Adolescentes criam absorvente biodegradável que custa apenas R$ 0,02

Duas alunas do ensino médio, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, da cidade de Osório, desenvolveram um absorvente biodegradável. O mais incrível, porém, é o valor de custo da unidade: R$ 0,02. O produto desenvolvido pelas estudantes Camily Pereira dos Santos e Laura Nedel Drebes, sob orientação da professora Flávia Twardowski, foi apresentado na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em sua cidade natal.

A inspiração para o absorvente biodegradável

Na Febrace, Camily explicou que sua mãe não teve acesso a absorventes em sua juventude, portanto, usava métodos improvisados em seus períodos menstruais. As jovens estudaram muito e encontraram matérias-primas que eram desperdiçadas por empresas e que tinham um alto grau de absorção.

Então, as jovens desenvolveram o absorvente biodegradável descartável (ABD), que funciona como um absorvente comum, mas é sustentável. Enquanto o absorvente plástico representa um grande problema para o meio ambiente, tanto por conter materiais não degradáveis quanto pela produção de seus componentes, o ABD é completamente biodegradável.

Segundo as jovens, ao longo da vida, as mulheres usam de 5 a 15 mil absorventes. Este montante acaba misturado em um aterro, ou vai direto na natureza. “O ABD funciona como um absorvente descartável comum, para que ao usar não se sinta diferença, mas a natureza sente”, explica Camily.

Além disso, para garantir conforto e não deixar vazar, o absorvente biodegradável é composto por camadas. Primeiramente, uma camada de algodão, que é um tecido natural, absorvente e antialérgico, unida a uma camada de papel manteiga, que é biodegradável, impermeável e resistente.

Ao passo que o papel faça uma borda no tecido, evitando o vazamento por capilaridade, se torna seguro. Finalmente, entre elas, preenchendo, bagaço de cana-de-açúcar seco e triturado. Este tipo incomum de material, de acordo com a dupla, não costuma ser muito aproveitado, mas é barato e absorve bem.

Planos para o absorvente biodegradável

O formato é o mesmo dos absorventes convencionais, pelo conforto. O protótipo desenvolvido, inclusive, também será prensado, o que o deixará mais compacto, aumentando a eficiência. “Após vários testes, vimos que o protótipo é viável e tem grandes chances de sucesso. Agora, nossa meta é diminuir a quantidade de material utilizado”, explica Camily.

A jovem estudante planeja criar uma cooperativa para a produção em larga escala. “Queremos deixar o absorvente biodegradável mais acessível, confortável, bem como evitar desperdícios e baratear os custos”, pontuou ela. “Agora já fiz contato com empresas, que assim como a nossa comunidade também serão beneficiadas. Isso contribui com a promoção de suas ações sociais”, conclui Camily.