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Sintomas de TDAH em crianças: o que a ciência viu que os pais precisam saber
Os sintomas de TDAH em crianças costumam gerar preocupação entre pais e educadores e, quando aparecem junto ao aumento do tempo de tela, as dúvidas só crescem.
Agora, um novo estudo que acompanhou mais de oito mil crianças ao longo de quatro anos ajuda a esclarecer parte dessa relação e mostra que nem toda atividade digital afeta a atenção da mesma maneira.
Pesquisadores dos Estados Unidos e da Suécia analisaram como diferentes usos da tecnologia se relacionam com mudanças no comportamento infantil.
E entre todas as formas de mídia avaliadas, as redes sociais foram as únicas associadas a um aumento gradual nos sintomas ligados à desatenção.
Sintomas de TDAH em crianças: o que o estudo descobriu
A pesquisa publicada na revista Pediatrics Open Science acompanhou crianças de 9 a 13 anos e comparou três tipos de uso digital:
- redes sociais,
- videogames,
- e TV/vídeos.
O resultado mais consistente foi o seguinte: quanto maior o uso de redes sociais, maior o aumento nos sintomas de desatenção ao longo do tempo.
O efeito não é brusco. Ele aparece devagar, ano após ano; pequeno quando observado isoladamente, mas relevante quando se acumula.
Segundo os autores, mesmo uma mudança pequena pode se tornar importante quando aparece em muitas crianças ao mesmo tempo.
Já videogames e TV não mostraram esse padrão.
Em alguns casos, os games chegaram a se associar a uma leve redução de sintomas de hiperatividade, possivelmente por exigirem atenção contínua durante a atividade.
Por que as redes sociais têm esse efeito?
Os pesquisadores apontam que a própria lógica das plataformas pode contribuir, especialmente redes como Instagram, Snapchat ou Facebook/Meta, que trabalham com notificações constantes, mensagens rápidas e estímulos que mudam o tempo todo.
Para o cérebro, isso funciona quase como interrupções sucessivas; e interrupções frequentes são conhecidas por atrapalhar a concentração, inclusive em adultos.
Outro ponto testado foi a predisposição genética ao TDAH.
Mesmo considerando esse fator, crianças com maior risco genético não foram mais sensíveis às redes sociais do que as outras.
Isso sugere que o impacto observado se relaciona mais ao ambiente digital do que à genética.
O estudo também verificou se crianças mais desatentas tenderiam a usar mais redes sociais com o tempo, e isso não aconteceu.
O que isso significa para pais e cuidadores
O levantamento mostra que, aos 9 anos, as crianças usavam cerca de meia hora de redes sociais por dia.
Aos 13, a média já chegava a quase duas horas e meia, mesmo com plataformas que exigem idade mínima de 13 anos.
O estudo não demoniza a tecnologia, mas reforça a importância do acompanhamento adulto.
Conversar sobre o uso, estabelecer limites e entender o tipo de conteúdo consumido são medidas que ajudam a equilibrar o impacto do digital na rotina da criança.
Os autores destacam ainda que o aumento de sintomas não transforma a criança em portadora de TDAH.
Mas mostra que, para parte delas, o uso excessivo das redes pode favorecer comportamentos ligados à desatenção.
A discussão envolve também escolas, profissionais de saúde e as próprias empresas de tecnologia.
Afinal, o design das plataformas influencia diretamente como as crianças interagem com elas.
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