Especialista culpa redes sociais por aumento de pessoas com transtornos alimentares
Aprenda como identificar e ajudar alguém que possui esses transtornos
Especialista em nutrição afirma: o aumento de pessoas com transtornos alimentares é culpa das redes sociais. Segundo a coordenadora de Nutrição do Centro Universitário Braz Cubas, Daniela Cotrim, os aplicativos sociais podem influenciar na baixa autoestima e necessidade de enquadramento a um padrão de beleza estigmatizado.
Agora, os distúrbios alimentares são recorrentes em diagnósticos, cujas complicações são consideradas como uma das mais letais doenças psiquiátricas. Assim, quaisquer disfunções na alimentação impactam gravemente a saúde do portador, podendo resultar em morte.
Perigo das redes sociais para quem tem distúrbios alimentares
Os Transtornos Alimentares (TA) , bem como a cultura de culto ao corpo e o Transtorno de Imagem aumentaram exponencialmente nos últimos anos, e, para a professora, com o mesmo fator causal. “As redes sociais podem desencadear comparações sociais negativas que os outros são mais felizes ou possuem uma vida melhor”, pontua a nutróloga. Para ela, as consequências são, por exemplo, a inabilidade de lidar com as expectativas irrealistas e feedbacks negativos.
Enquanto isso, o culto ao corpo e a preocupação exacerbada com o físico, pertencer aos padrões de beleza impostos pela mídia envolvendo a prática de atividades físicas, dietas e cirurgias plásticas disparam. “A moda determina que os corpos devem ser magros, abdomens definidos e músculos hipertrofiados, quer seja por estética ou estilo de vida”, define a professora. “Logo, aqueles que não alcançam os padrões exibidos são tomados por enorme insatisfação, e consequentemente, aos distúrbios alimentares daqueles que são propensos”, explica a nutricionista.
Os tipos mais comuns de transtornos alimentares são a Bulimia Nervosa, Anorexia Nervosa e o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) por alimentos. Daniela reforça que os transtornos alimentares são caracterizadas por alterações no comportamento alimentar, assim como preocupação excessiva com o peso e insatisfação com a imagem corporal. Aliás, o prejuízo da saúde e qualidade de vida das pessoas é notável. Embora apresentem algumas características em comum, a psicopatologia alimentar pode variar de acordo com cada distúrbio, segundo a especialista.
É necessário falar do assunto, que ainda é considerado tabu. Embora seja difícil detectar quem sofra de transtornos alimentares, é possível observar pessoas que passam a comer bem menos ou muito mais do que a quantidade habitual. “É um comportamento fora do controle com diversas consequências nocivas à saúde”, enfatiza a docente.
Como identificar e ajudar pessoas com transtornos alimentares?
Quem sofre de Anorexia Nervosa, sofre perda voluntária de peso, motivada pelo desejo de emagrecer e o medo fora do normal de engordar. Portanto, os comportamentos vão desde a redução da alimentação, excesso de exercícios físicos, utilização de redutores de apetite, bem como o uso de laxantes e vômitos provocados. Então, o portador de anorexia tem em seu quadro a desnutrição progressiva e transtornos físicos e mentais.
Os sinais de alerta deste transtorno alimentar são o peso muito abaixo do normal, temor em sofrer aumento de peso, distorção da imagem corporal, gastrite, anemia e além disso há a ausência do ciclo menstrual (mulheres).
Já a Bulimia é caracterizada pelo consumo excessivo de alimentos no menor tempo possível, seguidos de episódios de vômitos auto induzidos, uso de laxantes e excesso de exercícios físicos. Entretanto, os bulímicos sentem vergonha e ocultam-se, demorando mais para serem notados. Por isso, acabam sofrendo perda significativa de potássio, inflamação do esôfago, desequilíbrio eletrolítico e danos no esmalte dos dentes.
Os sinais de alerta deste transtorno alimentar são: Dor de garganta recorrente, problemas nas glândulas salivares, erosão do esmalte dentário, irritação intestinal por uso abusivo de laxantes e desequilíbrio de eletrólitos.
No Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), acontecem episódios sequenciais de compulsão, sem métodos purgativos e não apresenta preocupação irracional com a forma corporal. Os portadores do transtorno possuem ataques frequentes, só conseguindo parar de comer com desconforto físico.
O sinal vermelho é o comer de forma exagerada, mesmo sem fome, além de consumo de alimentos estranhos (macarrão cru, feijão gelado, etc.), comer muito rápido e escondido.
Sintomas e tratamento
Em síntese, toda relação de extremos com a comida, alternando entre quantidades mínimas ou muito grandes, receio exagerado de ganhar peso e autoimagem corporal deturpada podem ser sinais de distúrbios alimentares.
Por fim, a professora de Nutrição da Braz Cubas destaca que todos os transtornos alimentares são tratáveis, através de acompanhamento médico e psicológico. “Os planos de tratamento são adaptados a cada indivíduo, por isso, se diferenciam”, orienta a especialista. O Ministério da Saúde alerta que familiares e amigos precisam estar atentos aos sinais. Quanto antes o distúrbio é identificado, melhores são as chances de recuperação.