Exame CTX: o que é, para que serve e quando é indicado

Se você recebeu um pedido médico para realizar o exame CTX e não sabe o que ele significa, este guia é para você.

Embora pouco conhecido pelo público geral, o exame CTX tem um papel fundamental na avaliação da saúde óssea.

Ele ajuda a entender o ritmo de perda de massa óssea do corpo, sendo especialmente útil em casos de osteoporose, uso prolongado de corticoides, doenças que afetam o metabolismo ósseo e no acompanhamento de tratamentos específicos.

Aqui, no SaúdeLAB, você vai entender de forma clara o que é o exame CTX, quando ele é indicado, como funciona, o que significam os resultados e quais cuidados são importantes antes e depois da coleta.

O que é o exame CTX?

O exame CTX, também chamado de exame do telopeptídeo C-terminal do colágeno tipo I, é um teste laboratorial que mede a taxa de reabsorção óssea no organismo.

Esse processo natural ocorre diariamente, mas em algumas condições clínicas, como a osteoporose, ele pode estar acelerado, levando à perda de massa óssea e aumento do risco de fraturas. O CTX é um dos principais marcadores bioquímicos utilizados para mensurar essa atividade.

O exame CTX é um teste laboratorial que mede a taxa de reabsorção óssea, ajudando a avaliar a perda de massa óssea em condições como osteoporose.

O colágeno tipo I é a principal proteína presente nos ossos. Quando os ossos passam por um processo de reabsorção — ou seja, quando partes deles são degradadas — fragmentos dessa proteína são liberados na corrente sanguínea.

O CTX mede exatamente esses fragmentos, oferecendo ao médico uma visão detalhada da atividade de destruição óssea no corpo.

Para que serve o exame CTX?

O exame CTX é indicado para avaliar a saúde óssea com mais precisão, principalmente em situações em que há suspeita de perda acelerada da densidade dos ossos.

Veja em quais contextos ele costuma ser solicitado:

Avaliação da osteoporose: o exame CTX ajuda a identificar o risco de perda óssea antes mesmo de aparecerem alterações visíveis na densitometria óssea.

Monitoramento do tratamento: é amplamente utilizado para acompanhar a eficácia de medicamentos que atuam nos ossos, como os bisfosfonatos, denosumabe, raloxifeno e outros. Reduções no nível de CTX indicam que o tratamento está conseguindo reduzir a reabsorção óssea.

Investigação de fraturas espontâneas: quando ocorrem fraturas com traumas mínimos, o exame pode ajudar a esclarecer se há perda óssea significativa por trás do problema.

Acompanhamento de doenças sistêmicas: algumas doenças, como o câncer com metástase óssea, doenças renais crônicas ou o uso prolongado de corticosteroides, alteram o metabolismo ósseo. O CTX permite avaliar o impacto dessas condições sobre os ossos.

Estabelecer risco em mulheres na menopausa: devido à queda nos níveis de estrogênio, mulheres nessa fase estão mais vulneráveis à perda óssea acelerada, e o exame pode ajudar na decisão terapêutica.

Em resumo, o CTX é uma ferramenta complementar à densitometria óssea. Ele não substitui exames de imagem, mas oferece uma visão metabólica do que está acontecendo com o tecido ósseo — algo que não é possível captar em exames tradicionais.

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Como é feito o exame CTX?

O exame CTX é feito por meio de uma simples coleta de sangue venoso, realizada em laboratórios de análises clínicas.

Geralmente, recomenda-se que a coleta seja feita pela manhã e em jejum de 8 a 12 horas, pois os níveis de CTX podem variar ao longo do dia.

Essa variação é conhecida como ritmo circadiano, e a padronização do horário ajuda a garantir resultados mais confiáveis.

Além disso, alguns medicamentos podem interferir nos níveis de reabsorção óssea, como:

  • Anticoncepcionais hormonais
  • Corticoides
  • Terapias hormonais
  • Suplementos com cálcio ou vitamina D

Em alguns casos, o médico pode orientar a suspensão temporária desses medicamentos antes do exame. Por isso, é fundamental seguir as orientações médicas específicas para garantir a precisão da análise.

Exame CTX: como interpretar o resultado?

Os valores do exame CTX são expressos, geralmente, em nanogramas por mililitro (ng/mL). Eles indicam a quantidade de colágeno tipo I fragmentado circulando no sangue — ou seja, refletem o grau de reabsorção óssea.

Embora os valores de referência possam variar conforme o laboratório, uma faixa indicativa costuma ser:

  • CTX < 0,3 ng/mL: reabsorção óssea baixa (desejável em pacientes em tratamento para osteoporose)
  • CTX entre 0,3 e 0,5 ng/mL: reabsorção moderada
  • CTX > 0,5 ng/mL: reabsorção óssea elevada

Um resultado elevado pode indicar que os ossos estão sendo degradados em ritmo acelerado, o que aumenta o risco de fraturas. Já um resultado baixo sugere que o processo de destruição óssea está controlado — o que, em contextos terapêuticos, pode significar que o tratamento está funcionando.

