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Sintomas de pedra na vesícula: quando a dor na barriga pode ser sinal de alerta
Os sintomas de pedra na vesícula podem passar despercebidos em muitas pessoas, mas também podem causar crises de dor intensas e complicações sérias.
A condição, chamada colelitíase, é mais comum em mulheres acima dos 40 anos, mas pode atingir qualquer pessoa, especialmente quando existem fatores de risco como obesidade, colesterol alto e dieta rica em gorduras.
O que é a vesícula e por que ela forma pedras?
A vesícula biliar é um pequeno órgão em forma de pera localizado abaixo do fígado, no lado direito da barriga.
Sua função é armazenar a bile, um líquido produzido pelo fígado que ajuda na digestão das gorduras e na absorção de algumas vitaminas.
Quando a bile fica muito concentrada ou há excesso de colesterol, podem se formar depósitos endurecidos, as chamadas pedras na vesícula.
Esses cálculos variam de tamanho: podem ser minúsculos como grãos de areia ou chegar a vários centímetros.
Tipos de cálculos biliares
Existem dois tipos principais:
- Cálculos de colesterol – representam a maioria dos casos e costumam ter coloração amarelada.
- Cálculos pigmentares – são mais raros, de cor escura, formados quando há excesso de pigmentos biliares.
Leitura Recomendada: Problemas no fígado após retirada da vesícula: é possível? Saiba o que esperar e quando se preocupar
Quais são os sintomas de pedra na vesícula?
Nem todas as pessoas apresentam sinais.Muitas vezes, a descoberta acontece por acaso em exames de rotina, como o ultrassom abdominal.
Mas, quando aparecem, os sintomas de pedra na vesícula mais comuns incluem:
- Dor na parte superior direita da barriga, logo abaixo das costelas.
- Dor que pode irradiar para o ombro direito ou para as costas.
- Náuseas, vômitos, azia e má digestão frequente.
Quando a pedra se desloca e obstrui os canais biliares, os sintomas podem ser mais graves:
- Dor abdominal intensa e prolongada.
- Pele e olhos amarelados (icterícia).
- Urina escura e fezes claras.
- Febre e calafrios, que podem indicar infecção.
Esses sinais exigem atendimento médico imediato, pois podem estar relacionados a complicações como pancreatite ou infecções graves dos ductos biliares.
Veja também: Dieta para vesícula inflamada: o que comer e o que evitar
Fatores de risco para pedras na vesícula
Diversos fatores aumentam a chance de desenvolver cálculos biliares, incluindo:
- Histórico familiar da doença.
- Ser mulher, especialmente acima dos 40 anos.
- Obesidade e sobrepeso.
- Dieta rica em gorduras e pobre em fibras.
- Colesterol alto.
- Sedentarismo.
- Diabetes.
- Gravidez, uso de anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal.
- Doenças como anemia hemolítica ou inflamatórias intestinais.
- Perda de peso rápida ou jejum prolongado.
Como é feito o diagnóstico?
O exame mais utilizado para confirmar a presença de pedras na vesícula é o ultrassom de abdômen superior.
Em alguns casos, tomografia, ressonância magnética ou até raio-x podem ser indicados para complementar a investigação.
Veja também: Pedra na vesícula causa gases? Descubra a relação e como aliviar o desconforto
Existe tratamento natural para eliminar pedras na vesícula?
Não há evidências científicas de que chás ou terapias naturais consigam dissolver as pedras.
Em casos muito selecionados, medicamentos como o ácido ursodesoxicólico podem ajudar a dissolver cálculos pequenos de colesterol, mas esse tratamento é limitado.
O tratamento mais eficaz, quando há sintomas ou risco de complicações, é a colecistectomia (cirurgia para retirada da vesícula).
O procedimento é geralmente minimamente invasivo, rápido e com recuperação rápida, variando de alguns dias a algumas semanas, dependendo do caso.
Quem não apresenta sintomas muitas vezes não precisa de cirurgia imediata.
O médico pode optar por acompanhamento periódico, observando o surgimento de sinais de alerta.
É possível viver sem vesícula?
Sim. A maioria das pessoas vive normalmente após a retirada da vesícula.
No início, recomenda-se evitar refeições muito ricas em gordura. Com o tempo, o organismo se adapta e é possível manter uma alimentação equilibrada, com fibras, frutas e vegetais.
Complicações que podem surgir
Quando não tratadas, as pedras na vesícula podem causar:
- Colecistite aguda – inflamação da vesícula.
- Coledocolitíase – quando pedras obstruem os canais biliares.
- Pancreatite aguda – inflamação grave do pâncreas.
- Colangite – infecção dos canais biliares.
- Raramente, aumento do risco de câncer de vesícula.
Como prevenir a formação de pedras
Embora nem todos os casos possam ser evitados, algumas medidas reduzem o risco:
- Manter uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas e vegetais.
- Evitar excesso de gorduras saturadas.
- Praticar atividade física regular.
- Controlar o peso, evitando emagrecimentos muito rápidos.
- Cuidar dos níveis de colesterol e glicose no sangue.
A atenção aos sintomas de pedra na vesícula é fundamental para diagnóstico precoce e prevenção de complicações.
Diante de dor abdominal frequente, náuseas ou alterações na cor da pele e da urina, procure orientação médica.
Continue a leitura: Coledocotomia: saiba o que acontece após a remoção da vesícula biliar
Referências
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