Pequena “pelinha” no ânus? Veja o que é plicoma anal e quando a cirurgia é necessária

Notou uma pequena sobra de pele na borda do ânus e ficou preocupado? Entender o que é plicoma anal ajuda a lidar melhor com essa condição.

O plicoma é um excesso de pele benigno, mas bastante comum, que pode dificultar a higiene, provocar coceira, gerar constrangimento estético e até comprometer a autoestima.

Na minha prática como cirurgião coloproctologista, acompanho com frequência pessoas nessa situação.

Muitos pacientes chegam envergonhados e inseguros, mas após a retirada do plicoma relatam não apenas alívio físico, como também uma melhora significativa na confiança e no bem-estar.

O que é plicoma e por que ele aparece?

De forma simples, o plicoma é um excesso de pele que pode surgir em diferentes tamanhos e até em mais de um ponto ao redor do ânus.

Ele não dói, não causa febre e não se transforma em câncer. O grande problema está no incômodo que pode provocar.

Na prática clínica, os plicomas costumam surgir após processos inflamatórios na região anal.

Quando há inchaço, a pele distende, e, após o término da inflamação, o tecido não volta totalmente ao normal, deixando aquela “pelinha solta”.

Diversos fatores podem favorecer esse excesso de pele:

  • Hemorróidas: após crises e tratamentos, a pele pode perder elasticidade e formar o plicoma.
  • Fissuras anais: durante a cicatrização, o canal anal fica mais espesso, o que pode gerar os chamados plicomas sentinelas.
  • Gravidez: devido ao aumento da pressão abdominal e às alterações hormonais.
  • Doença de Crohn: uma inflamação crônica do intestino que também pode afetar a região anal.
  • Sexo anal sem lubrificação adequada: pode causar atrito repetido, favorecendo fissuras e, consequentemente, o surgimento do plicoma.

Além desses fatores, o plicoma também pode surgir como uma espécie de ‘cicatriz’ após cirurgias de retirada de hemorróidas.

Mesmo depois do tratamento, é possível que reste uma pequena sobra de pele na região anal.

Por isso, compreender o que é plicoma significa reconhecer que, na maioria das vezes, ele aparece como consequência de outros processos que afetam a região anal, e não como um problema isolado.

Quando o plicoma precisa de cirurgia?

Apesar de ser algo benigno, muitos pacientes procuram tratamento porque o plicoma:

  • Dificulta a higiene íntima, acumulando resíduos;
  • Provoca coceira, dermatite ou até infecções;
  • Causa constrangimento estético;
  • Tem crescimento exagerado, trazendo desconforto físico.

Nessas situações, a cirurgia passa a ser recomendada.

Sempre explico aos pacientes que não há urgência médica, mas sim uma questão de qualidade de vida.

E, na minha experiência, a maioria das pessoas que optam pela retirada relata grande alívio depois do procedimento.

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Como é feita a cirurgia do plicoma?

Quando a decisão é pela retirada, o tratamento pode ser feito por diferentes técnicas, cada uma com suas particularidades.

Cirurgia convencional

É o método mais tradicional. Pode ser realizada com anestesia local, raquianestesia ou, em alguns casos, anestesia geral.

O excesso de pele é removido com bisturi, tesoura ou eletrocautério.

A vantagem é que é uma técnica assertiva, disponível na maioria dos serviços de saúde.

O ponto de atenção é que o tempo de recuperação pode ser um pouco maior, exigindo mais cuidados no pós-operatório.

Cirurgia a laser

Uma técnica moderna, que vem sendo cada vez mais utilizada.

O laser permite um corte rápido, preciso e com menor sangramento.

Por isso, a recuperação costuma ser mais rápida e o desconforto no pós-operatório é reduzido.

No entanto, esse tipo de cirurgia ainda não está disponível em todos os serviços e, em muitos casos, não é coberto pelos convênios médicos, o que pode torná-la mais cara.

O que esperar do pós-operatório?

O retorno às atividades varia conforme o tipo de cirurgia e o tamanho do plicoma.

De forma geral, o paciente pode voltar à rotina em alguns dias, tomando cuidados com a higiene local e seguindo as orientações médicas.

É importante lembrar que, mesmo após a retirada, é fundamental corrigir os fatores que levaram ao surgimento do plicoma (como crises de hemorróidas ou fissuras) para evitar novos problemas no futuro.

Vale a pena procurar ajuda médica?

Agora que você já entendeu melhor o que é plicoma anal, fica mais fácil perceber que, apesar de não ser um problema grave, ele pode atrapalhar bastante a rotina.

Quando o excesso de pele dificulta a higiene, causa desconforto ou afeta a autoestima, a avaliação com um coloproctologista é fundamental.

O especialista vai confirmar se realmente se trata de um plicoma e indicar o tratamento mais adequado.

Em muitos casos, a cirurgia é simples e garante não só o alívio físico, mas também uma melhora significativa na confiança e na qualidade de vida.

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Dr. Alexandre Nishimura

Médico cirurgião-geral, cirurgião robótico e coloproctologista. Membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva, Robótica e Digital (SOBRACIL). Atua com foco em técnicas avançadas e tratamentos de alta precisão.

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