O poder silencioso da fisioterapia após câncer de mama

Poucos momentos são tão desafiadores quanto o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama. A cirurgia, embora essencial, representa um marco físico e emocional profundo na vida da mulher.

Após a retirada da mama e dos gânglios linfáticos, muitas pacientes enfrentam uma consequência que vai além das cicatrizes visíveis: o linfedema, um inchaço persistente no braço que pode limitar movimentos e afetar diretamente a autoestima.

Ele é resultado da interrupção do fluxo linfático, uma rede responsável por eliminar o excesso de líquidos e toxinas do corpo.

Quando essa circulação é comprometida, o líquido se acumula nos tecidos, causando dor, peso e rigidez.

No entanto, com acompanhamento adequado, essa condição pode ser prevenida, controlada e tratada, e é justamente aí que a fisioterapia após o câncer de mama tem papel fundamental.

Fisioterapia após o câncer de mama: da prevenção à reabilitação

A atuação fisioterapêutica deve começar o quanto antes, de preferência ainda no pós-operatório imediato, com exercícios leves, drenagem linfática manual e orientações sobre movimentação segura.

Essas medidas reduzem o risco de complicações e promovem uma recuperação mais rápida e confortável.

Estudos mostram que pacientes que iniciam a fisioterapia nas primeiras semanas após a cirurgia apresentam menor incidência de linfedema e melhor mobilidade articular do que aquelas que começam o tratamento tardiamente.

Técnicas como bandagem funcional, exercícios ativos, automassagem e compressão elástica fazem parte desse cuidado contínuo, sempre adaptado à fase de recuperação e às necessidades de cada mulher.

O impacto físico e emocional

O linfedema não afeta apenas o corpo. Ele carrega uma carga simbólica de perda, limitação e insegurança.

Muitas mulheres relatam medo de se olhar no espelho, de retomar atividades simples, ou de vestir determinadas roupas.

Nesse contexto, a fisioterapia vai muito além do movimento, ela devolve autonomia, leveza e pertencimento.

Cada sessão é uma oportunidade de reconexão com o próprio corpo e com a confiança perdida durante o processo da doença.

O toque que cura: fisioterapia e acolhimento

Reabilitar é mais do que restaurar a função física. É acolher a mulher na totalidade: corpo, mente e história.

A fisioterapia, associada ao acompanhamento multidisciplinar, tem mostrado resultados expressivos na redução de dor, melhora postural e recuperação funcional.

O tratamento não é apenas técnico, é também emocional.

O toque do fisioterapeuta, quando realizado com empatia e propósito, ajuda a aliviar tensões, reduzir a ansiedade e transformar o cuidado em um ato de reconciliação com o corpo.

Cuidar de si é parte da cura

O sucesso do tratamento oncológico não termina com o fim da quimioterapia ou da radioterapia.

Ele se prolonga no processo de reabilitação e autocuidado. E quanto antes esse olhar for integrado ao tratamento, maiores são as chances de evitar sequelas e garantir qualidade de vida.

A fisioterapia após o câncer de mama é uma das ferramentas mais poderosas nesse caminho.

Não apenas porque atua no corpo, mas porque ajuda cada mulher a retomar o controle sobre si mesma, e a perceber que a recuperação é possível, mesmo diante das marcas que a vida impõe.

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Sobre a Dra. Mariana Milazzotto

Fisioterapeuta com quase 20 anos de atuação, mestre em Ciências Médicas e especialista no tratamento clínico do lipedema. Criadora da Jornada Desvendando o Lipedema, programa que forma fisioterapeutas e terapeutas corporais no atendimento a mulheres com diagnóstico confirmado ou suspeita da doença. É referência no Brasil por sua abordagem humanizada e baseada em evidências científicas.

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Fisio Mariana Milazzotto
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