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As dietas e suplementos populares estão arruinando a pele de muita gente
Problemas de pele causados por suplementos e dietas da moda têm se tornado cada vez mais comuns, segundo um estudo publicado na revista científica Cureus.
A pesquisa alerta para os riscos dermatológicos de práticas alimentares populares, muitas vezes impulsionadas por influenciadores digitais e propagandas em redes sociais.
Nos últimos anos, milhares de pessoas passaram a seguir dietas restritivas ou a tomar suplementos sem orientação médica.
A promessa de perda de peso rápida, melhora na aparência ou mais energia tem levado muitos a fazer escolhas sem conhecer os riscos.
E, muitas vezes, é a pele que dá os primeiros sinais de que algo está errado no organismo.
A influência das redes sociais na alimentação
Vídeos curtos, fotos de “antes e depois” e depoimentos de influenciadores têm moldado a forma como as pessoas escolhem o que comer e quais suplementos consumir.
Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube estão repletas de dicas e receitas “milagrosas” que, embora pareçam inofensivas, podem trazer sérios riscos à saúde.
Pesquisas recentes mostram que mais da metade dos conteúdos sobre nutrição nessas redes são imprecisos ou não possuem base científica.
A falta de alertas sobre efeitos colaterais e o incentivo ao uso exagerado de produtos sem acompanhamento médico contribuem para o aumento dos problemas de pele causados por suplementos.
Quando a pele dá o primeiro sinal de alerta
A pele é um órgão sensível e costuma ser uma das primeiras partes do corpo a manifestar sinais de desequilíbrio.
Irritações, manchas, queda de cabelo, coceiras e alterações nas unhas são sintomas comuns em pessoas que seguem dietas radicais ou exageram no consumo de vitaminas e minerais.
De acordo com o estudo, médicos vêm identificando cada vez mais casos de dermatites, distúrbios nas unhas, inflamações, erupções cutâneas e até doenças mais graves da pele ligados diretamente ao uso de suplementos ou à adoção de dietas sem orientação.
Dietas da moda e os problemas de pele
Embora muitas dietas populares sejam divulgadas como soluções rápidas para emagrecer ou melhorar a saúde, elas podem desencadear uma série de reações inesperadas no corpo, especialmente na pele.
Quando seguidas sem orientação, algumas dietas populares podem fazer o efeito contrário.
Cetogênica, vegana, crudívora, carnívora, paleolítica e até a sem glúten: veja como essas escolhas alimentares, se mal conduzidas, estão por trás de diversos problemas de pele.
Dieta cetogênica: risco de erupções
A dieta cetogênica, que reduz drasticamente o consumo de carboidratos e foca em gorduras, se popularizou com a promessa de emagrecimento rápido.
Porém, ela também está associada a uma condição chamada “erupção cetogênica” ou prurigo pigmentoso.
Essa erupção costuma surgir entre uma e quatro semanas após o início da dieta, com manchas vermelhas que coçam bastante, especialmente no pescoço, tronco e rosto.
Como muitos médicos ainda não estão familiarizados com esse quadro, o diagnóstico pode ser confundido com outras doenças de pele.
Dietas veganas mal planejadas
Dietas à base de vegetais podem ser benéficas quando bem planejadas.
No entanto, muitas pessoas que adotam uma dieta vegana não fazem a suplementação adequada, o que pode causar deficiências de ferro, vitamina B12, proteínas e ácidos graxos essenciais.
Os problemas de pele causados por suplementos ou pela falta deles incluem: lábios rachados, pele seca, unhas quebradiças, glossite (inflamação na língua) e até escurecimento da pele em algumas regiões.
Além disso, o excesso de betacaroteno (presente em alimentos como cenoura e abóbora) pode deixar a pele amarelada.
Dietas cruas e sem carboidratos
Algumas dietas veganas mais radicais, como a crudívora (que só permite alimentos crus), podem ser ainda mais perigosas.
A falta de nutrientes importantes, como proteínas e biotina, pode causar queda de cabelo, pele sensível, dificuldade de cicatrização e aumento de infecções cutâneas.
Já as dietas carnívoras e sem carboidratos eliminam completamente alimentos de origem vegetal, o que prejudica a flora intestinal e reduz a imunidade da pele.
Sem vitaminas como a C e sem fibras, o corpo fica mais vulnerável a inflamações e infecções.
