Meditação pode mesmo ser a chave contra o estresse e o envelhecimento precoce?

Em um mundo cada vez mais acelerado, como aliviar estresse tornou-se uma busca constante. A resposta pode estar em uma prática milenar, mas que ganha respaldo científico moderno: a meditação.

Um estudo recente sugere que a prática regular, especialmente a Meditação Transcendental (MT), pode não apenas reduzir os efeitos do estresse crônico, mas também retardar marcadores biológicos do envelhecimento.

A pesquisa, conduzida por cientistas da Maharishi International University (MIU), comparou indivíduos que meditam há décadas com grupos de controle da mesma idade que não praticam meditação.

Os resultados revelaram diferenças significativas em expressão gênica, níveis de cortisol e função cognitiva, indicando que a meditação prolongada pode promover um envelhecimento mais saudável e uma maior resiliência ao estresse.

Os efeitos da meditação no estresse e no envelhecimento

O estudo analisou dois grupos de praticantes de Meditação Transcendental: um com 12 anos de prática e outro com 40 anos. Quando comparados a não meditadores da mesma faixa etária, aqueles com quatro décadas de experiência apresentaram:

  • Redução na expressão de genes ligados à inflamação e ao envelhecimento, como o SOCS3, associado ao estresse crônico e ao metabolismo energético.
  • Níveis mais baixos de cortisol no cabelo, um marcador de estresse crônico.
  • Melhor desempenho cognitivo, com velocidades de processamento semelhantes às de pessoas mais jovens.

Segundo Kenneth Walton, fisiologista da MIU, esses resultados reforçam estudos anteriores que já apontavam a meditação como uma ferramenta para um envelhecimento saudável e uma adaptação mais resiliente ao estresse.

Como a meditação pode alterar o corpo no nível molecular

A Meditação Transcendental, uma técnica que envolve a repetição silenciosa de um mantra pessoal em sessões de 20 minutos duas vezes ao dia, parece influenciar diretamente a expressão gênica.

Pesquisas anteriores da mesma equipe já haviam identificado 200 genes diferentemente expressos em meditadores em comparação com não meditadores.

No novo estudo, os cientistas observaram que a prática contínua está associada a uma menor carga alostática – o desgaste acumulado no corpo devido ao estresse crônico.

Isso significa que, ao meditar regularmente, o organismo pode se tornar mais eficiente no gerenciamento de respostas ao estresse, prevenindo danos celulares e inflamatórios que aceleram o envelhecimento.

Proteção contra o declínio cognitivo

Além dos efeitos moleculares, a pesquisa também investigou a função cerebral. Por meio de eletroencefalogramas (EEG), os cientistas mediram a velocidade de processamento cognitivo e aplicaram a Escala de Integração Cerebral (BIS), que avalia habilidades como atenção e tempo de reação.

Os resultados foram impressionantes:

  • Meditadores mais velhos apresentaram desempenho cognitivo semelhante ao de jovens não meditadores.
  • Praticantes de MT, independentemente da idade, tiveram pontuações mais altas na BIS, indicando maior eficiência cerebral.

Os achados sobre a função cognitiva são particularmente emocionantes e sugere um efeito protetor contra o declínio cognitivo relacionado à idade.

Cortisol e resiliência ao estresse

O cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”, é essencial para a sobrevivência em situações de perigo, mas níveis elevados de forma crônica estão ligados a problemas como ansiedade, doenças cardiovasculares e declínio mental.

No estudo, os meditadores apresentaram uma proporção menor de cortisol ativo em relação ao cortisona (sua forma inativa) no cabelo – um indicador de menor estresse acumulado ao longo do tempo.

Essa redução na relação cortisol-cortisona sugere que os meditadores têm maior reserva adaptativa e resiliência, contribuindo para a saúde geral e longevidade.

Limitações e próximos passos

Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores ressaltam que o estudo não estabelece uma relação direta de causa e efeito. É possível que meditadores de longa data tenham outros hábitos saudáveis que contribuam para os benefícios observados.

Ainda assim, as descobertas se alinham com pesquisas anteriores sobre os efeitos da meditação no controle do estresse, na saúde cerebral e na longevidade. Futuros estudos poderão investigar se outras formas de meditação produzem resultados semelhantes e como esses efeitos se manifestam em diferentes populações.

Como aliviar estresse com meditação

Se você busca como aliviar estresse de forma eficaz e duradoura, a meditação pode ser uma estratégia valiosa. A Meditação Transcendental, embora estruturada, é apenas uma das muitas técnicas disponíveis. Práticas como mindfulness, meditação guiada e respiração consciente também têm comprovados benefícios contra o estresse.

O segredo, segundo a ciência, parece estar na consistência. Assim como exercícios físicos fortalecem o corpo, a meditação regular pode fortalecer a resiliência mental e fisiológica, ajudando a enfrentar os desafios da vida moderna com maior equilíbrio.

Em um cenário onde o estresse crônico e o envelhecimento precoce são desafios crescentes, a meditação se destaca como uma ferramenta poderosa e acessível. Os achados deste estudo reforçam que práticas meditativas contínuas podem modular o organismo em nível genético, reduzir marcadores de estresse e preservar a função cerebral.

Se você ainda não experimentou, talvez seja hora de incluir alguns minutos de silêncio e atenção plena na sua rotina. O antigo hábito de meditar pode ser, afinal, um dos melhores investimentos para uma vida mais saudável e equilibrada.

Veja também: Cogumelos mágicos: a ciência por trás dos efeitos da psilocibina no cérebro

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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