É importante ressaltar que a interpretação do exame deve ser feita por um médico, levando em consideração o histórico clínico, outros exames (como a densitometria óssea) e o uso de medicamentos.

O exame CTX não serve para diagnóstico isolado, mas sim como ferramenta complementar para avaliação e monitoramento da saúde óssea.

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Quando o exame CTX é solicitado?

O exame CTX pode ser indicado em diversas situações clínicas relacionadas à saúde dos ossos ou ao uso de medicamentos que afetam o metabolismo ósseo. Veja os principais contextos em que ele costuma ser solicitado:

Suspeita ou diagnóstico de osteoporose: especialmente em pessoas com histórico de fraturas ou fatores de risco como menopausa precoce, sedentarismo, tabagismo e baixa ingestão de cálcio.

Avaliação do risco de fraturas: quando há dúvida sobre a fragilidade óssea, o CTX pode ajudar a medir a velocidade com que os ossos estão se deteriorando.

Doenças reumatológicas ou câncer com metástase óssea: em especial artrite reumatoide e câncer de mama ou próstata com comprometimento do esqueleto.

Mulheres na menopausa com perda óssea acelerada: devido à queda de estrogênio, essa fase pode desencadear um aumento da reabsorção óssea, e o exame contribui para identificar precocemente esse risco.

Uso prolongado de medicamentos que afetam os ossos: como corticoides sistêmicos, que podem levar à osteoporose secundária.

O exame também pode ser utilizado antes do início de certos tratamentos, como os anti-reabsortivos, e ao longo do tempo para verificar a resposta ao tratamento, ajustando a dose ou mudando a abordagem, se necessário.

Preço, cobertura e onde fazer

O exame CTX não é tão amplamente disponível quanto exames laboratoriais de rotina, por isso costuma ser oferecido apenas por laboratórios especializados em análises hormonais e metabólicas.

A faixa de preço no Brasil varia conforme a região e o laboratório, mas geralmente fica entre R$ 150 e R$ 400.

Alguns planos de saúde podem cobrir o exame CTX, desde que haja indicação médica bem justificada e apresentação do CID (Classificação Internacional de Doenças) correspondente à suspeita clínica, como osteoporose ou outras doenças ósseas.

No entanto, nem todos os convênios autorizam esse tipo de exame, por isso é importante verificar a cobertura individualmente.

Para realizar o exame, é obrigatório apresentar pedido médico, com ou sem cobertura pelo plano.

Dúvidas comuns sobre o exame CTX

Exame CTX é doloroso?

Não. O exame é realizado por meio de coleta de sangue venoso, assim como qualquer outro exame laboratorial simples.

Precisa de preparo especial?

Sim. O paciente deve estar em jejum de 8 a 12 horas, e a coleta deve ser feita pela manhã para garantir maior precisão, devido à variação dos níveis de CTX ao longo do dia.

CTX detecta osteoporose?

O CTX não diagnostica diretamente a osteoporose, mas é útil para indicar o grau de reabsorção óssea. Ele complementa outros exames, como a densitometria óssea, e é valioso para o monitoramento da resposta ao tratamento.

Exame CTX é confiável?

Sim. Quando realizado em laboratórios qualificados e com controle de qualidade, o CTX é considerado um marcador confiável, com respaldo da literatura científica, especialmente em pesquisas sobre metabolismo ósseo.

Pode dar resultado alterado mesmo sem doença?

Sim. O nível de CTX pode ser influenciado por fatores como o horário da coleta, o ciclo menstrual, o uso de medicamentos hormonais, a alimentação e até o jejum. Por isso, a interpretação do resultado deve sempre ser feita por um profissional de saúde.

O exame CTX é uma ferramenta valiosa no acompanhamento da saúde óssea, principalmente em casos de osteoporose, fraturas de repetição, uso crônico de medicamentos que afetam o metabolismo ósseo e em tratamentos com fármacos anti-reabsortivos.

Ele não substitui exames de imagem, como a densitometria óssea, mas complementa o diagnóstico clínico ao fornecer informações metabólicas sobre a reabsorção óssea em tempo real. Isso permite ao médico ajustar ou manter a conduta terapêutica com mais segurança e precisão.

Se você recebeu um pedido para realizar o exame CTX, converse com seu médico sobre o motivo da solicitação e como os resultados serão utilizados no seu plano de cuidados.

Somente um profissional qualificado poderá interpretar corretamente os dados e propor ações adequadas para a sua saúde óssea.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
E-mail: raqueldefaria68@gmail.com

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