O que certos alimentos fazem pelo seu intestino (e você nem imagina)

As doenças metabólicas representam um sério risco à saúde. São caracterizadas por alterações no metabolismo que podem predispor o indivíduo a condições como dislipidemia, hiperglicemia, resistência à insulina, estresse oxidativo, hipertensão e fígado gorduroso.

Essas alterações, quando persistem por anos, desgastam silenciosamente o organismo, tornando-o mais vulnerável.

Com o tempo, podem evoluir para quadros graves, incluindo obesidade, diabetes, hepatopatias, inflamação crônica, cardiopatias, nefropatias, neurodegeneração e até osteoartrite.

Embora multifatoriais, todas têm um ponto de partida comum: um desequilíbrio metabólico que se instala gradualmente.

A alimentação, portanto, desempenha um papel essencial na prevenção e no manejo dessas condições.

O que colocamos no prato diariamente influencia diversos sistemas do organismo.

Por isso, uma dieta rica em frutas, verduras e legumes (alimentos naturalmente abundantes em compostos bioativos) é fundamental.

Entre esses bioativos se destacam os compostos fenólicos.

Compostos fenólicos e prevenção das doenças metabólicas

Os compostos fenólicos são fitonutrientes presentes em diferentes partes das plantas.

Embora não sejam essenciais para a sobrevivência humana, funcionam como aliados metabólicos, exercendo efeitos que vão além da nutrição básica.

Para facilitar a compreensão, alguns exemplos são comuns na alimentação cotidiana. Entre os compostos fenólicos mais estudados estão:

  • Curcumina — o principal composto ativo da cúrcuma (açafrão-da-terra);
  • Quercetina — um antioxidante presente em frutas, verduras e grãos como maçã, uva, cebola roxa, brócolis e frutos vermelhos;
  • Catequinas — antioxidantes predominantes no chá verde.

Essas substâncias têm forte ação antioxidante, ajudando a reduzir espécies reativas de oxigênio e funcionando como um “escudo protetor” das células.

Um estudo de revisão bibliográfica levantou hipóteses importantes sobre os efeitos benéficos desses compostos para as doenças metabólicas.

As catequinas do chá verde, por exemplo, já demonstraram propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, imunomoduladoras, antioxidantes, neuroprotetoras e antienvelhecimento.

Também se mostraram capazes de proteger o sistema circulatório e os tecidos cardíacos.

Pequenas escolhas alimentares repetidas diariamente podem, portanto, produzir impactos amplos e duradouros no organismo.

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Compostos fenólicos e microbiota intestinal: uma parceria decisiva

A efetividade desses compostos depende, em parte, da saúde do microbioma intestinal.

Quando o intestino está equilibrado, seu ambiente favorece a absorção e o aproveitamento otimizado dessas moléculas bioativas.

Por outro lado, um microbioma desregulado pode reduzir esse potencial.

Mas vale ressaltar que o próprio consumo de alimentos ricos em compostos fenólicos ajuda a melhorar o equilíbrio da microbiota, fortalecendo essa via de mão dupla.

Assim, incluir alimentos vegetais ricos em curcumina, quercetina e catequinas na rotina é uma estratégia simples, mas poderosa, para promover a saúde metabólica e prevenir doenças.

Pequenas mudanças, com grande impacto ao longo dos anos.

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Referência:

  • SHABBIR, U. et al. Curcumin, Quercetin, Catechins and Metabolic Diseases: The Role of Gut Microbiota. Nutrients: 13(1), 206. 2021.
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Dra. Valéria Paschoal
Dra. Valéria Paschoal

Nutricionista., CEO da VP Nutrição Funcional, Diretora da Faculdade VP. Autora e dos livros da Coleção Nutrição Clínica Funcional publicados pela VP Editora. Coordenadora da Comissão Científica do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF). Nutricionista da CSA Brasil (Community Supported Agriculture – Comunidade que Sustenta a Agricultura).

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