Quase ninguém atinge o básico: o alerta global sobre ômega-3

A ingestão ideal de ômega-3 (nutriente conhecido por apoiar o coração, o cérebro e até a visão) acaba de ganhar um novo retrato, e ele não é dos mais animadores. Uma revisão publicada na Nutrition Research Reviews mostra que, apesar de toda a popularidade da chamada “gordura boa”, boa parte da população mundial ainda não chega perto da recomendação de ômega-3 considerada adequada para a saúde.

Logo no início, os autores destacam um ponto comum entre diferentes países: o consumo real de EPA e DHA, as formas de ômega-3 mais importantes para o organismo, fica abaixo do recomendado na maioria das regiões avaliadas.

Isso não se limita aos adultos. Aparece em praticamente todas as faixas etárias.

Adultos seguem distantes da quantidade ideal de ômega-3 por dia

Para adultos saudáveis, diretrizes internacionais sugerem cerca de 250 mg por dia de EPA e DHA somados.

Esse valor costuma ser atingido com uma ou duas porções semanais de peixes gordos, como sardinha, atum ou salmão.

Na prática, porém, a revisão indica que grande parte dos países não chega nem à metade dessa quantidade.

É uma diferença que se mantém de forma consistente, especialmente em locais onde o consumo de peixe já é naturalmente mais baixo.

Gestantes precisam de atenção redobrada ao DHA

Na gestação, o cuidado deve ser ainda maior.

O estudo aponta que, para apoiar o desenvolvimento do cérebro e dos olhos do bebê, muitas diretrizes recomendam 100 a 200 mg extras de DHA por dia.

Como atingir essa meta apenas pela alimentação nem sempre é possível, várias recomendações internacionais sugerem o uso de suplementos quando o consumo de peixes é insuficiente.

Isso pode contribuir para uma gestação mais segura e favorecer a saúde do bebê desde o início.

Crianças e adolescentes também consomem pouco ômega-3

A ingestão nessa faixa etária varia bastante ao redor do mundo, mas o padrão é parecido, crianças e adolescentes estão ficando muito abaixo do recomendado.

Dependendo da idade, as diretrizes citam valores entre 40 e 250 mg por dia.

Em países onde peixe não faz parte do dia a dia, o risco de ingestão insuficiente aumenta ainda mais, e isso importa, já que EPA e DHA participam de processos ligados ao desenvolvimento cognitivo e imunológico.

Idosos têm benefícios potenciais, mas seguem consumindo pouco

O envelhecimento traz desafios para o coração, para a cognição e até para a força muscular, que são áreas nas quais o ômega-3 pode desempenhar um papel de apoio.

Ainda assim, a revisão mostra que a maioria dos idosos também fica distante da recomendação de ômega-3.

Isso representa uma oportunidade perdida de proteção justamente em uma fase da vida em que o corpo mais precisa.

Um desafio global: sabemos o que fazer, mas ainda não colocamos em prática

As recomendações existem e, em muitos casos, são bastante parecidas entre os países.

O problema está em torná-las viáveis no dia a dia.

Os autores defendem alternativas como:

  • alimentos enriquecidos com EPA e DHA;
  • suplementos, especialmente para populações que consomem pouco peixe;
  • uso de fontes sustentáveis, como óleos de microalgas, para reduzir a pressão sobre a pesca.

Essas medidas poderiam ajudar tanto na saúde pública quanto no impacto ambiental.

Por que isso importa?

A revisão reforça que os benefícios do ômega-3 se estendem por toda a vida.

Garantir a ingestão adequada não é apenas um detalhe da alimentação equilibrada, é uma estratégia realista para apoiar a saúde de diferentes gerações.

Tornar esse acesso mais simples, seja pela dieta, pela fortificação de alimentos ou por suplementação quando necessário, pode ser um passo importante para reduzir riscos e melhorar indicadores de saúde em escala populacional.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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