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Entenda o que é dor crônica e por que as mulheres são mais afetadas do que os homens (segundo estudo)
O que é dor crônica? Essa é uma pergunta que muitas pessoas fazem, especialmente aquelas que convivem com um sofrimento que não desaparece, mesmo após meses ou anos, e busca entender por que isso acontece.
A dor é uma experiência universal, mas quando persiste por meses ou até anos, transforma-se em algo muito mais complexo e desafiador: a dor crônica.
Essa condição, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é caracterizada por uma sensação de desconforto que não desaparece, mesmo após a cura de uma lesão ou doença.
Mas você sabia que as mulheres são mais propensas a sofrer com esse problema do que os homens?
Um estudo recente liderado pelo Dr. Tuan Trang, da Universidade de Calgary, no Canadá, trouxe novas descobertas que ajudam a explicar essa diferença.
Vamos entender melhor o que é dor crônica, por que ela acontece e por que as mulheres são mais afetadas.
O que é dor crônica?
Para entender o que é dor crônica, é importante diferenciá-la da dor aguda.
A crônica é definida como uma dor que persiste por mais de três meses ou que continua mesmo após a cura da lesão ou doença que a causou.
Diferente da dor aguda, que é uma resposta natural do corpo a uma lesão ou inflamação e tende a desaparecer com o tempo, a dor crônica pode se tornar uma condição por si só.
Ela pode ser constante ou aparecer em intervalos, e sua intensidade pode variar de leve a incapacitante.
Essa condição está frequentemente associada a doenças como artrite, fibromialgia, diabetes e câncer, mas também pode surgir após uma lesão, mesmo que aparentemente simples.
Além disso, fatores psicológicos, como ansiedade e depressão, podem agravar a sensação de dor, tornando-a mais intensa e difícil de suportar.
Por que as mulheres sentem mais dor crônica do que os homens?
Entender o que é dor crônica também envolve compreender por que ela afeta mais as mulheres do que os homens.
O estudo conduzido pelo Dr. Tuan Trang, publicado na revista Neuron, focou na dor neuropática, um tipo de dor crônica causada por danos aos nervos ou ao sistema nervoso.
Um dos sintomas mais debilitantes dessa condição é a alodinia, em que estímulos simples, como um toque leve ou uma mudança de temperatura, podem causar dor intensa.
A pesquisa, realizada em roedores, revelou que tanto homens quanto mulheres desenvolvem dor, mas os mecanismos biológicos por trás desse processo são diferentes.
Nos animais fêmeas, a dor crônica está associada à liberação de leptina, um hormônio conhecido por aumentar a sensibilidade à dor.
Já nos machos, a dor é mediada por outros tipos de células imunológicas.
Essa descoberta é essencial porque, até agora, a maioria dos estudos sobre dor crônica foi realizada em sujeitos do sexo masculino.
Como resultado, muitos tratamentos foram desenvolvidos com base em uma compreensão masculina da dor, o que pode explicar por que eles nem sempre são eficazes para as mulheres.
A Dra. Lori Montgomery, clínica de dor e professora da Universidade de Calgary, reforça a importância dessas descobertas:
“Sabemos há anos que as mulheres são mais propensas a sofrer de dor crônica, mas nem sempre entendemos o porquê. Essa pesquisa pode nos ajudar a personalizar os tratamentos, tornando-os mais eficazes para cada paciente.“
Essa diferença biológica não apenas explica por que as mulheres são mais afetadas pela dor crônica, mas também destaca a necessidade de tratamentos personalizados que considerem as particularidades de cada gênero.
Afinal, entender o que é dor crônica e como ela se manifesta de forma distinta em homens e mulheres é fundamental para avanços na medicina e na qualidade de vida dos pacientes.
Como a dor crônica afeta o corpo e a mente?
A dor crônica não se limita a uma sensação física.
Ela pode ter um impacto profundo na qualidade de vida, afetando o sono, o apetite, a energia e até mesmo a saúde mental.
Pessoas que convivem com essa condição frequentemente relatam fadiga, dificuldade para dormir, perda de peso e diminuição da libido.
Além disso, a dor constante pode levar à depressão e à ansiedade, criando um ciclo vicioso em que a dor piora os sintomas emocionais, e esses, por sua vez, intensificam a dor.
Outro aspecto importante é a chamada “sensibilização”.
Quando os nervos são repetidamente estimulados pela dor, eles podem se tornar mais sensíveis, fazendo com que estímulos que antes não causavam desconforto passem a ser dolorosos.
Esse fenômeno explica por que algumas pessoas sentem dor em situações que, para outras, seriam completamente indolores.
Diagnóstico e tratamento da dor crônica
Agora que entendemos melhor o que é dor crônica, é importante ressaltar que diagnosticar essa condição pode ser um desafio, especialmente quando a causa original não é clara.
Os médicos costumam realizar uma avaliação detalhada, incluindo exames físicos e, em alguns casos, uma avaliação da saúde mental.
Isso porque fatores psicológicos, como depressão e ansiedade, podem desempenhar um papel significativo na intensidade e na persistência da dor.
O tratamento da dor crônica é multifacetado e pode incluir:
- Medicamentos: Analgésicos, anti-inflamatórios e, em alguns casos, antidepressivos ou anticonvulsivantes.
- Fisioterapia: Exercícios e técnicas para melhorar a mobilidade e reduzir a dor.
- Terapias complementares: Acupuntura, massagem e estimulação elétrica transcutânea (TENS) são algumas opções.
- Psicoterapia: Ajuda a lidar com os aspectos emocionais da dor crônica, como ansiedade e depressão.
Em casos mais complexos, os pacientes podem ser encaminhados para clínicas especializadas em dor, onde recebem um tratamento mais personalizado e abrangente.
Por que é importante falar sobre dor crônica?
A dor crônica é uma condição que afeta não apenas o corpo, mas também a mente e a vida social das pessoas.
Ela pode limitar atividades cotidianas, afetar relacionamentos e reduzir a qualidade de vida de maneira significativa.
Por isso, é essencial entender o que é dor crônica e buscar ajuda médica ao primeiro sinal de que a dor está se tornando persistente.
Além disso, estudos como o do Dr. Tuan Trang destacam a importância de considerar as diferenças biológicas entre homens e mulheres no desenvolvimento de tratamentos.
Afinal, a medicina personalizada é o futuro, e entender como cada indivíduo experiencia a dor é fundamental para oferecer soluções eficazes.
Se você ou alguém que você conhece convive com dor crônica, saiba que há esperança.
Com o tratamento adequado e o suporte certo, é possível recuperar o controle da vida e reduzir o impacto da dor no dia a dia.
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