Book Appointment Now

Cansaço e dor nas pernas: o que pode estar por trás do sintoma e quando procurar ajuda
Sentir cansaço e dor nas pernas é uma queixa frequente entre adultos de diferentes idades. Para algumas pessoas, o incômodo aparece após longas horas em pé, para outras, basta ficar sentado por muito tempo.
Embora em muitos casos seja apenas consequência de sobrecarga muscular ou má postura, esses sinais também podem indicar alterações na circulação sanguínea ou em outras estruturas do corpo.
Hoje, você vai entender as principais causas do cansaço e da dor nas pernas, quando é necessário procurar ajuda médica e quais hábitos podem ajudar a aliviar e prevenir esses sintomas.
Cansaço e dor nas pernas: o que significam?
As pernas são responsáveis por sustentar o peso do corpo e permitir a locomoção. Por isso, músculos, articulações, ossos e vasos sanguíneos trabalham constantemente.
Quando surge dor ou cansaço frequente, o corpo está sinalizando que algo não está funcionando bem. Esse desconforto pode ter diferentes origens:
- Muscular, como após esforço físico intenso ou por falta de atividade.
- Vascular, quando há dificuldades no retorno do sangue das pernas ao coração, como em casos de varizes ou insuficiência venosa.
- Óssea ou articular, em situações de sobrepeso, artrose ou desalinhamentos posturais.
O cansaço e dor nas pernas são sintomas que podem afetar pessoas de todas as idades e nem sempre estão ligados apenas ao esforço físico.
Identificar a causa correta é fundamental para adotar o tratamento adequado.
Principais causas de cansaço e dor nas pernas
Embora esse sintoma seja comum e muitas vezes associado ao cansaço físico, existem diferentes condições que podem explicar o incômodo.
Conhecer cada uma delas é fundamental para identificar se o problema exige apenas cuidados simples ou atenção médica especializada.
1. Esforço físico e sobrecarga muscular
O esforço físico intenso é uma das causas mais frequentes de dor e cansaço nas pernas.
Isso acontece porque, durante atividades como corridas, treinos de musculação ou longas jornadas de trabalho em pé, os músculos sofrem microlesões e acumulam ácido lático.
Esse processo é natural e faz parte da adaptação muscular, mas pode gerar desconforto por algumas horas ou dias.
Além disso, quem pratica atividades de alto impacto sem preparo adequado ou sem alongamento prévio tende a sentir sintomas mais intensos.
O uso de calçados inadequados também contribui para a sobrecarga, já que aumenta o impacto nas articulações e dificulta a distribuição do peso.
Nesses casos, o descanso, a hidratação e a recuperação muscular são medidas importantes para reduzir os sintomas e prevenir lesões mais graves.
2. Sedentarismo e falta de movimento
Por outro lado, a falta de atividade física também pode gerar cansaço e dor nas pernas.
O sedentarismo compromete o tônus muscular, prejudica a circulação sanguínea e favorece o acúmulo de líquidos nos membros inferiores. Pessoas que passam muitas horas sentadas, seja no trabalho ou em casa, frequentemente relatam pernas pesadas e doloridas ao final do dia.
A ausência de movimento dificulta o retorno venoso, processo em que o sangue precisa vencer a gravidade para voltar das pernas ao coração. Com o tempo, isso pode contribuir para a formação de varizes e até aumentar o risco de trombose.
A prática regular de exercícios leves, como caminhadas, alongamentos e pausas para se movimentar durante o dia, ajuda a combater esses efeitos e a melhorar a saúde vascular.
3. Má circulação e insuficiência venosa
Em muitos casos, o cansaço e dor nas pernas estão associados a problemas de circulação que precisam de atenção médica.
Quando as válvulas das veias não funcionam adequadamente, o sangue encontra dificuldade para retornar ao coração e tende a se acumular nas pernas. Isso provoca inchaço, sensação de peso, dor e até mudanças na coloração da pele.
A insuficiência venosa crônica e as varizes são manifestações comuns dessa condição. Além do desconforto, a estagnação do sangue aumenta o risco de complicações, como úlceras venosas e trombose.
