O Ministério da Saúde anunciou que, a partir de dezembro, o Sistema Único de Saúde (SUS) vai disponibilizar uma vacina inédita para gestantes, com o objetivo de proteger bebês desde os primeiros dias de vida. Mas afinal, o que é vírus sincicial respiratório (VSR) e por que ele preocupa pediatras e famílias?

Esse vírus está entre as principais causas de bronquiolite e pneumonia em crianças pequenas, sendo responsável por milhares de internações todos os anos no Brasil.

A nova vacina, que custa mais de R$ 1.500 na rede privada, será aplicada em dose única a partir da 28ª semana de gestação. Assim, os anticorpos da mãe são transferidos ao bebê ainda durante a gestação, garantindo proteção já nos primeiros meses de vida.

Segundo o Ministério da Saúde, o imunizante pode evitar cerca de 28 mil internações por ano e beneficiar em torno de 2 milhões de recém-nascidos.

O que é vírus sincicial respiratório

O vírus sincicial respiratório é um microrganismo que afeta as vias respiratórias e os pulmões.

Sua transmissão acontece por gotículas expelidas ao tossir ou espirrar e também por contato com objetos ou superfícies contaminadas.

Na maioria dos casos, provoca apenas sintomas leves, semelhantes a um resfriado.

Porém, em recém-nascidos e crianças menores de dois anos pode evoluir para quadros graves, sendo a principal causa de bronquiolite e pneumonia nessa faixa etária.

Impacto do VSR na infância

Estima-se que, a cada cinco crianças infectadas pelo VSR, uma precise de atendimento médico.

Além disso, em média, uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida.

No Brasil, cerca de 20 mil bebês com menos de um ano são internados anualmente por complicações relacionadas ao VSR.

Entre prematuros, o risco é ainda maior: a taxa de mortalidade pode ser sete vezes superior à dos nascidos a termo.

Entre 2018 e 2024, foram registradas 83 mil internações de bebês prematuros com quadros de bronquite, bronquiolite e pneumonia associados ao vírus.

Como será a vacinação no SUS

O acordo entre o Instituto Butantan e a Pfizer prevê a entrega de 832,5 mil doses até novembro e mais 1 milhão em dezembro.

Os estados e municípios irão organizar seus calendários de aplicação, priorizando gestantes a partir da 28ª semana de gravidez.

O diferencial dessa estratégia é que a proteção chega ao bebê antes mesmo do nascimento, reduzindo o risco de complicações nos primeiros meses de vida, quando estão mais vulneráveis.

Leia depois: Vacina contra vírus sincicial respiratório: proteção de bebês e a possível chegada ao SUS