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Tênis de corrida feminino é uma ilusão? Estudo aponta falhas no design
Você já parou para pensar que a maioria dos tênis de corrida feminino vendidos hoje são, na verdade, versões menores dos modelos masculinos, com cores diferentes, mas praticamente o mesmo formato?
Essa diferença, aparentemente simples, pode contribuir para dores, desconfortos e até aumentar o risco de lesões, segundo muitas corredoras.
Um novo estudo canadense trouxe à tona uma discussão que há muito tempo passava despercebida: as mulheres precisam de tênis pensados para elas e não apenas adaptados dos modelos masculinos.
A pesquisa, publicada na revista científica BMJ Open Sport & Exercise Medicine, ouviu 21 corredoras de diferentes idades e níveis de experiência (de amadoras a competidoras) para entender como elas escolhem seus calçados e o que esperam deles.
O resultado é um retrato fiel de como o mercado ainda ignora diferenças anatômicas e biomecânicas entre homens e mulheres.
O tênis de corrida feminino ainda não atende plenamente às necessidades das mulheres
O estudo revelou que a maioria dos modelos disponíveis ainda é desenhada a partir da forma do pé masculino, apenas “encolhida e pintada de rosa”, prática conhecida no setor como ”shrink it and pink it” (ou “encolha e pinte de rosa”).
As participantes apontaram que o ideal seria desenvolver calçados com bico mais largo, calcanhar mais estreito e mais amortecimento, características que se ajustam melhor ao formato dos pés femininos.
As corredoras também relataram que suas necessidades mudam ao longo da vida.
Durante a gravidez e o pós-parto, muitas perceberam que os pés aumentaram de tamanho ou ficaram mais sensíveis, exigindo maior suporte e estabilidade.
Já com o envelhecimento, cresce a preferência por tênis com mais conforto e amortecimento, deixando de lado critérios como estilo ou leveza.
Outro ponto destacado foi a prevenção de lesões.
A maioria das mulheres acredita que um bom par de tênis é essencial não apenas para o desempenho, mas para evitar dores e contusões.
Várias participantes disseram ter trocado de marca ou modelo após sofrerem lesões relacionadas ao uso de calçados inadequados.
Por que isso importa e o que pode mudar daqui para frente
Os pesquisadores destacam que ainda existe um desequilíbrio histórico na indústria esportiva.
Durante décadas, quase todos os testes e estudos sobre tênis de corrida foram feitos com homens, levando as marcas a criar padrões baseados em pés masculinos.
Mas diferenças anatômicas (como quadris mais largos, pés com formato distinto e impacto diferente durante a corrida) tornam fundamental que o tênis de corrida feminino tenha um design próprio.
A mensagem das corredoras é a de que não basta mudar a cor ou o tamanho do tênis; é preciso mudar o projeto.
Isso inclui desenvolver modelos que considerem cada fase da vida da mulher, ou seja, da juventude à maturidade, incluindo a gestação e o retorno ao esporte no pós-parto.
Enquanto as empresas não avançam nessa direção, muitas mulheres seguem fazendo adaptações por conta própria, testando marcas, ajustando tamanhos e tentando equilibrar conforto e desempenho.
A ciência agora está puxando essa discussão, e, portanto, a pressão por um design verdadeiramente feminino promete transformar o futuro dos calçados esportivos.
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