Entenda o que são microplásticos e como eles estão se acumulando no cérebro humano

Os microplásticos estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Essas pequenas partículas de plástico já foram encontradas na água que bebemos, no ar que respiramos e até nos alimentos que consumimos. Agora, um novo estudo publicado na revista Nature Medicine trouxe uma descoberta alarmante: os microplásticos também estão se acumulando no cérebro humano.

A pesquisa analisou cérebros de pessoas falecidas e revelou que a quantidade dessas partículas aumentou cerca de 50% entre 2016 e 2024. Além disso, o estudo identificou que cérebros de pacientes com demência tinham de três a cinco vezes mais microplásticos do que cérebros de pessoas sem a doença.

Mas o que são microplásticos e como eles vão parar dentro do nosso corpo? Entenda a seguir, aqui no SaúdeLAB.

O que são microplásticos?

Para entender melhor os riscos, primeiro é preciso saber o que são microplásticos: trata-se de pequenas partículas de plástico, com menos de cinco milímetros, que podem ser encontradas em diversos ambientes e produtos do dia a dia.

Eles podem ser classificados em dois tipos principais:

  • Microplásticos primários: são fabricados já nesse tamanho e usados em produtos como esfoliantes, cremes e pastas de dente.
  • Microplásticos secundários: surgem da degradação de plásticos maiores, como garrafas, sacolas e tecidos sintéticos. Com o tempo, esses materiais se desgastam e liberam pequenas partículas no meio ambiente.

Essas partículas minúsculas já foram detectadas em diversos lugares, como oceanos, rios, solo e até na atmosfera.

O problema é que, além de poluírem o meio ambiente, elas também estão entrando no corpo humano.

Como os microplásticos entram no corpo?

Os microplásticos podem entrar no organismo de várias formas, sendo as principais:

  • Pela ingestão: através da água, de alimentos embalados em plástico e até de peixes e frutos-do-mar contaminados.
  • Pela inalação: micropartículas suspensas no ar podem ser respiradas e se alojar nos pulmões.
  • Pelo contato com a pele: alguns estudos sugerem que certos cosméticos contendo microplásticos podem ser absorvidos pela pele, mas ainda há poucas evidências sobre esse tipo de exposição.

Uma vez dentro do corpo, essas partículas podem viajar pela corrente sanguínea e se acumular em diferentes órgãos.

Microplásticos no cérebro: o que a ciência descobriu?

O estudo publicado na Nature Medicine analisou amostras cerebrais de 52 pessoas falecidas e detectou microplásticos em todas elas.

Além disso, os cientistas perceberam que a concentração dessas partículas aumentou significativamente ao longo dos anos.

Para aprofundar a pesquisa, os cientistas examinaram cérebros de pessoas falecidas em diferentes períodos, incluindo 1997, 2016 e 2024.

O resultado mostrou um padrão claro: quanto mais recente a amostra, maior a quantidade de microplásticos no tecido cerebral.

Os pesquisadores também analisaram cérebros de pacientes diagnosticados com demência antes da morte.

Eles encontraram quantidades de microplásticos de três a cinco vezes maiores do que nos cérebros de pessoas sem a doença.

No entanto, ainda não se sabe se essas partículas contribuem para o desenvolvimento da demência ou se apenas se acumulam em maior quantidade devido à condição.

Os microplásticos estão em todo o corpo

Além do cérebro, os microplásticos já foram detectados em diversas partes do organismo humano, incluindo:

  • Pulmões: partículas presentes no ar podem ser inaladas e se alojar nos tecidos pulmonares.
  • Sangue: essas partículas podem circular pelo corpo e alcançar diferentes órgãos.
  • Fígado e rins: indícios sugerem que os microplásticos podem afetar os processos naturais de filtragem do organismo.
  • Placenta: já foram encontrados microplásticos em placentas humanas, indicando que a exposição começa ainda no útero.

Além disso, estudos recentes apontaram que pessoas com microplásticos em artérias importantes do corpo tinham um risco maior de sofrer derrames e ataques cardíacos.

Como reduzir a exposição aos microplásticos?

Embora seja difícil evitar totalmente os microplásticos, algumas medidas podem ajudar a reduzir a exposição.

Veja algumas dicas práticas:

Reduza o uso de plástico descartável

Evite embalagens plásticas de uso único.

Prefira alternativas reutilizáveis, como ecobags de tecido, garrafas de vidro ou inox e potes de vidro para armazenar alimentos.

Pequenas mudanças no dia a dia fazem a diferença para reduzir a poluição por plásticos.

Escolha cosméticos sem microplásticos

Muitos esfoliantes, cremes e pastas de dente contém pequenas partículas plásticas para proporcionar textura.

Verifique o rótulo e evite produtos com ingredientes como polyethylene e polypropylene.

Prefira opções naturais com sementes, cascas, açúcar ou sal.

Opte por alimentos a granel

Alimentos embalados podem conter microplásticos transferidos das embalagens plásticas.

Sempre que possível, compre a granel e leve seus próprios recipientes reutilizáveis.

Ferva e filtre a água da torneira

A fervura pode eliminar até 80% dos microplásticos presentes na água.

Depois de ferver, passe a água por um filtro de café ou outro filtro adequado para remover as partículas restantes.

Lave roupas sintéticas corretamente

Se precisar usar roupas de tecido sintético, lave-as de forma a reduzir a liberação de microplásticos:

Use sacos especiais para lavagem, que retêm as microfibras liberadas.

Prefira máquinas de lavar com filtros para microplásticos.

Lave as roupas com menos frequência e em ciclos mais cheios, reduzindo o atrito e a liberação de fibras plásticas.

Prefira roupas de fibras naturais

Tecidos sintéticos, como poliéster e náilon, liberam microplásticos durante a lavagem.

Opte por roupas feitas de algodão, linho, lã ou seda, que são mais sustentáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente.

Dê preferência a alimentos frescos e orgânicos

Produtos naturais e locais tendem a ter menos contato com embalagens plásticas.

Além disso, alimentos orgânicos são cultivados sem pesticidas sintéticos que podem interagir com microplásticos e aumentar seus efeitos nocivos.

Ainda há muito a ser descoberto

Os microplásticos já estão presentes no cérebro humano, mas seus impactos na saúde ainda são pouco compreendidos.

Enquanto os cientistas buscam respostas, reduzir a exposição a essas partículas pode ser um passo importante para proteger o organismo e o meio ambiente.

Adotar hábitos mais sustentáveis e evitar plásticos sempre que possível são atitudes que fazem a diferença – não apenas para a sua saúde, mas para o planeta como um todo.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

Artigos: 206
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