Câncer de intestino pode voltar e médico orienta o que fazer para reduzir esse risco

Coloproctologista alerta que o câncer de intestino pode voltar mesmo após a cura e revela o que deve ser feito para reduzir os riscos

Infelizmente, o câncer de intestino pode voltar, sim, e o Brasil acompanhou com tristeza a recente perda da cantora Preta Gil, após uma longa e corajosa batalha contra a doença.

Diagnosticada em 2023, ela passou por cirurgia, tratamentos e chegou a anunciar remissão. No entanto, no ano seguinte, o câncer retornou, já em estágio avançado e com metástases em outras partes do corpo.

O caso reacendeu uma dúvida muito comum entre pacientes e familiares: por que o câncer de intestino pode voltar, mesmo após um tratamento aparentemente bem-sucedido?

A verdade é que, mesmo com a remissão, há risco de recidiva, ou seja, da doença ressurgir algum tempo depois.

E mais: quem já enfrentou esse tipo de câncer também tem maior chance de desenvolver novos tumores, seja no mesmo local, seja em outras partes do corpo.

Por isso, o acompanhamento médico regular e a adoção de hábitos saudáveis se tornam fundamentais após o tratamento.

Nesta coluna, explico por que o câncer pode retornar, quais cuidados são essenciais na fase de vigilância e o que você pode fazer para reduzir os riscos de uma recidiva ou de um segundo câncer.

Por que o câncer de intestino pode voltar?

Durante o tratamento, os médicos atuam para remover ou destruir todas as células cancerígenas, seja por meio de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.

No entanto, mesmo quando os exames apontam bons resultados, pode haver pequenas quantidades de células tumorais que permanecem “escondidas” no organismo.

Com o tempo, essas células podem voltar a crescer e formar um novo tumor.

Essa situação é chamada de recidiva tumoral.

Ela pode acontecer no mesmo local do câncer original, em regiões próximas ou até em outras partes do corpo (o que chamamos de metástase).

Alguns fatores aumentam o risco de recidiva:

  • Predisposição genética, como na Síndrome de Lynch;
  • Dietas pobres em fibras e ricas em alimentos ultraprocessados;
  • Sedentarismo, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool;
  • Tratamentos incompletos ou início tardio da terapia.

Assim, não basta tratar o câncer uma vez. O monitoramento constante e o estilo de vida saudável são pilares fundamentais na prevenção do retorno da doença.

O risco de um segundo câncer após o tratamento

Além da recidiva, pessoas que já tiveram câncer de intestino têm maior risco de desenvolver outros tipos de câncer, especialmente se não fizerem mudanças no estilo de vida ou se houver predisposição hereditária.

Entre os tumores mais comuns nesse cenário, estão:

  • Câncer anal;
  • Câncer de intestino delgado;
  • Câncer de fígado;
  • Câncer de pulmão.

O risco também pode estar relacionado a síndromes genéticas hereditárias, como é o caso da já mencionada Síndrome de Lynch, que aumenta consideravelmente a chance de múltiplos cânceres ao longo da vida.

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Como funciona o acompanhamento após o tratamento?

Mesmo após a cirurgia ou outros tratamentos, o paciente não está “liberado”.

O acompanhamento contínuo com o coloproctologista ou oncologista é essencial para detectar sinais precoces de que o câncer de intestino pode voltar.

Os principais exames de rotina incluem:

  • Colonoscopia periódica, para identificar pólipos ou alterações no intestino grosso;
  • Exames de sangue, com foco em marcadores tumorais como CEA;
  • Exames de imagem, como tomografia do abdômen e do tórax, para verificar possíveis metástases.

Além dos exames, é fundamental relatar qualquer sintoma novo, como alterações no hábito intestinal, sangue nas fezes, perda de peso inexplicada ou dor abdominal persistente.

O que fazer para reduzir os riscos?

Embora o risco de recidiva nunca seja totalmente eliminado, há muito que o paciente pode fazer para ajudar o corpo a se proteger. Algumas medidas simples podem ter grande impacto:

  • Alimentação rica em fibras, vegetais, frutas e grãos integrais;
  • Reduzir ou evitar carnes processadas (presunto, salsicha, linguiça) e alimentos ultraprocessados;
  • Praticar atividade física regularmente, pelo menos 30 minutos na maioria dos dias da semana;
  • Evitar o cigarro e moderar no álcool;
  • Controlar o peso corporal, prevenindo doenças como diabetes e síndrome metabólica, que também estão ligadas a riscos maiores de câncer.

Esses hábitos saudáveis não apenas reduzem o risco de recidiva, como também protegem o corpo contra outras doenças crônicas.

O corpo avisa: fique atento aos sinais

Muitas vezes, o corpo envia sinais de que algo não vai bem.

Mesmo que você já tenha feito o tratamento e esteja em remissão, é importante observar com atenção sintomas como:

  • Mudanças no formato ou frequência das fezes;
  • Sensação de evacuação incompleta;
  • Presença de sangue nas fezes;
  • Fadiga extrema ou perda de peso sem motivo aparente.

Não ignore esses sinais. Eles podem ser o primeiro alerta de que o câncer de intestino pode voltar, e agir cedo faz toda a diferença no sucesso do tratamento.

Se você já enfrentou esse câncer, não deixe de lado seu cuidado contínuo.

Converse com seu médico, mantenha seus exames em dia e cuide do seu corpo com atenção e carinho.

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Dr. Alexandre Nishimura

Médico cirurgião-geral, cirurgião robótico e coloproctologista.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva, Robótica e Digital (SOBRACIL).
Atua com foco em técnicas avançadas e tratamentos de alta precisão.
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Saiba mais: www.proctoprime.com.br

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