Dieta paleolítica e sem glúten
A dieta paleolítica, que exclui grãos, laticínios e leguminosas, pode melhorar condições como acne e eczema em algumas pessoas.
No entanto, ela também pode causar deficiências de cálcio e outros minerais essenciais para a saúde da pele.
Dietas sem glúten, por sua vez, só são necessárias para quem tem doença celíaca ou sensibilidade ao glúten.
Quando adotadas sem necessidade, podem levar a desequilíbrios nutricionais que resultam em problemas de pele.
O perigo do excesso de suplementos
O uso indiscriminado de vitaminas, minerais e proteínas em pó pode causar efeitos indesejados, especialmente na pele.
Muitos acreditam que, por serem “naturais”, os suplementos são sempre seguros — o que não é verdade.
Selênio, zinco e niacina: amigos ou vilões?
Esses três nutrientes são essenciais em pequenas quantidades, mas o excesso pode ser altamente tóxico.
A suplementação exagerada de selênio pode causar queda de cabelo, unhas fracas, cansaço, problemas digestivos e até um hálito com cheiro de alho; sinais clássicos de selenose.
Já o excesso de zinco, bastante usado para fortalecer a imunidade e tratar acne, pode reduzir a absorção de cobre, causando anemia, úlceras na pele, queda de cabelo e perda de coloração dos fios e da pele.
A niacina, se tomada em grandes doses, provoca vermelhidão no rosto, coceira intensa e, em casos graves, dermatite esfoliativa.
Esses são alguns dos principais problemas de pele causados por suplementos quando usados sem controle.
Whey protein e colágeno: o lado oculto dos suplementos de beleza
A proteína do soro do leite, o famoso whey protein, é um dos suplementos mais usados por quem busca ganho de massa muscular.
Porém, seu consumo excessivo está associado ao aumento da acne, principalmente em jovens e atletas.
Isso acontece porque o whey estimula hormônios que aumentam a oleosidade da pele e a produção de sebo.
Já o colágeno, famoso por “rejuvenescer” a pele, pode causar alergias, inchaços e até problemas intestinais quando consumido em excesso ou de forma inadequada.
O problema é que muitos produtos não trazem informações claras no rótulo e não passam por fiscalização rigorosa.
Além disso, suplementos para ganho de massa ou energia podem conter substâncias escondidas, como esteroides ou estimulantes, que agravam ainda mais os riscos para a pele e para todo o organismo.
Por que os jovens estão mais expostos
Estudos apontam que jovens adultos, atletas amadores e pessoas que buscam transformações rápidas no corpo são os grupos mais afetados pela desinformação.
Vídeos que viralizam com “truques rápidos” para emagrecer ou ganhar músculo acabam influenciando decisões perigosas.
Com a promessa de pele bonita, corpo em forma e mais disposição, muitas dessas pessoas acabam exagerando nos suplementos ou entrando em dietas restritivas sem considerar os riscos.
Os problemas de pele causados por suplementos viram um efeito colateral invisível nas redes sociais, pois ninguém costuma mostrar os efeitos negativos nos vídeos.
O que os médicos recomendam
Para os especialistas, é fundamental que médicos e nutricionistas estejam atentos aos sinais dermatológicos que podem indicar desequilíbrios alimentares ou intoxicações por suplementos.
Além de tratar os sintomas, é preciso investigar o histórico alimentar, uso de suplementos e hábitos influenciados pelas redes sociais.
Outra recomendação importante é a de educar a população sobre os riscos do “autodiagnóstico” e da automedicação com vitaminas, shakes, cápsulas e dietas da internet.
A alfabetização em saúde digital — ou seja, saber identificar o que é informação confiável online — é uma das principais ferramentas de prevenção hoje.
Caminhos mais seguros para cuidar da pele e da saúde
Em vez de seguir a última moda das redes sociais, o ideal é buscar orientação profissional e seguir um plano alimentar equilibrado.
A pele reflete diretamente o que comemos, mas exageros ou restrições não trazem benefícios duradouros.
Pelo contrário: podem deixar marcas visíveis e, muitas vezes, difíceis de tratar.
É importante lembrar que problemas de pele causados por suplementos podem ser evitados com acompanhamento médico, exames regulares e atenção aos sinais do próprio corpo.
Mais do que seguir tendências, é preciso entender que saúde se constrói com conhecimento, responsabilidade e escolhas bem informadas.
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