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Jejum intermitente + treino: será que essa combinação funciona mesmo para emagrecer?
A busca por estratégias eficazes de emagrecimento e melhoria da saúde metabólica tem levado muitas pessoas a experimentar a combinação de jejum intermitente (JI) e treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT). Mas, será que jejum intermitente e exercícios físicos emagrece?
Um estudo recente, publicado na revista Nutrients, investigou justamente os efeitos dessa dupla em mulheres na pós-menopausa – um grupo que frequentemente enfrenta desafios metabólicos, como ganho de peso, resistência à insulina e perda de massa muscular.
Os resultados são promissores, mas também trazem reflexões importantes sobre como e para quem essa estratégia pode funcionar.
O Impacto da Menopausa no Metabolismo
A menopausa é um período marcado por mudanças hormonais significativas, especialmente a queda nos níveis de estrogênio.
Essa redução pode levar ao acúmulo de gordura visceral, diminuição da massa muscular e aumento da resistência à insulina – fatores que elevam o risco de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.
Para combater esses efeitos, especialistas recomendam a combinação de intervenções nutricionais e exercícios físicos. O jejum intermitente e o HIIT têm ganhado destaque justamente por seus efeitos sinérgicos no metabolismo. A ideia é compreender se unir jejum intermitente e exercícios físicos emagrece mesmo.
Como o Jejum Intermitente e o HIIT Atuam no Organismo?
O jejum intermitente, especialmente no modelo 16:8 (16 horas de jejum e 8 horas de alimentação), vai além da simples redução de calorias. Ele estimula mudanças hormonais que favorecem a queima de gordura e a flexibilidade metabólica – a capacidade do corpo de alternar entre o uso de glicose e gordura como fonte de energia.
Durante o jejum, o corpo aumenta a produção de orexina-A (OX-A), um hormônio que regula o apetite e o gasto energético. Essa substância também ativa neurônios que estimulam a quebra de gordura e a produção de calor, ajudando na perda de peso. Além disso, o JI promove:
- Melhora na sensibilidade à insulina
 - Redução da inflamação
 - Estímulo à autofagia (processo de renovação celular)
 
HIIT: O Poder do Treino Intenso
O HIIT, por sua vez, é um dos métodos mais eficientes para melhorar a capacidade cardiorrespiratória e acelerar o metabolismo. Seus benefícios incluem:
- Aumento do gasto calórico pós-treino (efeito afterburn)
 - Preservação da massa muscular
 - Melhora na oxidação de gordura
 
O estudo mostrou que, quando combinado com o jejum intermitente, o HIIT potencializa a produção de OX-A, criando um ambiente metabólico ainda mais favorável ao emagrecimento.
Ou seja, tudo indica que jejum intermitente e exercícios físicos emagrece, mas como isso ocorre? Qual melhor forma de fazer?
O Que a Pesquisa Revelou?
O estudo analisou de forma comparativa dois grupos de mulheres na pós-menopausa, submetidos a estratégias diferentes, mas ambas combinadas com treinos HIIT. Vamos entender exatamente o que aconteceu em cada grupo e por que esses resultados são importantes:
O Design do Estudo em Detalhe
A pesquisa acompanhou 30 mulheres com idade média de 57,5 anos, todas no período pós-menopausa, divididas em dois grupos com abordagens distintas:
Grupo Jejum Intermitente + HIIT (JI + HIIT)
- Seguiram o protocolo 16:8 (16 horas de jejum, 8 horas de alimentação).
 - Realizaram treinos HIIT três vezes por semana (sessões curtas e intensas).
 - Não houve restrição calórica explícita, apenas o controle do horário de alimentação.
 
Grupo Dieta Hipocalórica + HIIT (LCD + HIIT)
- Reduziram a ingestão de calorias diárias (dieta controlada em energia).
 - Também praticaram HIIT três vezes por semana, com a mesma intensidade do outro grupo.
 
