Mulher vence câncer cerebral e lança livro sobre sua história
Depois de vencer um câncer cerebral, Daiene Berdoldi lançou nesta sexta-feira (8), “Por trás da cicatriz”, pela Editora Ação Set. No livro, ela narra sua própria trajetória, uma profissional no auge dos seus 36 anos e prestes a se casar que, de repente, tornou-se uma paciente de câncer cerebral. Além disso, desencorajada de antemão pela primeira equipe médica que a atendeu.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que há mais de 11 mil novos casos de câncer cerebral todos os anos no Brasil, ocupando as 10ª e 11ª posições de tumores mais frequentes em mulheres e homens, respectivamente. Segundo a última atualização do Atlas de Mortalidade, 9.355 pacientes perderam suas vidas para a doença em 2020.
Na obra, ela narra a turbulenta descoberta do tumor logo nos primeiros dias de 2020 e a decisão de cancelar o casamento que vinha planejando há dois anos. Paralelamente, como foi o reconhecimento e aceitação do seu corpo, bem como a confiança na complexa cirurgia a que foi submetida e a garra necessária durante sua recuperação.
Muito além do câncer
Há, ainda, o papel fundamental do então noivo Marcos, a quem dedica a obra. Classificando-o como seu alicerce, é ele quem a apoia na retomada dos seus sonhos e concretização do casamento, ainda que recém-operada e com pontos infeccionados na cabeça. O sim acontece exatamente no mesmo dia, lugar e do jeito que fora planejado desde o início. A autora retrata, ainda, as intermináveis sessões de radioterapia seguidas pelas quimioterapias e seus efeitos colaterais.
“Por trás da cicatriz” é uma narrativa de força e amor, recheada de depoimentos emocionantes de familiares, amigos e parceiros profissionais, até a cura, sem sequelas, feliz, resiliente, casada, cheia de planos. Além disso, segundo a escritora, sua vida pessoal e profissional estão totalmente normalizadas, apenas com acompanhamentos médicos semestrais, como é de praxe.
Logo, tão intensa como sua passagem até aqui, ela começou a escrever o livro ainda no hospital, quando sentiu que precisaria deixar um legado. Em um dos trechos descreve o que sentiu após o choque inicial, quando compreendeu que o tumor precisava gerar uma marca grande para simbolizar um novo e maior de todos os marcos, o divisor de águas. De acordo com ela, a superação só foi possível com a utilização da programação neurolinguística, da qual é praticante.
A cicatriz do câncer cerebral
“O grau de transformação pessoal pedia esse sinal à altura. A ressignificação me permitiu retomar o controle da situação e não permitir que tudo fosse gerado outra vez”, conta a escritora, que olha sua cicatriz com orgulho, já que representa um processo repleto de dores, porém igualmente lindo e rico de significados.
A evolução, para ela, é psicológica, espiritual, física e moral. “Me sinto muito mais forte. Se o câncer cerebral foi uma disfunção minha, produzida pelo meu corpo, por que esconder a cicatriz? Mostro-a sem vergonha. Pelo contrário, sei que ela encoraja e inspira”, finaliza Daiene.
Ficha técnica:
“Por trás da cicatriz”
Autores: Daiene Berdoldi e Rodrigo Sá (ghostwriter)
Editora: Ação Set
Páginas: 169
Valor: R$ 50,00
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