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Vitamina C para pele envelhecida: será que realmente tem resultados positivos?
Ao longo do tempo, nossa pele passa por transformações inevitáveis. Rugas, ressecamento, perda de firmeza e de viço são algumas das mudanças mais evidentes.
Em meio a tantas promessas de rejuvenescimento oferecidas pelo mercado da beleza, a vitamina C segue sendo uma das mais mencionadas — especialmente quando se fala em envelhecimento cutâneo.
Mas afinal, será que ela realmente tem efeitos positivos para a pele que já mostra sinais do tempo? Ou seja, vitamina C para pele envelhecida realmente apresenta algum resultado?
Novas evidências científicas começam a lançar luz sobre essa questão com mais precisão. Veja os detalhes aqui, no SaúdeLAB.
Envelhecimento da pele: o que realmente acontece?
A pele é o maior órgão do corpo humano e a primeira linha de defesa contra agressões externas, como poluição, radiação solar, micro-organismos e mudanças de temperatura.
Com o passar dos anos, especialmente a partir dos 40 anos, a epiderme — camada mais externa da pele — passa a ficar mais fina e frágil. Essa mudança pode comprometer a barreira protetora, tornando a pele mais vulnerável, ressecada e menos capaz de se regenerar.
Grande parte dessa estrutura é composta por queratinócitos, células que se formam nas camadas mais profundas da epiderme e migram para a superfície para formar a barreira cutânea. O problema é que, com a idade, esse processo de renovação celular desacelera.
É aí que a vitamina C entra em cena com um papel potencialmente relevante.
Vitamina C: mais do que um antioxidante
Muito conhecida por sua ação antioxidante e por sua participação na síntese de colágeno, a vitamina C (ácido ascórbico) vai além da proteção contra os radicais livres.
Segundo o estudo publicado no Journal of Investigative Dermatology (abril de 2025), a vitamina C tem a capacidade de modular a atividade genética da pele, influenciando diretamente o crescimento e a diferenciação das células epiteliais.
Os cientistas japoneses utilizaram modelos de pele humana cultivados em laboratório — chamados de equivalentes epidérmicos — para avaliar o impacto da vitamina C na regeneração cutânea.
Em concentrações semelhantes às encontradas no organismo após suplementação oral, o ácido ascórbico demonstrou resultados expressivos.
Após sete dias de exposição à vitamina, foi observado um espessamento significativo da camada celular da epiderme, sem alteração relevante da camada córnea (a mais externa).
Após 14 dias, o tecido apresentou ainda mais queratinócitos em multiplicação ativa, o que indica estímulo à renovação celular.
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Vitamina C para pele envelhecida
Um dos pontos mais interessantes da pesquisa foi o entendimento de como a vitamina C atua em nível molecular. O estudo identificou que ela estimula a expressão de genes relacionados à proliferação celular por meio de um processo chamado desmetilação do DNA.
Mas o que isso significa? De forma simples, o DNA das células contém “marcadores químicos” que podem ativar ou silenciar determinados genes.
Com o envelhecimento, genes importantes para a regeneração da pele tendem a ficar “silenciados”. A vitamina C age como um cofator para enzimas conhecidas como TET, que são responsáveis por remover essas marcas químicas (metilas), reativando os genes que favorecem a regeneração cutânea.
O resultado: mais células se dividindo, mais queratinócitos formados e, consequentemente, uma pele mais espessa e fortalecida — características fundamentais para manter a integridade da barreira cutânea, especialmente em pessoas mais velhas.
Vitamina C funciona para todo tipo de pele?
Embora os resultados do estudo sejam promissores, é importante destacar que a pesquisa foi feita em modelo laboratorial, o que representa um passo importante, mas ainda inicial.
Mais estudos clínicos em humanos são necessários para confirmar esses efeitos de forma mais ampla, especialmente em peles envelhecidas naturalmente ao longo do tempo.
Outro ponto a considerar é que os benefícios dependem de como a vitamina C é aplicada ou administrada.
A absorção cutânea do ácido ascórbico depende de uma formulação estável, com pH adequado e concentração eficaz. Além disso, fatores como alimentação, exposição solar e uso de cosméticos complementares também influenciam os resultados.
Suplemento ou creme: o que funciona melhor?
A vitamina C pode ser utilizada de duas formas principais: uso tópico (diretamente na pele) ou por meio da suplementação oral. Ambas as abordagens têm prós e contras.
- Uso tópico: É a forma mais direta de atuação sobre a pele, especialmente se o produto for bem formulado. A vitamina C tópica atua nas camadas superiores da pele e pode contribuir com uniformização do tom, estímulo ao colágeno e ação antioxidante.
- Suplementação oral: Pode complementar os efeitos tópicos ao fornecer a vitamina ao organismo como um todo. Parte da vitamina consumida chega à pele por meio da corrente sanguínea, embora em menor quantidade do que a aplicada diretamente.
O ideal é buscar orientação de um profissional de saúde para avaliar a melhor estratégia, principalmente em pessoas com pele sensível ou condições dermatológicas específicas.
O que podemos concluir até agora?
A nova pesquisa conduzida por cientistas japoneses representa um avanço relevante na compreensão dos efeitos da vitamina C na pele envelhecida.
Os dados indicam que, além dos efeitos antioxidantes e de estímulo ao colágeno já conhecidos, a vitamina C pode ter um papel ativo na reativação genética de células da epiderme, promovendo o espessamento da pele e fortalecendo sua função de barreira.
Embora ainda sejam necessários ensaios clínicos em larga escala para validar completamente esses efeitos em seres humanos, as evidências laboratoriais são encorajadoras.
A vitamina C se mostra, portanto, uma aliada importante para a saúde da pele madura, especialmente quando utilizada de forma adequada e sob orientação.
Para quem busca estratégias eficazes para cuidar da pele ao longo do envelhecimento, investir em bons hábitos — como alimentação equilibrada, proteção solar e hidratação — continua sendo essencial.
E, dentro desse contexto, a vitamina C ganha cada vez mais espaço como uma das substâncias com potencial comprovado para proteger e revitalizar a pele com o passar do tempo.
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