O estudo durou oito semanas, e os pesquisadores avaliaram diversos parâmetros antes e depois do experimento.
Diferenças Chave Nos Resultados
1. Grupo JI + HIIT: Melhora na Energia e Desempenho Físico
As mulheres que combinaram jejum intermitente com HIIT apresentaram:
- Triplicação dos níveis de orexina-A (OX-A)
 - A OX-A é um hormônio que regula o apetite, a disposição e a queima de gordura.
 - Níveis mais altos estão associados a maior motivação para se exercitar e metabolismo mais ativo.
 - Aumento do VO2 máx. (capacidade aeróbica)
 - Indica que o corpo ficou mais eficiente em usar oxigênio durante o exercício.
 - Isso se traduz em maior resistência física e melhor condicionamento.
 - Ganhos significativos em flexibilidade e endurance
 
O grupo JI + HIIT superou o outro grupo em testes de resistência, sugerindo que o jejum pode ter um efeito positivo na recuperação e performance.
2. Grupo Dieta Hipocalórica + HIIT: Maior Perda de Gordura e Controle Glicêmico
Já as mulheres que fizeram dieta com restrição calórica + HIIT tiveram:
- Redução mais acentuada na gordura corporal
 - A restrição calórica direta levou a uma diminuição mais expressiva da massa gorda em comparação ao grupo do jejum.
 - Melhora na sensibilidade à insulina
 - O corpo passou a utilizar a glicose de forma mais eficiente, reduzindo picos de açúcar no sangue.
 - Isso é especialmente importante para mulheres na pós-menopausa, que têm maior risco de resistência à insulina.
 
Portanto, jejum intermitente e exercícios físicos emagrece sim.
Qual Abordagem é Melhor?
Os resultados mostram que ambas as estratégias funcionam, mas com benefícios distintos:
- Se o objetivo é perder gordura rapidamente, a dieta hipocalórica + HIIT pode ser mais eficaz no curto prazo.
 - Se o foco é ganhar energia, disposição e melhorar o desempenho físico, o JI + HIIT se mostrou superior, graças ao aumento da OX-A e da capacidade aeróbica.
 
Além disso, o estudo sugere que o jejum intermitente pode ser mais sustentável a longo prazo, já que não exige contagem rígida de calorias, apenas o controle do horário das refeições.
Ou seja:
- Quer emagrecer mais rápido? Dieta com déficit calórico + HIIT pode ser a melhor opção.
 - Quer mais disposição e um metabolismo mais flexível? JI + HIIT pode trazer resultados mais interessantes.
 
Ambos os métodos são válidos, e a escolha depende dos seus objetivos e preferências pessoais.
Quem Pode (e Quem Não Deve) Fazer Essa Combinação?
Apesar dos resultados animadores, essa estratégia não é para todo mundo. Algumas considerações importantes:
Para Quem Pode Funcionar Bem:
- Pessoas com resistência à insulina ou pré-diabetes.
 - Indivíduos que já têm experiência com jejum intermitente e treinos intensos.
 - Mulheres na pós-menopausa que buscam melhorar a composição corporal e a saúde metabólica.
 
Quem Deve Ter Cuidado ou Evitar:
- Grávidas, lactantes ou pessoas com histórico de distúrbios alimentares.
 - Indivíduos com hipoglicemia ou diabetes tipo 1 (devem consultar um médico antes).
 - Iniciantes em treinos de alta intensidade (o ideal é adaptar o corpo gradualmente).
 
Como Implementar JI + HIIT com Segurança?
Se você quer testar essa combinação, siga estas recomendações:
- Comece devagar – Se nunca fez jejum, experimente protocolos mais curtos (12:12) antes do 16:8.
 - Ajuste a intensidade do HIIT – Se estiver em jejum, prefira sessões mais curtas (15-20 min) e monitorize a hidratação.
 - Priorize nutrição pós-treino – Após o HIIT, consuma proteínas e carboidratos de qualidade para recuperação muscular.
 - Ouça seu corpo – Tontura, fraqueza excessiva ou irritabilidade podem ser sinais de que o método não está adequado para você.
 
Vale a Pena Tentar?
A combinação de jejum intermitente e HIIT mostrou-se uma estratégia poderosa para melhorar o metabolismo, especialmente em mulheres na pós-menopausa. Enquanto o JI promove flexibilidade metabólica e aumento da orexina-A (ligada à disposição), o HIIT potencializa a queima de gordura e o condicionamento físico.
No entanto, os resultados variam de pessoa para pessoa. Se você já tem familiaridade com essas práticas, pode ser uma excelente opção para acelerar o emagrecimento e a saúde metabólica. Caso contrário, o ideal é buscar orientação profissional antes de iniciar.
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