Sinais de morte próxima: guia para cuidadores entenderem os últimos momentos de vida

Sinais de morte próxima são uma realidade difícil de encarar, mas compreendê-los pode ser fundamental para lidar com os últimos momentos de vida de uma pessoa.
Acompanhar alguém nessa fase é uma experiência cheia de emoções e desafios.

Para familiares e amigos, é natural que surjam dúvidas e angústias sobre como oferecer conforto e entender o que está acontecendo.

Conhecer os sinais de morte próxima pode ajudar a aliviar essas incertezas, trazendo mais segurança para enfrentar essa etapa com serenidade.

Assim, entender as transformações naturais do corpo e da mente nesse período permite que cuidadores – sejam familiares, amigos ou profissionais – ofereçam um apoio mais consciente e respeitoso. Saiba mais, aqui no SaúdeLAB.

Sinais de morte próxima: O que é preciso entender

Agir corretamente diante das mudanças que ocorrem no comportamento, na alimentação e nas respostas do organismo é essencial para garantir que o paciente se sinta acolhido e tranquilo.

Com base na colaboração entre a Univadis Itália e a Sociedade Italiana de Cuidados Paliativos (SICP), a seguir você tem informações detalhadas sobre os principais sintomas da morte, orientando os cuidadores sobre o que esperar e como lidar com esses sinais de maneira mais humanizada.

Alterações no padrão de sono

Nos estágios finais da vida, uma das mudanças mais evidentes é o aumento do tempo que a pessoa passa dormindo.

Isso ocorre devido à fraqueza extrema e ao declínio das funções metabólicas do corpo.

O paciente pode ter dificuldade em manter os olhos abertos e parecer cada vez mais cansado.

À medida que o corpo se prepara para o fim, o sono profundo e prolongado se torna uma maneira de conservar energia.

Os cuidadores devem aproveitar os momentos em que o paciente está mais alerta, mesmo que esses períodos ocorram em horários incomuns, como durante a madrugada.

Forçar o paciente a ficar acordado pode causar estresse desnecessário.

Permita que ele descanse sempre que desejar, respeitando o ritmo natural do corpo.

Inquietação e agitação

A inquietação e a agitação são comuns durante os períodos de vigília.

O paciente pode parecer desorientado, confuso ou até mesmo angustiado.

Esses sinais podem estar relacionados às alterações metabólicas e à percepção da perda de autonomia.

O movimento constante, o mexer das mãos ou a tentativa de levantar sem necessidade são formas de expressar essa inquietação.

Falar de forma calma e serena com o paciente pode ajudar a aliviar a ansiedade.

Escute suas preocupações, ofereça segurança e tente entender o que está causando desconforto.

Caso esses métodos não sejam suficientes, medicamentos sedativos ou neurolépticos podem ser prescritos pelo médico para promover tranquilidade.

Desorientação e alucinações

À medida que a morte se aproxima, é comum que o paciente apresente desorientação.

Ele pode confundir horários, locais e até mesmo não reconhecer pessoas próximas.

Além disso, alucinações podem ocorrer, como ver parentes falecidos ou relatar sonhos e visões intensas.

Esses episódios são mais comuns em pacientes idosos ou em pessoas que já têm quadros de confusão mental.

Embora essas situações possam causar angústia aos familiares e amigos, é importante não contradizer ou tentar corrigir o paciente.

Ao invés disso, escute com atenção e encoraje-o a compartilhar suas experiências.

O objetivo é oferecer suporte emocional, respeitando a maneira como ele está lidando com a realidade.

Isolamento social

O isolamento social é um dos sinais de morte próxima mais comuns e pode ser percebido como um afastamento gradual do mundo exterior.

Inicialmente, a pessoa pode perder o interesse por atividades como assistir TV ou ouvir música.

Com o tempo, ela pode preferir reduzir as interações com amigos e, em alguns casos, até com familiares próximos.

Esse comportamento não significa necessariamente rejeição, mas sim um processo natural de introspecção.

O paciente pode estar focando suas energias em si mesmo, preparando-se emocionalmente para o fim.