Fatores de risco incluem histórico familiar, sedentarismo, obesidade, uso de anticoncepcionais hormonais e longos períodos em pé.
O tratamento pode envolver desde mudanças de hábitos e uso de meias de compressão até procedimentos médicos para melhorar o fluxo sanguíneo e evitar complicações.
4. Varizes e doenças venosas
As varizes são veias dilatadas, tortuosas e visíveis sob a pele que surgem devido à falha das válvulas venosas.
Elas afetam grande parte da população adulta, principalmente mulheres, e estão intimamente ligadas ao sintoma de cansaço e dor nas pernas.
Além do aspecto estético, as varizes provocam sensação de peso, inchaço, queimação e câimbras noturnas. Em casos mais avançados, podem evoluir para escurecimento da pele e feridas de difícil cicatrização.
O histórico familiar é um fator de risco importante, mas o excesso de peso, a gestação e a permanência prolongada em pé ou sentado também favorecem o problema.
Embora existam tratamentos estéticos, como a escleroterapia, a recomendação médica foca principalmente em melhorar a circulação, reduzir o desconforto e prevenir complicações.
5. Problemas musculoesqueléticos e postura inadequada
Nem sempre o incômodo nas pernas está ligado apenas à circulação. Alterações na coluna lombar, hérnia de disco, desalinhamentos posturais e desgaste das articulações também podem irradiar dor para os membros inferiores.
A má postura ao caminhar, sentar ou permanecer em pé sobrecarrega músculos e articulações, gerando dor persistente e sensação de fadiga. O sobrepeso é outro fator que aumenta a pressão sobre joelhos e quadris, intensificando os sintomas.
Em alguns casos, a dor é confundida com problemas vasculares, mas tem origem musculoesquelética.
Por isso, é essencial avaliar o histórico do paciente e identificar se a dor surge em movimentos específicos ou ao permanecer em determinada posição.
O tratamento pode envolver fisioterapia, exercícios de fortalecimento e reeducação postural.
6. Deficiências nutricionais e desequilíbrios metabólicos
A alimentação desempenha papel central na saúde muscular e vascular. A falta de nutrientes como magnésio, potássio, cálcio e vitamina D pode provocar fraqueza, câimbras, formigamento e dor muscular nas pernas.
O déficit de ferro e vitaminas do complexo B também compromete a oxigenação e o funcionamento adequado dos tecidos, gerando cansaço persistente.
Além disso, condições como diabetes descontrolado podem causar alterações nos nervos periféricos, aumentando a sensibilidade e o desconforto nos membros inferiores.
Pessoas que seguem dietas restritivas sem orientação nutricional ou que apresentam distúrbios de absorção intestinal são mais vulneráveis a esses déficits. Nesse caso, a reposição alimentar ou suplementação, sob orientação profissional, é fundamental para corrigir o problema e reduzir os sintomas.
Leia também: O que causa cãibras nas pernas e por que esse sintoma não deve ser ignorado
7. Doenças vasculares graves: trombose e insuficiência arterial
A trombose venosa profunda é uma condição séria que pode causar dor, inchaço, calor e vermelhidão em uma das pernas. O problema ocorre quando um coágulo obstrui uma veia profunda, impedindo a circulação adequada.
Além do risco local, há a possibilidade de deslocamento do coágulo, que pode atingir os pulmões e provocar embolia pulmonar, uma complicação potencialmente fatal.
Já a insuficiência arterial, causada por obstruções nas artérias que levam sangue às pernas, provoca dor intensa ao caminhar (claudicação intermitente), que melhora com o repouso.
Esses casos exigem diagnóstico e acompanhamento médico imediato, já que envolvem risco significativo à saúde. O tratamento inclui medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos para restaurar o fluxo sanguíneo.
8. Fatores hormonais e gravidez
Alterações hormonais também podem provocar cansaço e dor nas pernas, especialmente durante a gravidez ou na fase pré-menstrual, especialmente o aumento de progesterona durante a gravidez, favorecem o relaxamento das paredes das veias, o que dificulta o retorno venoso.
Esse processo, aliado ao aumento do volume de sangue circulante e ao ganho de peso, explica por que tantas gestantes relatam pernas cansadas, inchaço e dor. O problema também pode se intensificar no período pré-menstrual, quando há maior retenção de líquidos.
