Quando parece dengue, mas não é: entenda o que é hantavirose e o teste rápido que pode ajudar

Pesquisadores brasileiros acabam de dar um passo importante para melhorar o diagnóstico de uma doença que preocupa especialistas em diferentes regiões do país. Mas você sabe o que é hantavirose?

A seguir, explicamos o que ela é, por que merece atenção e como um novo teste rápido, desenvolvido pela Fiocruz e pela UFRJ, pode ajudar a identificar a infecção em poucos minutos usando apenas uma gota de sangue.

A ferramenta já recebeu registro da Anvisa e começou a ser utilizada em algumas unidades de saúde dentro de parcerias de pesquisa.

Entender o que é hantavirose ajuda a dimensionar o impacto do novo teste

A hantavirose é causada por diferentes hantavírus transmitidos por roedores silvestres, conhecidos popularmente como ratos do mato.

O contágio ocorre principalmente quando a pessoa inala partículas virais presentes na urina, fezes ou saliva desses animais.

Como os sintomas iniciais lembram os de outras viroses, muitos casos passam despercebidos, o que pode agravar o quadro.

Dados oficiais indicam que cerca de 40% dos pacientes evoluem para desfechos graves.

Para entender melhor a transmissão da hantavirose, os principais fatores de risco incluem:

  • contato com partículas virais suspensas no ar durante a limpeza de galpões, casas fechadas ou áreas rurais;
  • exposição direta à urina, fezes ou saliva de roedores silvestres;
  • atividades agrícolas ou de ecoturismo em locais onde esses animais circulam.

Segundo a médica infectologista Elba Lemos, da Fiocruz, a doença é mais frequente em áreas rurais ou próximas a matas e plantações.

A progressão pode ser rápida e comprometer o sistema respiratório, o que torna um teste simples e acessível especialmente útil para orientar o atendimento de quem chega à unidade de saúde com febre, dores no corpo, cansaço acentuado e dificuldade para respirar.

Como funciona o novo teste que identifica a hantavirose em até 20 minutos

Atualmente, o diagnóstico depende de laboratórios de referência, o que atrasa a confirmação.

O novo teste foi criado para detectar a hantavirose logo no início.

Ele funciona identificando no sangue sinais de que o organismo entrou em contato com o vírus (marcadores que aparecem já nos primeiros dias da infecção).

Para isso, usa materiais desenvolvidos pela UFRJ e por Bio-Manguinhos que reagem quando esses sinais estão presentes.

Nos estudos, o kit apresentou alto desempenho. Identificou corretamente 94% dos casos positivos e não gerou falso-positivos.

Outra vantagem é que permanece estável entre 2 °C e 30 °C, o que permite o uso tanto em postos de saúde estruturados quanto em regiões remotas.

Por que ampliar o diagnóstico cedo pode salvar vidas

Entre 2015 e 2024, o Brasil registrou 610 casos de hantavirose e 232 mortes, principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Sem suspeita clínica, muitos pacientes acabam sendo atendidos inicialmente como se tivessem dengue, o que atrasa o suporte adequado.

O novo teste rápido ajuda profissionais de saúde a identificar a doença ainda no início, permitindo intervenções oportunas.

Em Tangará da Serra (MT), ele já confirmou rapidamente um caso dentro de um estudo, acelerando o atendimento e favorecendo a recuperação do paciente.

Com o registro aprovado pela Anvisa, Bio-Manguinhos poderá ampliar a produção conforme a demanda do SUS.

Para quem vive ou trabalha próximo a áreas rurais, a ferramenta representa uma chance real de diagnóstico precoce e atendimento mais seguro.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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