Câncer de intestino em jovens aumenta silenciosamente e especialista pede atenção urgente

Nos últimos anos, uma tendência tem chamado atenção de médicos e pesquisadores em todo o mundo: o crescimento expressivo da incidência de câncer de intestino em jovens.

Embora esse tipo de câncer tradicionalmente afete pessoas com mais de 50 anos, estudos recentes mostram que ele tem se tornado cada vez mais comum em adultos jovens, na faixa dos 20, 30 e 40 anos.

Os dados estimam que o aumento nos casos entre jovens tenha variado de 50% a 70% nas últimas décadas.

Esses números são alarmantes e reforçam a necessidade de falar sobre o tema com mais clareza e urgência, especialmente porque muitos ainda acham que esse é um problema exclusivo da terceira idade.

Câncer de intestino em jovens e os sintomas nem sempre claros

Um dos grandes desafios no diagnóstico do câncer de intestino em jovens é que a maioria dos pacientes não apresenta sintomas evidentes, especialmente nas fases iniciais.

Quando os sinais aparecem, muitas vezes são sutis e confundidos com situações corriqueiras, como estresse, má alimentação ou alterações passageiras no funcionamento do intestino.

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Sangue nas fezes;
  • Alterações no ritmo intestinal (diarreia ou constipação persistente);
  • Dores abdominais frequentes;
  • Perda de peso inexplicada (sem mudança de dieta ou aumento de atividade física);
  • Anemia sem causa aparente.

Esses sintomas podem ser facilmente ignorados, especialmente por pessoas mais jovens que não se consideram dentro do “grupo de risco”.

E é exatamente aí que mora o perigo: o tempo perdido entre os primeiros sinais e o diagnóstico pode comprometer diretamente as chances de cura.

Leitura Recomendada: Colonoscopia sem medo: entenda tudo sobre o exame que pode salvar vidas

A importância dos exames preventivos

Apesar de muitos jovens não apresentarem sintomas, há um exame que pode literalmente salvar vidas: a colonoscopia.

Esse exame é considerado o mais eficaz na detecção precoce do câncer de intestino, e mais do que isso: ele permite a retirada imediata de pólipos, que são pequenas lesões no intestino que, se não forem removidas, podem evoluir para câncer.

Durante muito tempo, a recomendação era iniciar o rastreamento a partir dos 50 anos. No entanto, diante do crescimento acelerado de casos em jovens, as diretrizes agora indicam o rastreamento a partir dos 45 anos.

Mesmo sem sintomas evidentes, pessoas com histórico familiar de câncer intestinal ou doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, podem precisar iniciar esse acompanhamento ainda mais cedo.

Nesses casos, é fundamental conversar com o médico para avaliar o momento ideal de iniciar os exames e definir a frequência mais adequada.

Diagnóstico precoce significa mais chances de cura

Se o câncer de intestino em jovens for detectado logo no início, as chances de cura podem ultrapassar 90%.

Mas para isso acontecer, é fundamental estar atento aos sinais do corpo, não negligenciar sintomas persistentes e buscar avaliação médica especializada o quanto antes.

Em casos mais avançados, o tratamento tende a ser mais complexo e os riscos aumentam.

Por isso, insistimos: se você tem algum sintoma persistente, mesmo que pareça algo simples, não espere agravar. Busque ajuda de um coloproctologista ou gastroenterologista.

O segundo tipo de câncer mais comum no Brasil

Para ter ideia da relevância do assunto, o câncer de intestino (também chamado de câncer colorretal) já é o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil, atrás apenas do câncer de próstata nos homens e do câncer de mama nas mulheres, desconsiderando os tumores de pele não melanoma.

Apesar disso, ele ainda recebe menos atenção que deveria, talvez pelo tabu que envolve o exame de colonoscopia ou pela falsa crença de que o problema só atinge idosos.

Mas a realidade está mudando, e precisamos estar preparados.

Quando é hora de procurar um especialista?

Se você tem menos de 50 anos e apresenta sintomas como sangramentos intestinais, mudança no funcionamento do intestino, dores abdominais persistentes, cansaço extremo, perda de peso sem motivo claro ou anemia sem causa definida, não hesite: marque uma consulta com um especialista.

O diagnóstico precoce é sempre o melhor caminho.

Ele evita procedimentos mais agressivos, aumenta as chances de cura e reduz os riscos de complicações.

E mesmo que você esteja assintomático, mas tem histórico familiar de câncer intestinal ou doenças inflamatórias intestinais (como retocolite ulcerativa ou doença de Crohn), vale conversar com um médico sobre a melhor forma de prevenção.

Leitura Recomendada: Câncer de intestino pode voltar e médico orienta o que fazer para reduzir esse risco

Dr. Alexandre Nishimura

Médico cirurgião-geral, cirurgião robótico e coloproctologista. Membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva, Robótica e Digital (SOBRACIL). Atua com foco em técnicas avançadas e tratamentos de alta precisão.

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