Talvez a maior pista sobre sua saúde esteja… no suor

Pesquisadores de diferentes países acabam de revisar o que a ciência mais recente sabe sobre o suor e os resultados chamam atenção até de quem acompanha de perto a evolução dos wearables (os dispositivos eletrônicos usados no corpo, como relógios, pulseiras e adesivos-sensores que monitoram sinais de saúde em tempo real).

A revisão, publicada no Journal of Pharmaceutical Analysis, mostra como essa secreção tão cotidiana pode se tornar uma das ferramentas mais promissoras para monitorar a saúde de forma simples e totalmente não invasiva.

Logo de início, os autores lembram um ponto que a tecnologia tornou ainda mais interessante, o de que o suor é fácil de coletar, não exige agulhas e, ao contrário do sangue e da urina, quase não requer estrutura especial para ser analisado.

Por isso, virou um alvo valioso para sensores colados na pele capazes de acompanhar sinais do corpo quase em tempo real.

Por que suamos

Quando o calor aperta, suar parece apenas uma forma de resfriar o corpo — e é mesmo a principal função. Mas o processo envolve muito mais.

As glândulas sudoríparas liberam água misturada a sais minerais, aminoácidos, pequenas proteínas e até traços de substâncias que circulam pelo organismo, como medicamentos e compostos ambientais.

Essa combinação cria uma espécie de retrato químico do que está acontecendo no corpo naquele momento, o que desperta o interesse dos cientistas.

Como esses elementos refletem processos fisiológicos importantes, o suor pode ajudar a monitorar níveis de glicose, eletrólitos, inflamações, desidratação e exposição a toxinas.

Além disso, pode trazer pistas sobre como o organismo responde a determinados medicamentos.

Uma janela para dentro do corpo

Para que o suor realmente se torne uma ferramenta útil no dia a dia, a tecnologia dos sensores vestíveis é fundamental.

São esses pequenos dispositivos colados à pele que coletam o suor conforme ele é produzido e transformam sua composição em dados de saúde.

Eles estão ficando cada vez mais discretos, confortáveis e precisos.

Hoje, alguns já conseguem medir eletrólitos como sódio e potássio, acompanhar níveis de glicose e identificar sinais ligados ao estresse fisiológico, como mudanças no cortisol.

Há também modelos experimentais que analisam citocinas inflamatórias (substâncias que ajudam a entender processos infecciosos e doenças crônicas).

E a inteligência artificial tem acelerado tudo isso.

Os algoritmos conseguem interpretar os dados do suor e transformá-los em informações práticas para médicos e pacientes, abrindo caminho para uma medicina cada vez mais personalizada.

Suor também fala sobre medicamentos e toxinas

Além do monitoramento clínico, o suor também pode revelar a presença de drogas, pesticidas e outras substâncias que o corpo tenta eliminar.

Em alguns estudos, certos compostos foram encontrados no suor mesmo quando não apareceram no sangue ou na urina. Um achado pontual, mas que reforça o potencial desse biofluido.

A revisão cita pesquisas em que componentes do café, medicamentos comuns e substâncias envolvidas em reações alérgicas foram detectados no suor.

Na prática, cada gota pode carregar pistas sobre hábitos, exposições ambientais e processos internos do organismo.

Um biofluido simples com potencial enorme

Apesar das vantagens, analisar o suor ainda traz desafios:

  • a quantidade produzida varia muito de pessoa para pessoa;
  • fatores como clima, exercício e hidratação mudam sua composição;
  • muitos marcadores aparecem em concentrações muito baixas, o que exige sensores cada vez mais sensíveis e métodos bem padronizados.

Mesmo assim, o campo avança rápido.

Já existem dispositivos semelhantes a adesivos que coletam o suor na pele e o direcionam para sensores capazes de fazer leituras quase instantâneas.

A expectativa é que, em um futuro próximo, soluções desse tipo consigam acompanhar nosso estado de saúde ao longo do dia.

Tudo isso sem dor, sem furos no dedo e com menos dependência de exames de laboratório.

O suor, tão simples e tão acessível, tem tudo para ganhar um lugar importante no futuro da medicina personalizada.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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