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Diagnóstico precoce do câncer de mama ganha novo alerta com casos em mulheres jovens
Nos últimos anos, especialistas vêm observando um fenômeno que preocupa. Um número significativo de mulheres jovens está recebendo diagnósticos de câncer de mama, muitas vezes com tumores mais agressivos do que o esperado para essa faixa etária.
A discussão sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama ganha força justamente porque boa parte dessas pacientes ainda não atingiu a idade prevista pelas diretrizes tradicionais de rastreamento.
Uma nova análise que é apresentada na reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA) ajuda a entender melhor esse cenário.
O estudo, conduzido em sete centros de atendimento da região de Nova York ao longo de 11 anos, identificou que entre 20% e 24% de todos os casos de câncer de mama ocorreram em mulheres de 18 a 49 anos.
Essa proporção se manteve estável ano após ano, mesmo quando menos jovens passaram por atendimento. Ou seja, não é um comportamento pontual, mas uma tendência persistente.
Jovens, mas com tumores mais invasivos e difíceis de tratar
Os pesquisadores revisaram 1.799 diagnósticos de câncer de mama registrados em 1.290 mulheres abaixo dos 50 anos entre 2014 e 2024.
A maioria desses casos (80%) era de tumores invasivos, aqueles com maior potencial de se espalhar para outras partes do corpo.
Entre as mulheres com menos de 40 anos, chamou atenção a presença de tumores considerados biologicamente mais agressivos, incluindo o tipo “triplo-negativo”, que não responde às terapias hormonais mais usadas.
Não é possível afirmar que esses casos são maioria, mas o estudo destaca que essa parcela é significativa e merece atenção.
Esses padrões reforçam um ponto importante, apenas a idade não é suficiente para estimar o risco individual.
Mesmo seguindo as diretrizes atuais, que sugerem iniciar rastreamento entre 40 e 45 anos, há mulheres mais jovens que desenvolvem a doença antes disso, e de forma mais severa.
O papel do diagnóstico precoce do câncer de mama
Detectar o câncer de mama ainda pequeno faz grande diferença no tratamento e nos resultados.
No levantamento apresentado na RSNA, porém, apenas 41% dos tumores foram encontrados por meio de exames de rotina.
A maioria (59%) foi descoberta após algum sintoma ou alteração percebida pela paciente.
Isso reforça a importância de orientar mulheres de todas as idades a prestarem atenção ao próprio corpo e buscarem avaliação médica sempre que notarem mudanças.
Mesmo fora da idade de rastreamento, mudanças como nódulos, dor persistente ou alterações na pele da mama devem ser investigadas.
Quem deveria começar a se examinar antes
As sociedades médicas costumam recomendar que mulheres com risco elevado iniciem o rastreamento mais cedo (por volta dos 30 anos) incluindo:
- quem tem histórico familiar significativo,
- portadoras de mutações genéticas como BRCA1/BRCA2,
- grupos étnicos nos quais o câncer aparece mais cedo com maior frequência.
No entanto, o estudo mostra que focar apenas nesses critérios pode não ser suficiente.
Um número relevante de jovens diagnosticadas não apresentava histórico familiar conhecido.
Isso reforça a importância de realizar avaliação de risco personalizada, e não depender exclusivamente da idade para decidir quando começar a investigar.
O que os números dizem sobre o futuro
Ao longo dos 11 anos analisados, a quantidade de diagnósticos em mulheres jovens não diminuiu, mesmo quando houve redução no número de atendimentos desse grupo.
Isso sugere que o problema está se mantendo, e não tende a desaparecer tão cedo.
Por isso, incluir as mulheres mais jovens na conversa sobre saúde mamária é essencial.
O diagnóstico precoce do câncer de mama não é apenas uma medida de prevenção, é uma estratégia que salva vidas, especialmente quando a doença aparece cedo e tem comportamento mais agressivo.
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