentes costumam ser leves, transitórios e, na maioria das vezes, não apresentam risco grave à saúde.

No entanto, é importante estar atento, pois também existem complicações mais sérias que podem afetar diretamente a estética e o bem-estar do paciente.

Reações comuns e temporárias:

  • Hematomas no local da aplicação;
  • Inchaço leve na região tratada;
  • Dor ou sensibilidade na área das injeções;
  • Pequenas alterações na sensibilidade da pele.

Complicações mais graves (embora menos frequentes):

  • Ptose palpebral (queda da pálpebra superior);
  • Assimetria facial, principalmente das sobrancelhas;
  • Dificuldade para fechar os olhos completamente;
  • Visão dupla (diplopia);
  • Infecções no local da aplicação;
  • Dores de cabeça persistentes;
  • Náuseas;
  • Reações alérgicas moderadas.

Casos raros, mas com risco elevado:

  • Reação anafilática — uma resposta alérgica grave e potencialmente fatal.

As causas para esses efeitos adversos podem ser várias.

Eles podem ocorrer devido à aplicação incorreta da toxina, à utilização de produtos não regulamentados pela Anvisa, ou à diluição inadequada do produto.

Além disso, a falta de capacitação técnica do profissional responsável também é um fator que contribui para a ocorrência de complicações.

Cuidados Importantes Antes de Realizar o Procedimento

Antes de decidir fazer o Botox, é fundamental realizar uma avaliação detalhada.

Alessandra dos Santos Silva, cirurgiã plástica especializada em cirurgia craniofacial, alerta para a importância de uma análise personalizada.

Cada paciente possui características e necessidades diferentes, e é crucial que o profissional leve isso em consideração antes de proceder com a aplicação.

Ela também destaca que o histórico médico do paciente deve ser analisado cuidadosamente, para garantir que não haja contraindicações.

Além disso, a escolha do local e do profissional é de extrema importância.

Onde e com quem realizar

O procedimento deve ser realizado em clínicas com rigorosa higiene e ambiente controlado, garantindo que todos os instrumentos e técnicas de aplicação sigam as normas sanitárias.

A capacitação do profissional também não pode ser negligenciada.

A professora Samira Yarak enfatiza que, para garantir a segurança do paciente, o profissional precisa ter um conhecimento aprofundado da anatomia facial e das interações da toxina botulínica com medicamentos e outras condições de saúde.

No Brasil, o Botox pode ser aplicado por médicos, dentistas, biomédicos, enfermeiros e farmacêuticos, mas é essencial que o paciente verifique a formação e a experiência do profissional antes de realizar o procedimento.

Essa escolha é determinante para reduzir riscos e evitar possíveis efeitos colaterais do botox, principalmente os que surgem por falhas na técnica ou uso de produtos inadequados.

Yarak reforça que a qualificação deve incluir, além da técnica correta de aplicação, a capacidade de lidar com possíveis complicações que possam surgir durante ou após o tratamento.

Efeitos colaterais do botox: atenção às contraindicações

Embora o Botox seja considerado seguro para grande parte da população, existem algumas contraindicações que precisam ser levadas em conta antes da aplicação.

Pessoas com determinadas condições de saúde podem ter maior propensão a complicações ou efeitos colaterais do botox, o que torna a avaliação médica ainda mais importante.

Devem evitar o procedimento pacientes que apresentam:

  • Doenças autoimunes;
  • Condições inflamatórias ativas;
  • Alergia a qualquer componente da fórmula;
  • Distúrbios de coagulação;
  • Doenças neuromusculares;
  • Gravidez ou período de amamentação.

Antes de optar pelo tratamento, é essencial ter uma conversa aberta e detalhada com o profissional.

Discutir o histórico de saúde e as expectativas com clareza ajuda a garantir que o procedimento seja não apenas eficaz, mas também seguro.

A transparência nessa etapa é uma das principais formas de evitar complicações e minimizar os efeitos colaterais do botox, especialmente quando há fatores de risco envolvidos.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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