Além da pressão alta: excesso de sal pode prejudicar seu bem-estar mental

Você já parou para pensar que aquele tempero extra na comida pode estar afetando mais do que sua pressão arterial? Uma pesquisa recente trouxe uma revelação surpreendente: consumir muito sal pode estar ligado ao desenvolvimento de sintomas de depressão e ansiedade.

O estudo, publicado na revista científica The Journal of Immunology, mostrou que uma dieta com alto teor de sal altera o funcionamento do sistema imunológico, levando a mudanças no cérebro que podem desencadear comportamentos semelhantes à depressão.

O Que Acontece no Corpo Quando Comemos Muito Sal?

Os pesquisadores da Universidade Médica de Nanjing, na China, realizaram testes com camundongos alimentados com uma dieta rica em sal por cinco semanas. Os resultados foram claros:

  • Os animais perderam o interesse em explorar ambientes novos, um comportamento típico de roedores saudáveis.
  • Tornaram-se mais apáticos e menos ativos.
  • Apresentaram sinais semelhantes aos da ansiedade e depressão humanas.

A explicação para isso está em uma proteína chamada IL-17A, que aumenta no organismo quando há excesso de sal. Essa substância já havia sido associada à depressão em estudos anteriores, mas agora os cientistas descobriram que ela é produzida em grande parte por um tipo específico de célula de defesa: as células T gama-delta (γδT).

Quando essas células foram removidas dos camundongos, os sintomas depressivos diminuíram, mesmo mantendo a dieta rica em sal. Isso sugere que, no futuro, poderão ser desenvolvidos tratamentos para depressão que atuem justamente nesse mecanismo.

Por Que Isso é Importante Para as Pessoas?

A depressão afeta milhões de pessoas no mundo e está entre as principais causas de incapacidade. Saber que um fator tão comum como o excesso de sal na alimentação pode influenciar seu desenvolvimento é um alerta importante.

Além disso, a dieta ocidental moderna é extremamente rica em sódio. Alimentos industrializados, como salgadinhos, congelados e fast foods, contêm quantidades muito maiores de sal do que uma refeição feita em casa. No Brasil, o consumo médio de sal é mais que o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo máximo de 5g de sal por dia (equivalente a uma colher de chá). No entanto, a realidade é bem diferente:

  • Brasileiros consomem em média 12g diários
  • Americanos chegam a 15g por dia
  • Alimentos processados podem conter até 100x mais sal que preparações caseiras

Esse excesso está associado não só a problemas cardiovasculares, mas também a:

  • Doenças renais
  • Osteoporose
  • Agora: transtornos de humor

O Que Podemos Fazer Para Proteger Nossa Saúde Mental?

A boa notícia é que pequenas mudanças na alimentação podem fazer diferença:

  • Diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados, que são as maiores fontes de sal escondido na dieta.
  • Usar mais temperos naturais, como alho, cebola, ervas e especiarias, para reduzir a necessidade de sal.
  • Ler os rótulos e escolher versões com menos sódio.
  • Aumentar a ingestão de frutas, verduras e grãos integrais, que ajudam a equilibrar os efeitos do sal no organismo.

Esta pesquisa reforça que os cuidados com a alimentação vão muito além do controle do peso ou da pressão arterial. O que comemos influencia diretamente nosso cérebro e nosso humor.

Embora mais estudos sejam necessários para confirmar esses efeitos em humanos, já temos mais um motivo para repensar nossos hábitos. Reduzir o sal não é apenas uma questão de saúde física – é também um passo importante para o bem-estar mental.

Veja também: Estudo sugere que é possível “desligar” a artrite: mas, será possível?

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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