Book Appointment Now

20 medicamentos que causam sensibilidade ao sol e precisam de cuidados
A vermelhidão que aparece após poucos minutos de sol, a coceira intensa que surge sem motivo aparente ou até uma queimadura mesmo usando protetor solar.
Esses sintomas podem ter algo em comum: o uso de medicamentos que causam sensibilidade ao sol, uma reação chamada de fotossensibilidade.
Embora pouco divulgada, essa reação adversa pode afetar desde pessoas em tratamento com antibióticos comuns até quem faz uso de suplementos fitoterápicos ou cremes dermatológicos.
E o pior: muitas vezes os sinais só aparecem depois de lesões visíveis na pele.
Por isso, o SaúdeLAB reuniu 20 medicamentos e suplementos amplamente usados no Brasil que podem provocar esse efeito.
Também explicamos como a fotossensibilidade acontece, como identificar sinais de alerta e o que fazer para evitar danos à saúde da pele.
O que é sensibilidade ao sol causada por medicamentos?
A fotossensibilidade é uma reação exagerada da pele à exposição solar, causada pela interação entre os raios ultravioleta (UVA e UVB) e substâncias químicas presentes no organismo, especialmente as de certos remédios e compostos ativos.
Essa reação pode se manifestar de duas formas principais:
- Fototoxicidade: ocorre logo após a exposição ao sol, causando vermelhidão, ardência, bolhas ou manchas.
- Fotoalergia: é uma resposta imunológica que pode surgir dias após a exposição solar, gerando inflamação e lesões parecidas com eczema.
Em ambos os casos, o quadro pode ser agravado com o tempo de exposição, e em alguns pacientes a pele pode desenvolver hiperpigmentação crônica ou até risco aumentado para câncer de pele.
Por que alguns medicamentos causam fotossensibilidade?
Diversos medicamentos e suplementos têm compostos que absorvem a radiação UV, formando substâncias que agridem a pele diretamente ou desencadeiam reações imunológicas.
Essa capacidade depende da estrutura química do princípio ativo, da dose e da sensibilidade individual.
Nem todas as pessoas apresentam reações visíveis, mas o risco existe, especialmente em quem já tem pele clara, histórico de dermatite ou está em uso contínuo do fármaco.
20 medicamentos que causam sensibilidade ao sol
A seguir, listamos 20 medicamentos e suplementos comuns no Brasil que merecem atenção especial nesse contexto.
1. Doxiciclina (Vibramicina®)
Antibiótico amplamente utilizado para acne, infecções respiratórias e doenças sexualmente transmissíveis. É um dos medicamentos com maior risco de provocar queimaduras solares mesmo com baixa exposição.
2. Ciprofloxacino (Cipro®)
Pertencente ao grupo das fluoroquinolonas, é usado no tratamento de infecções urinárias, intestinais e respiratórias. Pode provocar fototoxicidade significativa, especialmente em tratamentos prolongados.
3. Hidroclorotiazida (HCTZ®)
Diurético tiazídico indicado para pressão alta e retenção de líquidos. Estudos apontam maior risco de queimaduras solares e surgimento de manchas escuras.
4. Ibuprofeno (Alivium®, Advil®)
Anti-inflamatório não esteroidal comum para febre e dores. Quando usado com frequência, pode aumentar a sensibilidade da pele ao sol.
5. Isotretinoína (Roacutan®)
Fármaco oral utilizado no tratamento de acne severa. Reduz a espessura da pele e a torna extremamente vulnerável aos danos solares.
6. Amiodarona (Atlansil®, Ancoron®)
Antiarrítmico usado para controlar batimentos cardíacos irregulares. É fortemente associado à fotossensibilidade, além de poder causar pigmentação acinzentada na pele após exposição solar.
7. Cetirizina (Zyrtec®)
Antialérgico comumente usado para rinite alérgica e urticárias. Embora raro, pode causar reações fotossensíveis em alguns indivíduos sensíveis.
8. Clorotiazida (Diuril®)
Outro diurético da classe das tiazidas, tem mecanismo semelhante ao da hidroclorotiazida, podendo causar reações cutâneas após exposição solar.
9. Naproxeno (Flanax®, Naxotec®)
Anti-inflamatório utilizado em dores articulares e cólicas. Pode provocar fotossensibilidade, principalmente em tratamentos prolongados.
10. Fluorouracila tópica (Efudix®)
Utilizado no tratamento de lesões pré-cancerosas e ceratoses actínicas. A exposição ao sol durante o uso do produto pode causar reações intensas e dolorosas.
