Mulheres que tomam café pela manhã envelhecem melhor, revela pesquisa de Harvard

Com o passar dos anos, o corpo da mulher passa por transformações naturais que impactam diretamente sua saúde física e mental. Manter o equilíbrio entre nutrição e bem-estar se torna um desafio e, ao mesmo tempo, uma necessidade.

Dentro desse cenário, um hábito aparentemente simples pode fazer toda a diferença: o café da manhã.

E, segundo um novo estudo apresentado por pesquisadores da Universidade de Harvard, o consumo moderado de café pela manhã pode ser um aliado importante no processo de envelhecimento saudável das mulheres.

Café da manhã: um ritual diário com impacto duradouro

Para muitas pessoas, o café da manhã é apenas a primeira refeição do dia. Mas, do ponto de vista metabólico e neurológico, é o momento em que o corpo desperta por completo, iniciando suas funções com base no que recebe logo nas primeiras horas do dia.

Para as mulheres, sobretudo a partir da meia-idade, essa refeição ganha ainda mais relevância.

A nova pesquisa que será divulgada pela equipe liderada pela Dra. Sara Mahdavi, da Harvard T.H. Chan School of Public Health na Nutrition 2025, acompanhou quase 50 mil mulheres ao longo de 30 anos.

O objetivo era entender como o consumo de cafeína — particularmente por meio do café — se relacionava com o envelhecimento saudável. O foco não estava apenas em uma ou duas doenças, mas em múltiplos aspectos da saúde ao longo do tempo.

O que é envelhecimento saudável?

Antes de tudo, é importante entender o que os pesquisadores definiram como envelhecimento saudável. Neste estudo, esse conceito envolvia mulheres que alcançaram os 70 anos ou mais sem doenças crônicas importantes, com boa capacidade física e mental, sem queixas de memória e com saúde emocional preservada.

Ou seja, não se trata apenas de viver mais, mas de viver com qualidade — mantendo a independência, a clareza mental e a vitalidade mesmo após décadas de vida.

O papel da cafeína na saúde das mulheres

Os dados da pesquisa revelam que as mulheres que consumiam café com cafeína regularmente entre os 45 e 60 anos tinham maior chance de envelhecer de forma saudável.

Em média, elas ingeriam cerca de 315 mg de cafeína por dia, o que equivale a aproximadamente três xícaras pequenas de café.

A análise mostrou que cada xícara adicional de café por dia estava associada a um aumento de 2% a 5% na probabilidade de um envelhecimento saudável, até um limite de cinco xícaras pequenas diárias.

O efeito foi observado especificamente com o café com cafeína — não foram encontradas associações positivas com o chá, o café descafeinado ou outras bebidas cafeinadas, como refrigerantes à base de cola.

Mais do que a cafeína em si, o tipo de bebida consumida parece fazer a diferença. Enquanto o café se mostrou benéfico, o consumo de refrigerantes foi associado a uma redução significativa nas chances de envelhecimento saudável — entre 20% e 26% a menos para cada copo adicional.

Por que o café faz bem?

O café é uma bebida complexa, composta por centenas de compostos bioativos, incluindo antioxidantes, polifenóis e outras substâncias com potencial efeito anti-inflamatório e neuroprotetor.

A combinação desses elementos pode ajudar a preservar as funções cerebrais e musculares ao longo dos anos.

Ainda que a cafeína seja o composto mais estudado, os benefícios do café parecem ir além da estimulação cerebral a curto prazo.

A pesquisa sugere que o consumo regular da bebida pode influenciar positivamente trajetórias de envelhecimento, auxiliando na preservação da função cognitiva e física ao longo do tempo.

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Café da manhã: mais do que uma refeição, uma estratégia de saúde

É justamente no café da manhã que muitas mulheres consomem a maior parte do café diário.

Incluir o café na primeira refeição pode trazer uma vantagem metabólica: ao combinar a bebida com uma refeição equilibrada — rica em fibras, proteínas e gorduras saudáveis — o corpo inicia o dia com energia estável, melhor disposição e maior capacidade de concentração.

Para mulheres acima dos 40 ou 50 anos, essa combinação pode ajudar a manter níveis hormonais mais equilibrados, melhorar o trânsito intestinal, prevenir picos de glicose e, como mostram os dados do estudo, favorecer um envelhecimento mais saudável.

Café e estilo de vida: um conjunto que faz a diferença

É importante destacar que o café, por si só, não é uma solução milagrosa.

Os maiores benefícios foram observados entre mulheres que, além de consumir café regularmente, também mantinham outros hábitos saudáveis: alimentação balanceada, prática de atividade física, peso corporal adequado e não fumavam.

Esses fatores, em conjunto, criam um ambiente favorável para o corpo envelhecer de forma equilibrada. O café, nesse contexto, atua como um reforço, e não como substituto de cuidados mais amplos com a saúde.

Nem todas as fontes de cafeína são iguais

Um ponto interessante da pesquisa foi a diferença entre o café e outras bebidas com cafeína.

O chá e o café descafeinado não apresentaram os mesmos efeitos positivos. Já o consumo de refrigerantes — especialmente os do tipo cola — foi associado a resultados negativos.

Isso levanta um ponto importante: não é só a cafeína que importa, mas o que vem junto com ela. Refrigerantes contêm altos níveis de açúcar, aditivos artificiais e, muitas vezes, têm baixo valor nutricional. Esses componentes podem neutralizar qualquer possível benefício da cafeína.

Individualidade biológica também conta

Outro aspecto abordado pelos pesquisadores foi a variação genética entre as pessoas, que pode influenciar como o organismo responde à cafeína.

Para algumas mulheres, doses maiores podem ser benéficas; para outras, podem causar desconforto ou até mesmo prejudicar a saúde.

Por isso, é fundamental observar como o corpo reage e, se necessário, buscar orientação médica.

A recomendação geral é que até duas xícaras médias por dia são seguras para a maioria das pessoas. Acima disso, os efeitos podem variar e devem ser avaliados individualmente.

Caminhos para o futuro: café, genética e saúde da mulher

A equipe de pesquisa pretende aprofundar os estudos para entender como os compostos do café interagem com os marcadores genéticos e metabólicos do envelhecimento, especialmente nas mulheres.

O objetivo é desenvolver estratégias alimentares personalizadas que ajudem a promover longevidade com qualidade, a partir de escolhas simples do dia a dia.

O que isso significa na prática?

Para mulheres que estão entrando na maturidade ou já vivem essa fase, repensar o café da manhã pode ser um passo importante.

Incluir uma xícara de café na rotina matinal, dentro de uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável, pode oferecer benefícios reais a longo prazo.

O café da manhã, quando bem planejado, deixa de ser apenas uma refeição e se transforma em uma estratégia inteligente para preservar a saúde, o bem-estar e a autonomia ao longo dos anos.

E o café, mais do que um hábito cultural, surge como um possível aliado silencioso no processo de envelhecimento saudável da mulher.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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