IA no diagnóstico do câncer de mama antecipa risco em até 3 anos, revela estudo

A inteligência artificial no diagnóstico do câncer de mama demonstrou seu potencial em um estudo publicado nesta terça-feira, 28 de outubro, na revista Radiology, da Sociedade Radiológica da América do Norte.

A pesquisa, que aposta nesta tecnologia para tornar os exames de mamografia mais precisos e salvar vidas, mostrou que um sistema de IA chamado Mirai foi capaz de prever o risco de uma mulher desenvolver a doença até três anos antes de o tumor ser detectado por exames convencionais.

Diagnóstico do câncer de mama: um olhar que vai além da imagem

Os pesquisadores analisaram mais de 134 mil mamografias de mulheres de 50 a 70 anos atendidas pelo programa de rastreamento do Reino Unido.

Todas haviam feito exames que, na época, foram considerados normais.

Mesmo assim, algumas delas desenvolveram o chamado câncer de mama intervalar, que é aquele que surge entre as mamografias regulares.

Foi aí que entrou o Mirai, um modelo de mamografia com inteligência artificial criado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Ao “rever” as imagens, o algoritmo identificou padrões sutis que indicavam maior probabilidade de a mulher desenvolver a doença nos anos seguintes.

Detalhes que o olhar humano dificilmente perceberia.

Resultados animadores

Segundo o estudo, o sistema conseguiu estimar com boa precisão o risco de uma mulher desenvolver câncer dentro de um, dois ou três anos após a mamografia inicial.

Entre os casos de câncer identificados posteriormente, cerca de 40% estavam entre as mulheres que o modelo classificou como de maior risco.

Um desempenho promissor para aprimorar a detecção precoce do câncer de mama.

Na prática, isso significa que, se o Mirai fosse utilizado em conjunto com o rastreamento tradicional, seria possível oferecer acompanhamento mais próximo e exames complementares para as mulheres com maior chance de desenvolver a doença.

Com isso, diagnósticos poderiam ser feitos mais cedo, aumentando significativamente as chances de cura.

Um futuro mais personalizado no diagnóstico de câncer

Atualmente, a maioria das mulheres realiza mamografias em intervalos fixos — geralmente a cada um, dois ou três anos, dependendo do país.

Mas os resultados sugerem que, no futuro, a inteligência artificial no diagnóstico do câncer de mama poderá ajudar a definir intervalos personalizados de rastreamento, de acordo com o risco individual.

Mulheres com menor risco poderiam fazer exames com menos frequência, evitando exposição desnecessária à radiação e reduzindo custos para os sistemas de saúde.

Já aquelas com risco mais elevado receberiam atenção redobrada e exames mais frequentes.

Cautela e próximos passos

Os autores lembram que o estudo foi retrospectivo, ou seja, o algoritmo analisou exames passados, e que são necessários novos testes em diferentes países e populações antes que a tecnologia possa ser usada amplamente.

Ainda assim, os resultados representam um avanço importante.

A IA está aprendendo a enxergar o que os olhos humanos ainda não veem, e isso pode mudar a história do câncer de mama.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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