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10 alimentos que ficam mais nutritivos cozidos do que crus (e você nem imagina)
Durante muito tempo, acreditou-se que comer alimentos crus era sempre a melhor opção para preservar os nutrientes. Porém, a ciência mostra que essa ideia nem sempre é verdadeira.
Em alguns casos, o calor do cozimento pode tornar certas vitaminas, minerais e antioxidantes mais disponíveis para o corpo, aumentando o valor nutricional do alimento.
Nem todo nutriente é destruído pelo calor e, em alguns casos, o cozimento pode até desativar substâncias que prejudicam a absorção de nutrientes. Entender esses mecanismos ajuda a montar refeições mais equilibradas e nutritivas.
A seguir, veja quais são os 10 alimentos que ficam mais nutritivos depois de cozidos, e por que isso acontece segundo a ciência.
Por que o cozimento dos alimentos pode aumentar os nutrientes?
O calor age sobre as estruturas celulares dos vegetais, rompendo paredes e fibras que, quando cruas, dificultam o aproveitamento total dos nutrientes.
Além disso, certos compostos antioxidantes são liberados apenas quando aquecidos, enquanto o cozimento ajuda a neutralizar antinutrientes (substâncias naturais que inibem a absorção de minerais como ferro, cálcio e zinco).
O licopeno do tomate, por exemplo, se torna até 35% mais disponível após o cozimento. Isso acontece porque o calor altera a estrutura desse antioxidante, facilitando sua absorção pelo organismo.
Mas é importante lembrar: o método de preparo faz toda a diferença. Cozinhar no vapor ou refogar rapidamente preserva muito mais nutrientes do que ferver em excesso.
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1. Tomate: mais licopeno e poder antioxidante
O tomate é o exemplo clássico de alimento que ganha em nutrientes quando passa pelo calor. O cozimento rompe as paredes celulares e libera o licopeno, antioxidante potente que ajuda a proteger o coração e pode reduzir o risco de alguns tipos de câncer.
O estudo da Journal of Agricultural and Food Chemistry mostrou que o licopeno aumenta significativamente quando o tomate é cozido, principalmente sob a forma de molho ou purê. Acrescentar um fio de azeite melhora ainda mais a absorção, já que o licopeno é solúvel em gordura.
2. Cenoura: betacaroteno mais biodisponível
Cozinhar a cenoura potencializa o betacaroteno, precursor da vitamina A, que é essencial para a visão, a imunidade e a saúde da pele. O calor quebra as paredes celulares e facilita o aproveitamento desse nutriente.
De acordo com uma pesquisa publicada também no Journal of Agricultural and Food Chemistry, a biodisponibilidade do betacaroteno aumenta consideravelmente após o cozimento leve, especialmente quando o alimento é preparado no vapor ou assado.
3. Espinafre: menos oxalato e mais ferro absorvível
O espinafre cru contém ácido oxálico, um antinutriente que reduz a absorção de ferro e cálcio.
Quando cozido, parte desse ácido é eliminada, tornando esses minerais mais disponíveis. Além disso, o cozimento ajuda a reduzir o volume das folhas, facilitando o consumo de quantidades maiores e, consequentemente, a ingestão de mais nutrientes.
4. Aspargos: aumento de antioxidantes
O cozimento leve, especialmente no vapor, aumenta a concentração de compostos antioxidantes como o ácido ferúlico e a quercetina nos aspargos. Esses compostos ajudam a combater o envelhecimento celular e fortalecem o sistema imunológico.
Um estudo mostrou que o cozimento moderado pode melhorar o potencial antioxidante de diversos vegetais, incluindo o aspargo, desde que não sejam expostos a temperaturas muito altas por longos períodos.
5. Cogumelos: proteínas mais acessíveis e digestão facilitada
Os cogumelos são ricos em proteínas, vitaminas do complexo B e compostos bioativos.
Entretanto, crus, eles contêm uma substância chamada agaritina, que em grandes quantidades pode ser tóxica.