11. Sinvastatina (Zocor®)
Indicada para controle do colesterol, a sinvastatina pode provocar fotossensibilidade em alguns pacientes, especialmente em uso contínuo e combinado com outros fármacos.
12. Metotrexato (Reumatrex®, Mtrex®)
Utilizado em doenças autoimunes como artrite reumatoide e psoríase, o metotrexato está associado a reações de fotoalergia e, em casos raros, agravamento de lesões cutâneas após exposição solar.
13. Glimepirida (Amaryl®)
Medicamento oral para controle do diabetes tipo 2, pertencente à classe das sulfonilureias. Pode causar reações fototóxicas e deve ser usado com cautela durante períodos de maior exposição solar.
14. Prometazina (Fenergan®)
Antialérgico e antiemético, também utilizado como sedativo. Pode causar hipersensibilidade cutânea à luz solar, especialmente em tratamentos prolongados.
15. Levonorgestrel + etinilestradiol (Microvlar®, Level®)
Anticoncepcionais hormonais podem favorecer o aparecimento de manchas na pele (como o melasma), intensificadas pela radiação solar. A fotossensibilidade costuma ocorrer de forma indireta, via alteração hormonal.
16. Voriconazol (Vfend®)
Antifúngico potente, indicado para infecções graves. Está entre os medicamentos com risco elevado de fototoxicidade e potencial para danos cumulativos à pele.
17. Ácido retinoico tópico (Vitacid®, Retin-A®)
Indicado para acne, rejuvenescimento e manchas. O uso sem proteção solar adequada pode causar queimaduras, vermelhidão intensa e descamação severa da pele.
18. Erva-de-São-João (Hypericum perforatum) – suplemento fitoterápico
Comercializada em cápsulas e gotas para tratamento de sintomas leves de depressão e ansiedade. É um dos suplementos mais associados à fotossensibilidade, mesmo em doses baixas.
19. Peróxido de benzoíla (Acnase®, Benzac®)
Agente antibacteriano tópico usado no tratamento da acne. Remove a camada superficial da pele, deixando-a desprotegida contra os raios UV.
20. Ácido salicílico (Neostrata®, Clean & Clear®)
Presente em sabonetes, tônicos e cremes antiacne, o ácido salicílico sensibiliza a pele e pode causar manchas ou queimaduras em contato com o sol sem proteção.
Como se proteger ao usar medicamentos que causam sensibilidade ao sol
Se você faz uso de algum dos medicamentos ou suplementos listados, é essencial adotar cuidados específicos para evitar reações adversas e danos permanentes à pele:
1. Reduza a exposição solar direta
Evite sair ao ar livre entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa. Prefira locais com sombra e, se possível, ajuste sua rotina para horários de menor risco.
2. Use protetor solar de amplo espectro
Opte por protetores com FPS 30 ou superior e proteção UVA/UVB. Reaplique a cada 2 horas e sempre após transpiração intensa ou contato com água.
3. Proteja fisicamente a pele
Roupas de manga longa, tecidos com proteção UV, óculos escuros e chapéus de aba larga são aliados indispensáveis durante o tratamento.
4. Evite bronzeamento artificial
Câmaras de bronzeamento emitem radiação UV que pode interagir com diversos fármacos e causar reações ainda mais intensas do que o sol natural.
5. Consulte um dermatologista
Sempre que notar manchas, vermelhidão persistente, coceira ou qualquer alteração de pele durante um tratamento, busque orientação médica especializada. Em alguns casos, pode ser necessário ajustar a dose ou mudar o medicamento.
Quando suspeitar de fotossensibilidade?
Fique atento a sinais como:
- queimaduras solares após curto tempo ao sol;
- coceira, descamação ou bolhas em áreas expostas;
- surgimento de manchas escuras (hiperpigmentação);
- piora de quadros de melasma ou rosácea.
Se esses sintomas coincidirem com o início de um novo medicamento, há grandes chances de estarem relacionados à fotossensibilidade induzida por fármacos.
A fotossensibilidade medicamentosa é mais comum do que se imagina e pode afetar desde tratamentos dermatológicos até o uso de medicamentos crônicos, como os para hipertensão ou colesterol.
Reconhecer os sinais precocemente e adotar medidas de proteção é essencial para evitar queimaduras, manchas e até complicações de longo prazo.
Se você está em uso de medicamentos que causam sensibilidade ao sol, não interrompa o tratamento por conta própria.
Converse com seu médico ou farmacêutico para avaliar os riscos e orientações específicas de cuidado. Em muitos casos, é possível continuar o uso com segurança, desde que com os devidos cuidados com a pele.
Leitura Recomendada: Pode tomar sol com dengue? Veja os riscos e o que evitar durante a recuperação