Mulheres que utilizam anticoncepcionais hormonais também podem apresentar sintomas semelhantes, principalmente se existirem fatores de risco adicionais para problemas circulatórios.
Embora, na maioria dos casos, os sintomas desapareçam após o parto, é importante monitorar sinais de alerta, como dor intensa e inchaço súbito, que podem indicar trombose e requerem atendimento imediato.
O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular recomendam avaliação médica sempre que a dor nas pernas for acompanhada desses sinais, para descartar complicações graves.
Leia depois: Podem os vasinhos nas pernas se transformar em varizes mais complicadas?
Impacto do cansaço e da dor nas pernas na qualidade de vida
O desconforto nas pernas vai além da sensação física. Muitas pessoas relatam dificuldade para manter a produtividade no trabalho, já que o incômodo tende a se intensificar ao longo do dia.
Atividades simples, como caminhar até o mercado, subir escadas ou mesmo aproveitar momentos de lazer em família, podem se tornar desafiadoras quando a dor é frequente.
Além disso, o impacto emocional não deve ser ignorado: viver constantemente com sintomas de dor e peso nas pernas pode gerar ansiedade, desmotivação para praticar exercícios e até mesmo afetar o sono, criando um ciclo que piora o problema.
Por isso, compreender as causas e buscar soluções não é apenas uma questão de saúde física, mas também de bem-estar geral e equilíbrio emocional.
Como aliviar o cansaço e dor nas pernas no dia a dia
Quando os sintomas estão relacionados a esforços, postura ou má circulação leve, algumas medidas simples podem fazer grande diferença:
- Elevar as pernas: descansar alguns minutos com as pernas acima do nível do coração ajuda no retorno venoso
- Praticar alongamentos: movimentos simples de alongamento e caminhada leve estimulam a circulação.
- Hidratar-se bem: a água auxilia na função muscular e vascular.
- Usar meias de compressão: em casos de má circulação ou recomendação médica, podem reduzir o inchaço e o desconforto.
- Fazer pausas durante o dia: alternar momentos sentado e em pé ajuda a evitar sobrecarga.
Esses hábitos, quando incorporados à rotina, podem diminuir significativamente o incômodo e prevenir o agravamento dos sintomas.
Quando o cansaço e dor nas pernas se tornam persistentes, é importante investigar a causa para garantir qualidade de vida.
Veja também: Chá para desinchar as pernas: 10 melhores opções com passo a passo
Prevenção e cuidados a longo prazo
Além das medidas de alívio imediato, alguns cuidados de estilo de vida são essenciais para prevenir que o cansaço e dor nas pernas se tornem recorrentes:
- Praticar atividade física regular, como caminhada, bicicleta ou hidroginástica, para fortalecer músculos e melhorar a circulação.
- Controlar o peso corporal, reduzindo a sobrecarga sobre articulações e vasos sanguíneos.
- Adotar uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e fontes de minerais importantes para a saúde muscular.
- Evitar longos períodos na mesma posição, seja sentado ou em pé, sempre que possível.
- Realizar check-ups periódicos, especialmente para pessoas com histórico familiar de varizes, trombose ou doenças circulatórias.
Essas atitudes não apenas aliviam os sintomas, mas também contribuem para a saúde cardiovascular e qualidade de vida em geral.
O cansaço e a dor nas pernas são sintomas comuns, mas que não devem ser ignorados. Em muitos casos, eles estão relacionados a fatores simples, como esforço, sedentarismo ou má postura, mas também podem sinalizar problemas de circulação ou condições mais graves.
Adotar hábitos saudáveis, manter uma rotina ativa e observar os sinais do corpo são passos fundamentais para reduzir o desconforto. No entanto, se os sintomas forem persistentes, acompanhados de inchaço, dor intensa ou alterações súbitas, a avaliação médica é indispensável.
Cuidar da saúde das pernas significa investir em bem-estar, mobilidade e qualidade de vida a longo prazo.
Leitura Recomendada: O que fazer para melhorar a circulação sanguínea nas pernas? Saiba o que funciona de verdade