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Câncer anal: a relação direta com o HPV que você precisa entender
O câncer anal ainda é uma doença pouco discutida, o que contribui para atrasos no diagnóstico e no tratamento. Parte desse cenário está relacionada à falta de informação sobre sua causa mais frequente, o HPV (o papilomavírus humano).
Trata-se de uma infecção sexualmente transmissível bastante comum e, na maioria das vezes, silenciosa.
Ainda assim, quando persiste no organismo sem acompanhamento adequado, pode trazer consequências importantes para a saúde.
Na prática clínica, é comum encontrar pacientes que só procuram ajuda quando os sintomas já estão mais avançados. Por isso, compreender a relação entre HPV e câncer anal, reconhecer sinais de alerta e investir em prevenção faz toda a diferença.
O que é o câncer anal e como ele se manifesta
O câncer anal se caracteriza pelo surgimento de tumores na região do ânus, que podem aparecer tanto na borda externa quanto no interior do canal anal.
Essas lesões podem ser benignas ou malignas e, com o tempo, tendem a crescer localmente, podendo se espalhar para a virilha e para a região da bacia.
Entre os sintomas mais comuns estão sangramento anal, dor, desconforto persistente, coceira e, em alguns casos, a sensação de um caroço na região.
Muitas vezes, esses sinais são subestimados, pois podem ser confundidos com problemas aparentemente simples, como hemorroidas.
Principais fatores de risco para o câncer anal
Algumas condições aumentam significativamente o risco de desenvolver câncer anal. Entre as mais relevantes, destacam-se:
- Histórico de outros tipos de câncer;
- Infecção pelo HIV ou diagnóstico de AIDS;
- Baixa imunidade;
- Prática de coito anal receptivo sem uso de preservativo.
Esses fatores não indicam que a doença irá surgir obrigatoriamente, mas reforçam a necessidade de acompanhamento médico regular.
HPV: qual é a relação com o câncer anal?
O papilomavírus humano é uma IST (infecção sexualmente transmissível) extremamente comum, transmitida principalmente pelo contato sexual sem proteção.
Na maioria das pessoas, o organismo elimina o vírus espontaneamente. Em outras, a infecção persiste e pode levar ao surgimento de verrugas, que aparecem na região genital, no ânus ou, em alguns casos, na boca.
Quando o HPV permanece ativo por muitos anos, especialmente os subtipos de alto risco, ele pode provocar alterações nas células da região anal.
Essas mudanças, se não identificadas e tratadas, podem evoluir gradualmente para o câncer anal.
Ou seja, trata-se de um processo lento e progressivo, não de uma consequência imediata da infecção.
Como ocorre o contágio pelo HPV
Diferente do HIV, o HPV apresenta um índice de contágio bastante elevado.
A transmissão ocorre por contato direto entre mucosas ou pele, mesmo na ausência de penetração, especialmente quando há lesões ativas.
Após o contágio, o vírus tende a se manifestar no local onde ocorreu a infecção inicial, influenciado por fatores como microlesões da pele, resposta imunológica e persistência viral.
Por isso, a região anal merece atenção especial, já que a infecção local pode aumentar o risco de alterações celulares associadas ao câncer anal ao longo do tempo.
Qual é a aparência das verrugas do HPV
As verrugas causadas pelo HPV costumam ser esbranquiçadas ou da cor da pele, visíveis a olho nu e com crescimento relativamente rápido, geralmente em um período de um a dois meses.
Apresentam relevo palpável, textura áspera e aspecto irregular, o que facilita a identificação durante a avaliação médica.
Tratamento das verrugas e prevenção do câncer anal
O tratamento das verrugas depende da localização e do tamanho das lesões.
Quando surgem na parte externa, como nas bordas do ânus, tratamentos tópicos podem ser indicados.
Já nos casos mais extensos ou quando as verrugas estão dentro do canal anal, a remoção cirúrgica costuma ser a opção mais eficaz.
A cirurgia para HPV é, em geral, rápida e com recuperação relativamente simples.
Normalmente, recomenda-se cerca de uma semana de repouso das atividades físicas, além do uso de medicação para controle da dor, se necessário.
Durante o procedimento, as verrugas são cauterizadas com bisturi elétrico ou laser de CO₂, técnica que costuma proporcionar menor dor no pós-operatório e ajuda a reduzir o risco de progressão para o câncer anal.
Prevenção: o passo mais importante contra o HPV e o câncer anal
A prevenção do HPV vai além do uso do preservativo, que, embora essencial, não protege todas as áreas suscetíveis à infecção.
O contato íntimo sem proteção adequada, inclusive durante as preliminares, pode facilitar a transmissão do vírus.
A vacinação contra o HPV é uma das estratégias mais eficazes, especialmente quando realizada antes do início da vida sexual.
Mesmo após o contato com o vírus, a avaliação médica é fundamental para definir a possibilidade de vacinação e o acompanhamento adequado.
Informação, prevenção e diagnóstico precoce são decisivos para reduzir os casos de câncer anal e preservar a saúde a longo prazo.
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Dr. Alexandre Nishimura
Médico cirurgião-geral, cirurgião robótico e coloproctologista. Membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva, Robótica e Digital (SOBRACIL). Atua com foco em técnicas avançadas e tratamentos de alta precisão.
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