O cozimento destrói esse composto e ainda melhora a digestibilidade das proteínas e a absorção de minerais como fósforo e potássio.
Além disso, o calor libera antioxidantes como o ergotioneno, benéfico à saúde celular.
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6. Batata: liberação de amido resistente e vitaminas mais estáveis
A batata deve sempre ser consumida cozida, não apenas por segurança alimentar, mas também por vantagens nutricionais.
Durante o cozimento e o resfriamento subsequente, forma-se o amido resistente, um tipo de fibra que alimenta as bactérias benéficas do intestino e auxilia no controle da glicemia.
Além disso, o cozimento ajuda a preservar vitaminas do complexo B e o potássio, especialmente quando é feita no vapor ou com pouca água.
7. Abóbora: betacaroteno em alta
Assim como a cenoura, a abóbora é rica em carotenoides, antioxidantes que o corpo converte em vitamina A. Cozinhar a abóbora aumenta a concentração desses compostos, especialmente quando preparada no vapor ou assada.
O calor também deixa o sabor mais adocicado e a textura mais macia, tornando-a mais fácil de consumir em maiores quantidades.
8. Feijão e outras leguminosas: menos antinutrientes e melhor digestão
O cozimento é fundamental para que feijões, lentilhas e grão-de-bico se tornem realmente nutritivos e seguros para o consumo. Cruas, essas leguminosas contêm lectinas e fitatos, substâncias que reduzem a absorção de minerais e podem causar desconforto intestinal.
Quando cozidas corretamente, essas substâncias são destruídas, e os minerais, como ferro e zinco, se tornam mais biodisponíveis. Além disso, o cozimento ajuda a melhorar a textura e facilita a digestão das proteínas vegetais.
9. Brócolis: cozido no vapor, antioxidantes preservados e potencializados
O brócolis é rico em sulforafano, um composto associado à prevenção de doenças crônicas. O cozimento inadequado, especialmente em água fervente, pode destruir parte desse nutriente.
No entanto, quando o vegetal é cozido no vapor por até cinco minutos, a enzima mirosinase (responsável pela formação do sulforafano) é preservada, e o alimento se torna ainda mais benéfico.
10. Milho: mais luteína e zeaxantina
O milho cozido apresenta níveis mais altos de luteína e zeaxantina, dois antioxidantes que protegem a visão e previnem a degeneração macular. O calor aumenta a concentração desses compostos e reduz os fitatos, favorecendo a absorção de minerais.
Esse efeito foi confirmado por uma pesquisa, que observou aumento expressivo dos antioxidantes após o cozimento.
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Como cozinhar sem perder nutrientes
Para aproveitar os benefícios do cozimento sem destruir vitaminas sensíveis ao calor, algumas estratégias simples fazem toda a diferença:
- Prefira o cozimento no vapor, pois evita o contato direto com a água e mantém as propriedades nutricionais.
- Utilize pouca água ao ferver e, se possível, reaproveite o líquido do cozimento em sopas e caldos.
- Evite o excesso de tempo no fogo: quanto mais prolongado o cozimento, maior a perda de vitaminas hidrossolúveis.
- Adicione gorduras boas, como azeite, para melhorar a absorção de compostos lipossolúveis, como o licopeno e o betacaroteno.
Nem tudo que é cru é mais saudável
A ideia de que apenas alimentos crus são ricos em nutrientes é um mito. O cozimento, quando feito de forma adequada, pode aumentar o valor nutricional de muitos alimentos e melhorar a digestão.
Cada vegetal reage de maneira diferente ao calor, e o segredo está em escolher o método certo: vapor, forno ou refogado leve são as opções mais indicadas para quem busca equilibrar sabor e saúde.
Compreender essas diferenças permite montar um prato mais colorido, equilibrado e cheio de nutrientes — mostrando que, às vezes, o fogo pode ser um grande aliado da boa alimentação.
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