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O que Ozempic e Mounjaro têm a ver com mau hálito e erosão dental
O Ozempic e o Mounjaro são medicações usadas no tratamento do diabetes tipo 2. Elas atuam em dois hormônios distintos que ajudam a controlar a glicemia e também favorecem a perda de peso; fator que explica a alta procura por esses medicamentos nos últimos tempos.
O interesse é tanto que o Brasil já é o segundo país que mais pesquisa pelos medicamentos no Google. Só em julho de 2025, foram 715 mil buscas por Ozempic e 586 mil por Mounjaro.
No entanto, essas medicações têm efeitos colaterais que podem afetar diretamente a saúde bucal.
Erosão dental: quando o uso de Ozempic e Mounjaro afeta o esmalte
O uso contínuo dessas medicações pode provocar náuseas e episódios de ânsia de vômito.
Quando frequentes, esses episódios aumentam o risco de erosão nos dentes, devido ao contato direto do ácido gástrico com a boca.
Caso isso aconteça, o indicado é enxaguar bem a região bucal e aguardar cerca de 30 minutos antes de escovar os dentes — assim, evita-se agravar a desmineralização do esmalte dental e da dentina.
Boca seca e mau hálito: outros efeitos colaterais
Tanto o Ozempic quanto o Mounjaro podem causar xerostomia, condição que deixa a boca seca e facilita a proliferação de bactérias e o acúmulo de restos de alimentos, ou seja, o aumento do biofilme dental.
Se o paciente tiver dificuldade de escovação, isso pode levar ao aparecimento de cáries.
O mau hálito também tende a ser mais frequente, em razão da retenção de alimentos dentro do estômago.
Por que visitar o dentista antes de iniciar o tratamento
Antes de iniciar o tratamento com Ozempic ou Mounjaro, é fundamental realizar uma avaliação com o dentista.
Esse acompanhamento é importante tanto antes quanto durante o uso da medicação, especialmente nos primeiros meses, quando o corpo ainda está se adaptando.
O profissional pode ajustar sua rotina de higiene, indicar produtos específicos (como enxaguantes sem álcool ou pastas com flúor adequado) e monitorar sinais iniciais de erosão, acúmulo de placa ou sensibilidade gengival.
Médico e dentista em conjunto
O ideal é manter um cuidado integrado.
Converse com seu endocrinologista, nutrólogo ou médico de referência e, em paralelo, com seu dentista.
Assim, você consegue prevenir danos, ajustar hábitos e garantir que o tratamento traga benefícios sem comprometer a saúde bucal.
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Jamil Shibli é professor responsável pelos programas de mestrado e doutorado em Implantodontia da Universidade Guarulhos (UNG), onde atua há mais de duas décadas. É também professor associado da Harvard School of Dental Medicine, professor visitante da Universidade de Leuven (Bélgica) e docente da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein. Reconhecido como um dos pesquisadores mais produtivos da Odontologia mundial, Shibli tem forte atuação em pesquisa clínica, com ênfase em Periodontia e Implantodontia. É head do Conselho Científico da Plenum, empresa brasileira de biotecnologia especializada em biomateriais e implantes 3D. Com uma trajetória marcada por contribuições relevantes para a ciência e a prática clínica, Jamil Shibli é referência global na integração entre inovação, pesquisa e ensino em Odontologia.



