Diferença entre infarto, angina e ansiedade: como identificar cada um e quando agir rápido

A dor no peito é um dos sintomas que mais despertam medo. Isso porque pode estar relacionada a problemas cardíacos graves, como infarto e angina, mas também pode aparecer em crises de ansiedade.

Como os sinais muitas vezes se confundem, muitas pessoas recorrem à internet em busca de respostas rápidas para uma dúvida essencial: afinal, como diferenciar um quadro emocional de uma emergência cardíaca?

Aqui, no SaúdeLAB, vamos explicar de forma clara a diferença entre infarto, angina e ansiedade, mostrando os sintomas mais típicos de cada condição, os sinais de alerta que exigem atenção imediata e o que fazer diante dessa situação.

A ideia é oferecer informação útil e confiável, mas reforçando sempre: apenas uma avaliação médica pode confirmar o diagnóstico.

Por que a confusão acontece?

Ansiedade e doenças cardíacas podem provocar manifestações muito parecidas. É comum sentir dor ou aperto no peito, palpitação, falta de ar, suor e até tontura em ambos os casos.

Essa semelhança faz muitas pessoas acreditarem que estão tendo um infarto quando, na verdade, podem estar em uma crise de ansiedade – e vice-versa.

O grande problema é que o infarto e a angina não podem esperar. São condições que precisam de avaliação médica imediata, já que envolvem risco de complicações sérias e até de morte súbita

. Já a ansiedade, embora não seja fatal, também merece atenção, pois impacta diretamente na qualidade de vida e, em alguns casos, pode até aumentar a sobrecarga cardiovascular.

Infarto: emergência médica que não pode ser ignorada

O infarto agudo do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo para uma parte do coração é bloqueado, geralmente por uma obstrução nas artérias coronárias.

Sem circulação adequada, o músculo cardíaco sofre lesões irreversíveis em poucos minutos.

Sintomas mais comuns do infarto:

  • Dor intensa, em aperto ou pressão no peito, que pode irradiar para braço esquerdo, costas, mandíbula ou pescoço.
  • Sudorese fria, palidez, náusea e tontura.
  • Falta de ar repentina.
  • Sintomas que persistem por mais de 20 minutos e não melhoram com repouso.

É importante destacar que os sinais podem variar, especialmente em mulheres, idosos e pessoas com diabetes. Nessas populações, o infarto pode se manifestar com falta de ar, fraqueza, indigestão ou cansaço extremo, sem a dor torácica típica.

O recado é simples: diante da suspeita de infarto, acione imediatamente o serviço de emergência. Cada minuto conta.

Veja mais: Pés gelados podem ser um sinal de infarto? Descubra o que eles estão tentando te dizer

Angina: um aviso de que algo não vai bem

A angina é uma dor no peito causada pela diminuição temporária do fluxo de sangue para o coração. Diferente do infarto, não ocorre a morte do tecido cardíaco, mas o sintoma é um alerta de que o coração está sofrendo com a falta de oxigênio.

Características típicas da angina:

  • Dor ou pressão no peito desencadeada por esforço físico, estresse ou emoções intensas.
  • Sensação de aperto que pode irradiar para braço, ombros, costas ou mandíbula.
  • Melhora com repouso ou uso de medicações específicas.

Existem dois tipos principais: angina estável, que surge de forma previsível durante esforços e melhora com descanso, e angina instável, que aparece mesmo em repouso e é considerada uma emergência médica, pois pode evoluir para infarto.

Ou seja: a angina é um sinal de que existe uma doença arterial coronariana instalada, aumentando o risco de complicações graves se não houver acompanhamento adequado.

Ansiedade: quando a mente gera sintomas físicos

As crises de ansiedade também podem provocar sintomas intensos que assustam. Durante uma resposta de estresse, o corpo libera hormônios como a adrenalina, que aceleram os batimentos cardíacos e aumentam a tensão muscular.

Isso pode gerar dor no peito, palpitações, falta de ar e sudorese (sinais facilmente confundidos com problemas cardíacos).

Sintomas mais comuns da ansiedade no peito:

  • Dor difusa, que pode mudar de lugar ou intensidade.
  • Sensação de aperto acompanhada de palpitações.
  • Tremores, sudorese e sensação de falta de ar.
  • Surge geralmente em situações de estresse, medo ou preocupação intensa.
  • Tende a melhorar com técnicas de respiração, relaxamento ou afastamento da situação estressora.

Embora não represente risco imediato de morte, a ansiedade não deve ser banalizada. Quando frequente, compromete a qualidade de vida e pode estar associada a transtornos que exigem acompanhamento profissional.

Veja também: Dor no peito: desconforto muscular ou infarto?

Diferença entre infarto, angina e ansiedade na prática

Na hora da crise, distinguir uma condição da outra não é simples. A tabela abaixo resume as diferenças mais importantes:

CondiçãoCaracterísticas típicas
InfartoDor forte e prolongada no peito, irradiação para braço, costas ou mandíbula, suor frio, falta de ar, não melhora com repouso.
AnginaDor em aperto no peito desencadeada por esforço ou estresse, melhora com repouso ou medicação.
AnsiedadeDor variável, muitas vezes difusa, acompanhada de palpitações, tremores e sensação de sufocamento, pode aliviar com respiração e relaxamento.

 

O mais importante é lembrar: somente exames clínicos e avaliação médica conseguem diferenciar com segurança.

Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021 (revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia), a distinção entre angina instável e infarto é fundamental para definir a urgência clínica e a conduta médica adequada

O que fazer diante dos sintomas

Na dúvida, procure ajuda médica imediatamente. Se a dor for intensa, persistente ou acompanhada de falta de ar, suor frio ou tontura, vá ao pronto-socorro ou acione o SAMU.

Pessoas com histórico cardíaco ou fatores de risco, como hipertensão, colesterol alto, diabetes e tabagismo, devem redobrar a atenção.

Se os sintomas forem relacionados à ansiedade, é fundamental buscar acompanhamento com médico, psicólogo ou psiquiatra para evitar recorrências e melhorar a qualidade de vida.

Nunca se autodiagnostique apenas pela internet. A informação pode ajudar a entender melhor o que está acontecendo, mas não substitui a avaliação de um profissional de saúde.

A diferença entre infarto, angina e ansiedade pode parecer sutil, mas é essencial.

Enquanto a ansiedade costuma se manifestar em situações de estresse e tende a melhorar com técnicas de respiração ou relaxamento, o infarto e a angina indicam problemas no coração que podem ser fatais se não tratados a tempo.

Por isso, a recomendação é clara: na dúvida, sempre procure atendimento médico imediato. Dor no peito não deve ser ignorada, e identificar cedo a causa pode salvar vidas.

Leitura Recomendada: Quanto tempo antes do infarto aparecem os sintomas? Entenda os sinais e quando agir

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
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