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Zinco e asma infantil: o que a ciência já descobriu até agora
Crises de tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar fazem parte da rotina de muitas crianças com asma.
Mas um mineral presente em alimentos comuns pode ter mais influência nessa doença do que se imaginava. Estamos falando do zinco e asma infantil, uma relação que vem sendo cada vez mais estudada pela ciência.
Algumas pesquisas sugerem que baixos níveis do nutriente estão associados a sintomas mais intensos, enquanto outras não encontraram a mesma correlação.
O fato é que os indícios chamam a atenção e colocam o zinco como um possível aliado na luta contra a asma.
Por que o zinco é importante para a infância
O zinco participa de mais de 300 processos no corpo humano, sendo fundamental para o crescimento, o desenvolvimento e a defesa do organismo contra infecções.
Entre suas funções, está o equilíbrio da resposta imunológica: ele ajuda a evitar que o sistema de defesa exagere diante de estímulos como poeira, pólen ou ácaros, gatilhos comuns de crises de asma.
Quando há deficiência de zinco, esse equilíbrio pode se perder, favorecendo processos inflamatórios.
Zinco e asma infantil: o que mostram os estudos
Revisões científicas apontam que, em média, crianças com asma tendem a ter níveis mais baixos de zinco do que crianças sem a doença.
Há pesquisas que relacionam essa deficiência a piores índices de função pulmonar e maior dificuldade para manter os sintomas sob controle. Porém, outros trabalhos não encontraram relação direta.
O que se pode dizer até agora é que a falta de zinco pode estar associada a maior vulnerabilidade em alguns pacientes, mas não se trata de uma regra universal.
Por isso, mais estudos clínicos são necessários antes de confirmar se a suplementação realmente deve fazer parte da rotina terapêutica.
Rinite e zinco: o mistério da distribuição do mineral
Além da asma, a rinite alérgica também foi estudada em relação ao zinco.
Os resultados chamam a atenção: em alguns casos, os tecidos do nariz apresentam menos zinco do que o normal, o que favorece a inflamação e os sintomas.
Já durante uma crise alérgica, acontece o oposto, há mais zinco nas secreções nasais, como se o corpo tentasse reagir ao processo inflamatório.
Esse movimento mostra que a relação entre zinco e rinite não é simples.
O mineral pode se distribuir de formas diferentes no organismo, dependendo do momento da doença.
A suplementação pode ajudar?
Em alguns estudos clínicos, a suplementação de zinco foi associada a melhora dos sintomas e da função pulmonar em crianças com asma.
Em experimentos com animais, também houve resultados positivos, tanto para a asma quanto para a rinite alérgica.
Apesar disso, os pesquisadores alertam que as evidências ainda não são consistentes.
Os estudos variam em metodologia, doses utilizadas e tempo de acompanhamento.
Além disso, o zinco não atua de forma isolada: sua absorção e seus efeitos podem interagir com outros nutrientes, como ferro, cobre, selênio e vitamina D.
Esse conjunto de fatores precisa ser levado em conta antes de generalizar os resultados.
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Alimentação e prevenção da deficiência
Independentemente das incertezas, manter bons níveis de zinco na infância é essencial para a saúde.
O mineral pode ser obtido pela alimentação, em fontes como:
- carnes vermelhas, frango e peixes;
- ostras e frutos do mar;
- leite e derivados;
- feijão, lentilha e grão-de-bico;
- sementes de abóbora e castanhas.
Na maioria das vezes, uma dieta variada garante a ingestão adequada.
Já a suplementação só deve ser considerada sob orientação médica, já que o excesso também pode trazer efeitos adversos, como náuseas, diarreia e desequilíbrio na absorção de outros minerais.
O que esperar das pesquisas sobre zinco e asma infantil
Os resultados iniciais são animadores, mas ainda não é possível afirmar que o zinco por si só pode reduzir crises de asma ou melhorar de forma consistente a qualidade de vida das crianças.
O que os especialistas reforçam é que novos ensaios clínicos, maiores e mais bem controlados, são necessários para esclarecer o real impacto do mineral no tratamento.
Até lá, a recomendação é simples: cuidar da alimentação, prevenir deficiências nutricionais e seguir o acompanhamento médico adequado.
O equilíbrio nutricional, no qual o zinco e a asma infantil aparecem como tema de pesquisa promissor, é uma das chaves para o bem-estar das crianças.
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