Pode tomar dipirona com dengue? O que os médicos realmente recomendam

A dengue é uma das doenças mais comuns em períodos de epidemia no Brasil. A febre alta, as dores no corpo e a sensação de mal-estar costumam levar o paciente a buscar alívio imediato. Nessa hora, surge uma dúvida recorrente: pode tomar dipirona com dengue?

Essa pergunta é fundamental, porque nem todos os medicamentos são seguros durante a infecção. O uso incorreto pode piorar o quadro e até gerar complicações graves.

Aqui, no SaúdeLAB, vamos explicar o que dizem os médicos, quais são os riscos e quais alternativas existem para controlar os sintomas da dengue.

Pode tomar dipirona com dengue?

Sim. De acordo com recomendações do Ministério da Saúde e de especialistas em infectologia, é permitido tomar dipirona com dengue para aliviar febre e dores no corpo. O medicamento é considerado seguro porque, ao contrário de outros, não interfere na coagulação do sangue.

Essa informação é importante, pois a dengue pode causar queda no número de plaquetas, aumentando o risco de sangramentos.

Justamente por isso, medicamentos como aspirina (ácido acetilsalicílico) e anti-inflamatórios não esteroides (ibuprofeno, diclofenaco, naproxeno) estão proibidos nesses casos.

Eles agravam o risco de hemorragia e podem colocar a vida do paciente em perigo.

Portanto, a dipirona é uma das opções mais indicadas para o controle dos sintomas incômodos da doença.

Por que a dipirona é segura na dengue

A dipirona, também chamada de metamizol, tem ação antitérmica e analgésica, ajudando a reduzir febre, dor de cabeça e dores musculares ou articulares.

A segurança do medicamento está no fato de não afetar diretamente a função plaquetária, o que o diferencia de anti-inflamatórios.

Assim, não há aumento significativo do risco de sangramentos, que já é uma preocupação central na dengue.

No Brasil, a dipirona é amplamente usada e está entre as recomendações oficiais para o manejo dos sintomas da dengue, ao lado do paracetamol.

Leitura Recomendada: Alimentação para quem está com dengue exige atenção: saiba mais

Cuidados ao usar dipirona durante a dengue

Mesmo sendo considerada segura, a dipirona deve ser usada com cautela. Alguns pontos importantes:

  • Orientação médica é essencial: mesmo em medicamentos comuns, as doses precisam ser ajustadas conforme cada caso.
  • Evitar excesso de dose: ultrapassar a quantidade recomendada pode trazer riscos, incluindo efeitos no fígado e na medula óssea.
  • Atenção a reações adversas: embora raras, podem surgir reações alérgicas ou queda de pressão arterial.
  • Monitorar sinais de gravidade: se houver sangramentos, vômitos persistentes, dor abdominal intensa ou sonolência excessiva, é necessário procurar atendimento médico imediato.

Também é importante não misturar diferentes medicamentos sem indicação profissional. O revezamento entre dipirona e paracetamol, por exemplo, só deve ser feito sob orientação médica.

Prevenção da dengue
Foto: Depositphotos

Alternativas à dipirona no tratamento da dengue

Além da dipirona, o paracetamol é a outra opção segura para aliviar febre e dores causadas pela dengue.

O medicamento também deve ser usado com moderação, respeitando doses máximas diárias, já que o excesso pode comprometer o fígado.

Em resumo, os fármacos considerados seguros na dengue são dipirona e paracetamol. Outros analgésicos e anti-inflamatórios devem ser evitados, pois aumentam os riscos de complicações hemorrágicas.

Leitura Recomendada: Como tratar o fígado após a dengue: guia completo para a recuperação hepática

O que não pode tomar com dengue

Se a dipirona e o paracetamol são os medicamentos seguros, é importante deixar claro também quais remédios não devem ser usados durante a dengue. Alguns fármacos populares podem aumentar o risco de complicações hemorrágicas, que são as formas mais graves da doença.

1. Aspirina (ácido acetilsalicílico – AAS)

Muito usada para dor de cabeça e febre, mas na dengue é proibida.

O AAS age diretamente sobre as plaquetas, reduzindo sua função de coagulação. Isso pode agravar sangramentos, que já são um risco natural da dengue.

2. Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)

Exemplos: ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco, cetoprofeno.

Esses medicamentos também comprometem a coagulação e aumentam a chance de sangramentos internos e externos.

Além disso, podem causar irritação gástrica, potencializando o risco de hemorragia digestiva.

3. Corticoides

Embora não sejam usados de forma tão comum para febre, podem ser prescritos erroneamente para inflamações.

Na dengue, não trazem benefício clínico e podem aumentar o risco de complicações, por isso não são recomendados.

Leitura Recomendada: Inhame é bom para dengue? Descubra o que é mito e o que faz sentido

Por que esses medicamentos são perigosos?

A dengue pode reduzir o número de plaquetas no sangue, células responsáveis pela coagulação. O uso de medicamentos que interferem nesse processo aumenta o risco de sangramentos, desde manchas roxas na pele até hemorragias mais graves, que podem ser fatais.

Sintomas que exigem atenção imediata

A dipirona ajuda no controle dos sintomas, mas não cura a dengue. Por isso, é essencial observar os sinais de alerta que indicam gravidade:

  • dor abdominal forte e contínua;
  • vômitos persistentes;
  • sangramentos nas gengivas, nariz ou manchas roxas pelo corpo;
  • tontura, desmaio ou queda da pressão;
  • sonolência intensa ou dificuldade de permanecer acordado.

Na presença desses sintomas, é fundamental buscar atendimento médico imediato, pois podem indicar evolução para formas graves da dengue.

Leitura Recomendada: Pode tomar sol com dengue? Veja os riscos e o que evitar durante a recuperação

O que ajuda na recuperação além da dipirona

O tratamento da dengue é sintomático, ou seja, voltado para aliviar os sintomas. Além do uso adequado da dipirona ou paracetamol, outras medidas são essenciais:

  • Hidratação abundante: beber muita água, água de coco ou soro de reidratação oral para evitar complicações.
  • Repouso absoluto: o corpo precisa de energia para combater o vírus.
  • Acompanhamento médico regular: consultas de revisão permitem monitorar as plaquetas e garantir que o quadro não está evoluindo para a forma grave da doença.

Esses cuidados simples podem fazer toda a diferença na recuperação.

A dúvida é comum: pode tomar dipirona com dengue? A resposta é sim. A dipirona é segura, recomendada por especialistas e indicada para controlar febre e dores típicas da doença.

No entanto, é fundamental não confundir segurança com automedicação sem limites.

O acompanhamento médico é indispensável para definir doses e monitorar a evolução clínica. Além disso, deve-se evitar totalmente medicamentos como aspirina e ibuprofeno, que aumentam o risco de sangramentos.

Assim, se você ou alguém próximo está com dengue, saiba que a dipirona pode ser uma aliada importante no alívio dos sintomas.

Mas o verdadeiro cuidado envolve orientação profissional, hidratação adequada e atenção aos sinais de alerta, garantindo uma recuperação mais segura.

Leitura Recomendada: Dengue deixa a boca amarga? Entenda a relação, sintomas e quando se preocupar

Compartilhe este conteúdo
Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

plugins premium WordPress

VIRE A CHAVE PARA EMAGRECER

INSCRIÇÕES GRATUITAS E VAGAS LIMITADAS