Bala de tadalafila ‘Metbala’ proibida pela Anvisa: o que você precisa saber

A bala de tadalafila proibida e sem registro pode trazer riscos sérios à saúde; saiba por que o uso sem orientação médica é perigoso.

A comercialização da bala de tadalafila chamada “Metbala”, promovida pelo influenciador digital Jon Vlogs como solução rápida para disfunção erétil, foi oficialmente proibida pela Anvisa nesta quarta-feira (14).

O motivo? O produto não tem registro na agência e foi fabricado por uma empresa que sequer possui autorização para produzir medicamentos no país.

A medida foi publicada no Diário Oficial da União e, desde então, está valendo em todo o território nacional.

Com isso, fica proibida a produção, venda, distribuição, propaganda e até o uso da “Metbala”, como vinha sendo popularmente chamada nas redes sociais.

A ação da Anvisa vem acompanhada de um alerta: medicamentos como a bala de tadalafila (ou gummy de tadalafila) só podem ser vendidos com prescrição médica e dentro das regras sanitárias vigentes.

Seu uso indevido pode trazer sérios riscos à saúde, especialmente quando promovido como um produto “leve” ou “natural”, sem qualquer orientação profissional.

O que é a bala de tadalafila e por que ela foi proibida?

A bala de tadalafila “Metbala” foi lançada no início do ano pelo influenciador Jon Vlogs, que possui milhões de seguidores nas redes sociais.

O produto era fabricado pela empresa FB Manipulação Ltda., que, segundo a Anvisa, não tem autorização para produzir medicamentos no Brasil.

Em suas publicações, o influenciador afirmava que o produto era “100% legalizado e aprovado pela Anvisa”, o que foi desmentido pela autarquia.

Na prática, a goma mastigável continha tadalafila, um medicamento indicado para o tratamento de disfunção erétil.

Essa substância exige prescrição médica, pois atua diretamente na circulação sanguínea e pode causar efeitos colaterais graves em algumas pessoas.

Além disso, a forma de apresentação do medicamento (em formato de goma) torna o risco ainda maior, já que pode gerar a falsa impressão de que se trata de um doce ou suplemento inofensivo.

Gummy de tadalafila: campanha polêmica nas redes sociais gerou críticas

Em março deste ano, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) divulgou uma nota oficial repudiando a forma como a bala de tadalafila estava sendo promovida nas redes sociais.

A entidade manifestou preocupação com a banalização do uso de medicamentos e criticou duramente a campanha publicitária associada ao produto.

A polêmica ganhou força após a divulgação de um vídeo do influenciador Jon Vlogs, no qual ele aparece em um ambiente de festa, rodeado por mulheres desacordadas, sugerindo que a ingestão da goma resolveria “problemas íntimos” de maneira imediata.

A insinuação de efeitos instantâneos e o tom humorístico da propaganda foram considerados irresponsáveis e perigosos pelo CFF.

Segundo o Conselho, “medicamentos não são brinquedos” e não devem ser utilizados sem acompanhamento profissional, especialmente quando envolvem substâncias controladas, como a tadalafila.

O órgão também destacou que campanhas desse tipo passam a falsa ideia de que esses produtos são inofensivos, o que representa um sério risco à saúde pública.

Não há espaço para brincadeiras quando falamos de saúde pública”, afirmou o CFF na nota oficial.

Tadalafila faz mal ao coração?

A tadalafila é uma substância usada em remédios para disfunção erétil, mas seu uso não é indicado para qualquer pessoa.

Ela atua dilatando os vasos sanguíneos, o que pode provocar alterações na pressão arterial e sobrecarregar o coração.

De acordo com a própria Anvisa, em casos raros, o uso da tadalafila pode causar reações como infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) — especialmente em pessoas com doenças cardíacas preexistentes ou que usam medicamentos como nitratos.

Por isso, antes de usar qualquer produto que contenha essa substância, é essencial passar por uma avaliação médica.

A automedicação pode colocar em risco a vida do paciente.

Tadalafila dá dor de cabeça?

Sim, de acordo com o CFF, a dor de cabeça é um dos efeitos colaterais da tadalafila.

Além disso, o uso da substância também pode causar:

  • Vermelhidão no rosto (rubor facial);
  • Nariz entupido (congestão nasal);
  • Dor nas costas;
  • Má digestão;
  • Alterações na visão (como visão embaçada ou mudança nas cores);
  • Palpitações ou batimentos cardíacos irregulares.

Esses efeitos variam de pessoa para pessoa, mas podem se tornar mais frequentes ou mais intensos quando a substância é usada de forma descontrolada (sem receita, orientação médica ou dosagem correta).

Ainda segundo o Conselho Federal de Farmácia, o uso desse tipo de substância como se fosse um item comum, sem supervisão profissional, é perigoso.

No caso do gummy de tadalafila que era vendido sem registro ou controle, não havia garantia da quantidade certa da substância em cada unidade, o que poderia aumentar o risco de efeitos indesejados, como dor de cabeça intensa ou até mesmo causar problemas mais graves à saúde.

Por que a automedicação com tadalafila é perigosa?

Mesmo sendo conhecida por melhorar o desempenho sexual, a tadalafila é um medicamento sério. Seu uso requer orientação médica para avaliar:

  • As condições de saúde do paciente;
  • Possíveis interações com outros medicamentos;
  • A dosagem correta e segura;
  • A existência de contraindicações.

Ao consumir produtos como a bala de tadalafila, especialmente aqueles sem registro oficial, o risco é ainda maior.

Não há garantias sobre a fórmula, a higiene na fabricação ou a quantidade de princípio ativo presente.

Além disso, o uso indiscriminado pode mascarar problemas mais profundos, como questões hormonais, psicológicas ou doenças crônicas que exigem outro tipo de acompanhamento.

Influenciadores devem ter responsabilidade ao falar de saúde

O caso da bala de tadalafila também reacende um debate importante: o papel dos influenciadores na promoção de produtos que afetam a saúde das pessoas.

Quando alguém com milhões de seguidores recomenda um medicamento sem qualquer embasamento técnico, coloca em risco a saúde de quem confia naquela informação.

O Conselho Federal de Farmácia alertou que saúde não é entretenimento.

Ao transformar medicamentos em “modinhas” ou “soluções mágicas”, esses influenciadores contribuem para a desinformação e colocam seus seguidores em situações de vulnerabilidade.

A bala de tadalafila e a importância de buscar orientação profissional

Por mais que produtos como a bala de tadalafila sejam divulgados como soluções práticas, é fundamental entender que todo medicamento tem riscos e precisa ser usado com responsabilidade.

Não existe fórmula mágica para melhorar a vida sexual, e qualquer tratamento deve ser feito com acompanhamento médico.

O episódio do gummy de tadalafila serve como alerta para consumidores e também para empresas e influenciadores.

Saúde não é brincadeira; e medicamentos, mesmo com sabor de fruta ou em formato de goma, não são doces inofensivos.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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