Exposição a calor extremo pode acelerar o envelhecimento biológico em idosos, aponta estudo

O impacto do calor extremo no nosso bem-estar vai muito além do desconforto imediato. Um estudo recente da USC Leonard Davis School of Gerontology revelou uma descoberta preocupante: a exposição prolongada ao calor intenso pode acelerar o envelhecimento biológico, particularmente em adultos mais velhos.

Esse fenômeno está relacionado a mudanças no funcionamento molecular do corpo, afetando as células e os sistemas que regulam nossa saúde.

Com o aumento das ondas de calor, causado pelas mudanças climáticas, a pesquisa alerta para os riscos crescentes que isso representa para a saúde dos idosos, especialmente aqueles que vivem em regiões mais vulneráveis ao calor extremo.

O envelhecimento biológico, que se refere ao desgaste celular e molecular do corpo, não segue o mesmo ritmo da idade cronológica, e quando acelera, aumenta o risco de doenças graves e morte precoce.

Para muitos, o calor extremo pode ser apenas um desafio temporário, mas para os mais velhos, ele pode se traduzir em uma série de problemas de saúde de longo prazo, tornando-se uma ameaça silenciosa.

Este estudo reforça a urgência de se repensar como as mudanças climáticas podem afetar o envelhecimento e a qualidade de vida de uma população que está cada vez mais vulnerável a esses fatores ambientais.

O que é Envelhecimento Biológico?

O envelhecimento biológico vai além da simples contagem dos anos vividos. Ele se refere ao estado de saúde do corpo em nível molecular, celular e sistêmico, refletindo como nossos órgãos e funções vitais realmente estão funcionando.

Enquanto a idade cronológica marca o tempo que passou desde o nascimento, a idade biológica revela o quanto o corpo realmente envelheceu em termos de saúde e vitalidade.

Quando a idade biológica é maior do que a cronológica, isso está associado a um risco aumentado de doenças crônicas e uma maior probabilidade de complicações de saúde, além de uma mortalidade precoce.

Embora já se saiba que o calor extremo pode afetar a saúde de diversas formas, sua conexão direta com o envelhecimento biológico ainda era pouco compreendida, até este estudo trazer à tona essa relação crucial.

Medição das Mudanças Epigenéticas

Para examinar como o calor afeta o envelhecimento biológico, os pesquisadores analisaram amostras de sangue dos participantes ao longo de seis anos, buscando alterações epigenéticas, que são mudanças nos processos que regulam a ativação ou desativação dos genes, conhecidos como metilação do DNA.

Usando ferramentas matemáticas chamadas “relógios epigenéticos”, os cientistas mediram essas mudanças e estimaram a idade biológica dos participantes em diferentes momentos. Eles então compararam as mudanças na idade biológica com os registros de dias de calor extremo obtidos pelo National Weather Service entre 2010 e 2016.

Calor Extremo e Envelhecimento

A análise revelou que indivíduos que viviam em bairros com mais dias de calor extremo apresentaram um envelhecimento biológico mais acelerado.

Por exemplo, aqueles que moravam em áreas como Phoenix, Arizona, onde o calor extremo pode durar até metade do ano, experimentaram um envelhecimento biológico de até 14 meses a mais do que os moradores de regiões com menos de 10 dias de calor extremo por ano.

Essa correlação foi observada mesmo após considerar fatores socioeconômicos, demográficos e comportamentais, como atividade física, consumo de álcool e tabagismo.

Efeitos Duradouros do Calor

Para entender como o calor extremo afeta o envelhecimento, os pesquisadores usaram ferramentas chamadas “relógios epigenéticos”, que ajudam a medir como o corpo envelhece em nível celular.

Eles usaram três tipos desses relógios – PCPhenoAge, PCGrimAge e DunedinPACE – e descobriram que a exposição ao calor pode acelerar o envelhecimento biológico, mesmo em períodos relativamente curtos.

Ou seja, até mesmo períodos de 7, 30 ou 60 dias de calor intenso podem deixar marcas no envelhecimento do corpo, que podem ser observadas ao longo de 1 a 6 anos. Esses resultados mostram como o calor extremo pode impactar nossa saúde a longo prazo, afetando como as células e sistemas do corpo funcionam.

Os resultados do estudo sublinham a necessidade de estratégias de saúde pública para proteger os idosos durante períodos de calor extremo, especialmente considerando as previsões de um futuro com mais ondas de calor devido às mudanças climáticas.

A pesquisa aponta para a importância de abordar os riscos ambientais não apenas em termos de saúde imediata, mas também de impactos a longo prazo no envelhecimento e na qualidade de vida dos adultos mais velhos.

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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