Fisioterapia no pós-operatório da cirurgia plástica: por que faz tanta diferença

A cirurgia plástica, cada vez mais presente no cenário contemporâneo, deixou de ser apenas uma intervenção estética para se consolidar como uma ferramenta de reconstrução física e emocional.

O Brasil ocupa posição de destaque mundial nesse campo. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), o país é o segundo que mais realiza procedimentos cirúrgicos no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Com esse crescimento, surge também a necessidade de uma abordagem integrada de reabilitação, especialmente no período pós-operatório.

É nesse contexto que a fisioterapia assume papel essencial, contribuindo não apenas para a recuperação tecidual, mas também para o conforto, a segurança e o bem-estar físico e emocional do paciente.

A fase de recuperação: um processo que vai além da estética

Toda cirurgia plástica, seja estética ou reparadora, provoca alterações estruturais nos tecidos.

Mesmo os procedimentos minimamente invasivos geram inflamações locais, acúmulo de líquidos e resposta cicatricial, o que pode resultar em complicações como fibroses, aderências, seromas, hematomas e assimetrias decorrentes desses processos.

Essas intercorrências, embora esperadas, podem ser controladas ou evitadas com a atuação fisioterapêutica iniciada no momento adequado, sempre em alinhamento com a equipe cirúrgica.

Fisioterapia dermatofuncional no pós-operatório: por que ela é essencial?

A fisioterapia dermatofuncional é a área responsável por esse acompanhamento, utilizando técnicas específicas que favorecem o processo de cicatrização, reduzem edemas e restauram a mobilidade dos tecidos.

Entre os recursos mais utilizados estão:

  • Drenagem linfática manual, para estimular a circulação linfática e reduzir o inchaço;
  • Ultrassom terapêutico, que auxilia na reorganização das fibras de colágeno e no manejo de áreas com tendência à fibrose;
  • Laser de baixa potência, utilizado para otimizar a regeneração tecidual;
  • Radiofrequência em fases oportunas, para auxiliar na qualidade do tecido em etapas posteriores da recuperação;
  • Bandagens funcionais e compressivas, que melhoram o retorno venoso e proporcionam sustentação ao tecido em recuperação.

Essas técnicas, quando aplicadas de forma planejada e individualizada, contribuem para uma recuperação mais organizada e melhoram a qualidade estética do resultado final.

Fisioterapia no pós-operatório e a intervenção precoce

Diversos estudos científicos apontam que a intervenção fisioterapêutica nas primeiras semanas após a cirurgia — sempre conforme liberação médica — está associada à diminuição do edema, à redução da dor e à prevenção de fibrose.

Uma pesquisa conduzida por Meyer e colaboradores (2011) demonstrou que pacientes submetidos à lipoaspiração e acompanhados precocemente pela fisioterapia tiveram melhora funcional mais rápida e menor número de complicações em comparação aos que iniciaram o tratamento tardiamente.

Além dos benefícios físicos, há também o aspecto emocional.

A fase pós-operatória costuma ser acompanhada por inseguranças, desconfortos e mudanças na autoimagem.

O acompanhamento fisioterapêutico humanizado atua como suporte nesse processo, oferecendo não apenas tratamento, mas também acolhimento.

Fisioterapia no pós-operatório integrada à equipe cirúrgica

O sucesso de uma cirurgia plástica não depende apenas da habilidade do cirurgião, mas também da qualidade do pós-operatório.

O fisioterapeuta é peça-chave dessa engrenagem multidisciplinar.

Cabe a ele avaliar a cicatrização, identificar precocemente sinais de complicações, orientar o paciente quanto aos cuidados com o corpo e adaptar o tratamento de acordo com a evolução de cada fase.

Essa integração de saberes permite um cuidado completo, que considera o corpo como um todo e respeita o tempo biológico de regeneração dos tecidos.

Reabilitar também é cuidar da autoestima

Mais do que devolver movimento e funcionalidade, a fisioterapia atua na reconstrução da autoestima e da autopercepção corporal.

A forma como o paciente vivencia seu corpo após uma cirurgia é tão importante quanto o resultado estético.

A atenção ao toque, à escuta e à empatia transforma o processo de reabilitação em um momento de autoconhecimento e reconciliação com o corpo.

Fisioterapia no pós-operatório: recuperação segura e resultados otimizados

A atuação do fisioterapeuta no pós-operatório de cirurgias plásticas é indispensável para garantir uma recuperação segura, funcional e harmônica.

Com técnicas adequadas e acompanhamento no tempo correto, é possível minimizar complicações, favorecer o processo cicatricial e potencializar os resultados esperados.

A fisioterapia, quando integrada ao plano cirúrgico, não apenas restaura o corpo; ela devolve confiança, leveza e equilíbrio entre estética e saúde.

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Dra. Mariana Milazzotto
Fisioterapeuta, mestre em Ciências Médicas e especialista em reabilitação funcional

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Fisio Mariana Milazzotto
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