Sintomas de overtraining: quando o corpo pede pausa

Treinar faz bem para o corpo e para a mente, mas até mesmo o exercício pode ultrapassar o limite do saudável.

Quando o volume e a intensidade dos treinos superam a capacidade de recuperação do organismo, surgem sinais de alerta que indicam uma condição conhecida como síndrome do overtraining.

Apesar de ser mais comum em atletas e praticantes de alta performance, ela também pode atingir quem treina com frequência sem respeitar o descanso.

O resultado é o oposto do esperado: em vez de evoluir, o corpo entra em colapso físico e mental, um dos sintomas de overtraining mais típicos.

Sintomas de overtraining: fadiga persistente e queda de rendimento

O primeiro e mais evidente sintoma de overtraining é a fadiga persistente.

A pessoa sente o corpo pesado, o treino parece mais difícil e o desempenho cai, mesmo mantendo o mesmo esforço.

Diferente do cansaço comum, essa fadiga não melhora com uma noite de sono ou um dia de pausa.

É uma exaustão prolongada, que interfere inclusive nas atividades diárias e no humor.

Ainda dentro desse contexto de sintomas overtraining, um sinal marcante é a queda de rendimento.

Cargas que antes eram bem toleradas tornam-se insuportáveis.

Há perda de força, falta de coordenação e diminuição do ritmo.

O corpo, sem tempo para se recuperar, não consegue adaptar-se ao estresse do treino, e o que deveria gerar evolução passa a provocar regressão.

Impactos mentais e emocionais do overtraining

Além dos efeitos físicos, o overtraining impacta diretamente o sistema nervoso central.

Mudanças de humor, irritabilidade, apatia, ansiedade e até sintomas depressivos são comuns.

O sono também é afetado.

A pessoa pode ter dificuldade para adormecer, acordar várias vezes à noite ou levantar sem se sentir descansada.

Esse ciclo prejudica ainda mais a recuperação muscular e hormonal.

Outros sintomas de overtraining e sinais de alerta

Os sintomas físicos do overtraining vão além da fadiga.

A frequência cardíaca de repouso costuma ficar mais alta, há maior propensão a infecções e lesões, e surgem alterações hormonais, como aumento do cortisol e redução de testosterona e hormônios tireoidianos.

Em mulheres, é comum notar irregularidades menstruais; em homens, queda da libido.

Também podem ocorrer distúrbios digestivos, perda de apetite e dificuldade de ganhar ou manter massa muscular.

Sintomas de overtraining: diagnóstico e recuperação

O diagnóstico do overtraining é clínico, baseado na observação desses sinais e na exclusão de outras causas, como anemia ou doenças metabólicas.

Em geral, ele se desenvolve após longos períodos de treino intenso sem descanso adequado, somados a sono ruim, alimentação deficiente e estresse emocional.

Ao perceber esses sintomas de overtraining, o primeiro passo é interromper ou reduzir a intensidade dos treinos.

O corpo precisa de um período de recuperação, que pode durar dias ou semanas, para restaurar o equilíbrio fisiológico.

O acompanhamento com médico do esporte e nutricionista é fundamental para ajustar a carga de treino, otimizar a nutrição e restabelecer o bem-estar.

Estratégias como alongamentos leves, caminhadas, massagens, crioterapia e relaxamento mental auxiliam nesse processo.

Prevenção: respeitar os limites é essencial

Mais importante do que tratar o overtraining é preveni-lo.

Respeitar o descanso, dormir bem, alimentar-se de forma equilibrada e variar os estímulos de treino são atitudes que garantem evolução sem comprometer a saúde.

Treinar é impor um estresse ao corpo; crescer é saber recuperar-se dele.

Referência:
Kreher, J. B. (2016). Diagnosis and prevention of overtraining syndrome: an opinion on education strategies. Open Access Journal of Sports Medicine, 7, 115–122. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5019445/

Dra Priscila Benfica é médica do esporte do Studio Gorga Bem-Estar – www.drapribenfica.com.br

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Priscilla Dra. Priscilla Benfica
Priscilla Dra. Priscilla Benfica

Dra. Priscilla Benfica é Médica do Esporte (CRM/SP 202324 | RQE 100541) no Studio Gorga Bem-Estar. Atua com foco em performance esportiva, emagrecimento, ganho de massa muscular, longevidade e qualidade de vida. Formada como Médica do Exercício e do Esporte com residência médica pelo IAMSPE-SP e possui pós-graduação em Fisiologia do Exercício e Nutrologia. Integrou a equipe médica da seleção brasileira de base do judô paralímpico, no ciclo dos Jogos de Paris.

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