Os cuidadores devem respeitar essa necessidade de privacidade, oferecendo uma presença tranquila e reconfortante.

Sentar-se ao lado do paciente, segurar sua mão e conversar suavemente são formas eficazes de demonstrar apoio.

Alterações na alimentação e hidratação

A redução no apetite é outro sintoma da morte comum.

À medida que o corpo perde a capacidade de processar alimentos e líquidos, o interesse por comida diminui.

Mesmo os pratos favoritos podem não despertar mais o desejo do paciente, e ele pode consumir porções cada vez menores.

É fundamental que os cuidadores entendam que essa redução é natural e não indica que o paciente está “desistindo”.

Forçar a ingestão de alimentos ou líquidos pode causar desconforto, como náuseas ou engasgos.

Pequenos gestos, como oferecer pedaços de gelo ou flocos de suco congelados, podem aliviar o desconforto sem causar estresse.

Nos estágios finais, quando o paciente já não consegue engolir, deve-se evitar a alimentação oral para prevenir complicações, como aspiração.

É importante que a família aceite que, nesse momento, a nutrição e a hidratação não são mais essenciais para o bem-estar do paciente.

Incontinência e mudanças urinárias

A incontinência urinária e fecal é um dos sinais físicos do processo de morte.

A perda de controle das funções corporais pode ser um desafio para os cuidadores, mas é uma mudança esperada.

Além disso, a produção de urina diminui, e a coloração se torna mais escura devido à redução da função renal.

Manter a higiene do paciente é essencial para preservar sua dignidade e conforto.

Troque roupas e lençóis regularmente, utilizando fraldas ou roupas de proteção quando necessário.

Em alguns casos, pode ser necessária a colocação de uma sonda urinária para facilitar o manejo.

Redução dos sentidos

Nos últimos dias de vida, os sentidos do paciente podem se tornar menos sensíveis.

A visão, em particular, tende a diminuir, enquanto a audição geralmente é preservada até o final.

Mesmo que o paciente pareça não reagir ao ambiente, continue conversando com ele em um tom de voz calmo.

Para evitar desconforto, mantenha o ambiente tranquilo, com luz suave e sem ruídos repentinos ou intensos.

Pequenos ajustes no espaço podem ajudar a tornar o momento mais confortável para o paciente.

Alterações na temperatura e na pele

Outro sintoma da morte frequentemente observado são as alterações na temperatura corporal e na aparência da pele, mudanças que costumam ser bastante comuns nesse estágio

O paciente pode apresentar febre devido a alterações metabólicas ou, ao contrário, sentir frio nas extremidades, como mãos e pés.

A circulação reduzida também pode causar marmoreio na pele, tornando-a azulada ou pálida.

Essas alterações são naturais e não indicam sofrimento. Para aliviar o desconforto, aplique compressas mornas ou frias, dependendo da necessidade.

A presença de um cuidador atencioso é uma forma de proporcionar conforto nesse momento delicado.

Mudanças na respiração

Conforme o corpo se prepara para o fim, a respiração torna-se irregular e superficial.

As pausas entre os suspiros podem ser longas, e o uso dos músculos acessórios para respirar torna-se mais evidente.

Essa mudança, embora natural, pode ser difícil para os familiares presenciarem.

O chamado “chocalho da morte” é um som causado pelo acúmulo de secreções na garganta, que ocorre porque o paciente perde a capacidade de engolir.

Embora o som possa ser perturbador, ele geralmente não indica sofrimento.

Mudanças na posição do paciente e medicamentos para reduzir as secreções podem minimizar o ruído, mas não eliminá-lo completamente.

Preparação emocional

Compreender os sinais de morte próxima é essencial para que os cuidadores estejam preparados para enfrentar essa fase com serenidade.

Esses sinais, como a redução no apetite, a desorientação e as alterações na respiração, são parte do processo natural do corpo se desligando.

Ao estar informado, você pode oferecer o suporte emocional e físico necessário, garantindo que a pessoa querida seja tratada com respeito e dignidade até o último momento.

Depois, leia mais: Determinação da hora da morte: O que realmente acontece?

Fonte: Univadis Italia

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Redação SaúdeLab
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