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Anvisa faz alerta sobre minoxidil: entenda o que é hipertricose e o risco para os bebês
Os detalhes sobre o que é hipertricose, a relação com o minoxidil e o alerta do órgão regulador sobre riscos.
Você sabe o que é hipertricose? A condição rara, também conhecida como “síndrome do lobisomem”, voltou aos noticiários após um alerta da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre os riscos do uso do minoxidil, um produto comum no tratamento contra queda de cabelo.
O órgão regulador alerta para o uso do medicamento em locais com contato direto com crianças, especialmente bebês.
Segundo o comunicado da Anvisa, houve casos relatados na Europa de crianças que desenvolveram hipertricose após contato acidental com o minoxidil, mesmo sem o uso direto da substância.
Diante da gravidade da situação, a agência pede que profissionais de saúde e pacientes redobrem os cuidados com o uso do produto.
A seguir, entenda melhor o alerta da Anvisa, o que é hipertricose, como ela pode se desenvolver, como funciona o minoxidil e por que ele pode causar esse efeito colateral.
Alerta da Anvisa e o risco de hipertricose: o que motivou a recomendação sobre o minoxidil
O minoxidil é um medicamento amplamente utilizado para tratar alopecia androgênica, ou seja, a famosa calvície, especialmente em homens.
Ele é vendido em forma de loção ou espuma e aplicado diretamente no couro cabeludo para estimular o crescimento dos fios.
A novidade é que a Anvisa emitiu pela primeira vez um alerta oficial recomendando que o risco de hipertricose seja incluído nas bulas do produto, principalmente em casos de exposição acidental por contato com a pele de bebês e crianças.
De acordo com o comunicado, profissionais de saúde devem orientar os pacientes sobre os cuidados após a aplicação do medicamento.
É essencial lavar bem as mãos, evitar segurar os bebês logo em seguida e impedir que eles toquem as áreas onde o produto foi aplicado.
Casos registrados na Europa chamaram atenção
A Europa já havia registrado casos semelhantes.
Um estudo espanhol analisou 11 casos de bebês com crescimento anormal de pelos, todos com histórico de contato com cuidadores que usavam minoxidil.
Após o fim da exposição, os sintomas diminuíram com o tempo, mas o episódio foi suficiente para levar a Agência Europeia de Medicamentos a exigir a mudança na bula do remédio, incluindo essa possível reação adversa.
O que é hipertricose?
Mas afinal, o que é hipertricose? Essa é uma condição rara caracterizada pelo crescimento excessivo de pelos em várias partes do corpo.
Inclui regiões onde normalmente não há pelos, como o centro do rosto e as bochechas.
Por isso, ela também é conhecida como “síndrome do lobisomem”.
A doença pode surgir de duas formas:
- Congênita (de nascença): quando o bebê já nasce com o problema e mantém uma quantidade anormal de pelos finos, chamados lanugos, que normalmente desapareceriam após o nascimento.
- Adquirida: quando se desenvolve mais tarde, geralmente na vida adulta, e pode ser provocada por fatores externos, como medicamentos, doenças hormonais ou até câncer.
Embora extremamente rara, a condição chama atenção pelos impactos visuais e emocionais que causa.
Em geral, os únicos locais do corpo onde os pelos não crescem são as palmas das mãos e as plantas dos pés.
Quais os sintomas da hipertricose?
Além do surgimento excessivo de pelos em diversas regiões do corpo, os pacientes com hipertricose podem apresentar:
- Espessura diferente nos fios, que podem ser finos como penugem ou mais grossos e escuros;
- Crescimento de pelos em áreas incomuns, como testa, bochechas e até nas orelhas;
- Alterações na saúde bucal, como gengivites ou ausência de dentes, dependendo da origem da síndrome.
Essa condição afeta diretamente a autoestima e a qualidade de vida do paciente, principalmente em casos mais severos.
Existe tratamento para hipertricose?
Não há cura definitiva para a hipertricose, mas o controle dos sintomas é possível.
A maior parte dos pacientes opta por métodos estéticos de remoção dos pelos, como:
- Depilação com cera;
- Barbear frequente;
- Tratamentos a laser, que reduzem o crescimento dos fios com mais durabilidade.
Em alguns casos, dependendo da causa da hipertricose adquirida, a interrupção do uso de certos medicamentos pode amenizar os sintomas.
Minoxidil e o que é hipertricose: entenda a relação com o crescimento de pelos
Agora que já explicamos o que é hipertricose, vale entender um pouco mais sobre o minoxidil — substância que vem sendo associada a alguns casos desse crescimento anormal de pelos em crianças.
O minoxidil foi originalmente desenvolvido como um medicamento para controlar a pressão arterial, pois tem uma forte ação vasodilatadora.
Em outras palavras, ele relaxa os vasos sanguíneos, facilitando o fluxo de sangue pelo corpo.
Durante os testes clínicos, no entanto, surgiu um efeito curioso: muitos pacientes passaram a apresentar um crescimento acentuado de pelos, inclusive em regiões onde isso não era comum.
Com base nessa observação, o minoxidil começou a ser utilizado de forma tópica (diretamente na pele) como tratamento contra a queda de cabelo.
Seu efeito acontece justamente por estimular a circulação sanguínea na região onde é aplicado, o que melhora a nutrição dos folículos capilares — as estruturas de onde nascem os fios.
Além disso, ele ajuda a prolongar a chamada fase anágena, que é o período em que os cabelos estão crescendo ativamente.
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Por que o minoxidil pode ser perigoso para bebês?
Como a pele dos bebês é muito sensível e absorve substâncias com mais facilidade, o simples contato com uma área onde o minoxidil foi aplicado — por exemplo, o ombro de um adulto ou as mãos de quem passou o produto — pode levar à absorção do medicamento.
Isso pode provocar efeitos colaterais inesperados, como o crescimento de pelos em regiões do corpo da criança.
Foi exatamente esse tipo de situação que motivou o alerta da Anvisa e a revisão das bulas na Europa.
Minoxidil e risco de hipertricose: o que fazer em caso de exposição acidental
Se você utiliza o produto e convive com crianças, especialmente bebês, siga estas orientações:
- Lave bem as mãos após a aplicação do minoxidil;
- Evite segurar ou amamentar a criança logo após usar o produto;
- Observe a criança para sinais de crescimento anormal de pelos;
- Em caso de suspeita, procure um médico imediatamente.
Além disso, qualquer efeito adverso pode ser comunicado diretamente à Anvisa por meio do sistema VigiMed.
É uma plataforma gratuita para o registro de problemas relacionados a medicamentos e vacinas.
Isso ajuda o órgão a monitorar e tomar medidas preventivas para proteger a população.
Informação e prevenção são os melhores caminhos
Agora que você já sabe mais sobre o que é hipertricose, como ela se manifesta e os riscos associados ao uso do minoxidil, especialmente perto de bebês, fica mais fácil entender a importância de seguir as recomendações da Anvisa.
Embora o minoxidil seja um medicamento eficaz no combate à calvície, ele não é isento de riscos — especialmente quando há crianças pequenas por perto.
Por isso, o cuidado redobrado com o manuseio do produto é essencial para evitar problemas sérios como a hipertricose infantil.
Fique atento às orientações médicas, acompanhe as atualizações das bulas e sempre priorize a segurança, principalmente no ambiente familiar. Informação é uma das principais formas de prevenção.
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