Glaucoma é câncer? Desvendando o mito e entendendo os riscos reais

Será que glaucoma é câncer? A confusão acontece porque ambos exigem tratamento precoce, mas suas causas e abordagens são completamente diferentes.

“Doutor, glaucoma é câncer?” Essa pergunta, enviada pela leitora Maria Fernanda Magalhães, reflete uma dúvida comum. Afinal, ambas as doenças são graves e podem ter consequências sérias.

Mas a resposta é clara: não, glaucoma não é câncer.

Enquanto o câncer envolve o crescimento descontrolado de células, o glaucoma está ligado à danos ao nervo óptico.

A confusão acontece porque ambos exigem tratamento precoce, mas suas causas e abordagens são completamente diferentes.

O que é glaucoma? Uma ameaça invisível

O glaucoma é uma doença degenerativa e irreversível que afeta o nervo óptico, uma estrutura vital para a visão, responsável por levar as informações visuais para o cérebro.

Em muitos casos, o glaucoma está associado ao aumento da pressão dentro do olho (pressão intraocular), embora existam formas de glaucoma em que a pressão ocular se mantém normal (glaucoma de tensão normal).

Por que o glaucoma é tão perigoso?

Age silenciosamente nas fases iniciais, sem apresentar sintomas claros. O paciente pode não perceber que está perdendo a visão até que o dano seja significativo.

A perda de visão geralmente começa pela periferia, o que significa que a pessoa perde o campo de visão periférico, algo que muitas vezes não é notado até que a perda seja mais extensa (como se você estivesse olhando através de um tubo).

Se não tratado, pode levar à cegueira permanente, pois a deterioração do nervo óptico é irreversível.

Tipos de glaucoma: não existe apenas um

Muitas pessoas não sabem, mas há diferentes tipos de glaucoma, cada um com suas particularidades:

Glaucoma de Ângulo Aberto (90% dos casos)

  • Progressão lenta e silenciosa.
  • A drenagem do líquido ocular fica obstruída gradualmente.

Glaucoma de Ângulo Fechado (Emergência Médica!)

  • Aumento repentino da pressão ocular.
  • Sintomas: dor intensa no olho, visão embaçada, náuseas.
  • Requer atendimento imediato.

Glaucoma Congênito (em bebês)

  • Raro, mas grave.
  • Sintomas: olhos grandes, sensibilidade à luz, lacrimejamento excessivo.

Glaucoma Secundário

  • Causado por outras condições (diabetes, uveítes, traumas).

Glaucoma x Câncer: a diferença essencial

Se você ainda tinha dúvidas sobre se o glaucoma é câncer, aqui estão as principais diferenças entre essas duas condições:

1. Causa

  • Glaucoma: Aumento da pressão intraocular, que pode danificar o nervo óptico e afetar a visão.
  • Câncer: Mutação celular descontrolada, levando à formação de tumores que podem se espalhar para outras partes do corpo.

2. Tratamento

  • Glaucoma: Pode ser tratado com colírios, tratamentos a laser ou até cirurgia, dependendo do caso.
  • Câncer: O tratamento envolve terapias mais intensivas, como quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia, dependendo do tipo de tumor.

3. Sintomas Iniciais

  • Glaucoma: Os sintomas iniciais são quase inexistentes, o que torna o diagnóstico precoce essencial.
  • Câncer: Os sintomas iniciais variam conforme o tipo, podendo incluir nódulos, sangramentos, ou outros sinais visíveis.

4. Risco de Morte

  • Glaucoma: Não é fatal, mas pode levar à cegueira se não tratado adequadamente.
  • Câncer: Pode ser fatal, dependendo do tipo e da fase em que é diagnosticado.

“Meu paciente achou que iria morrer – até entender a verdade”

Em minha clínica, atendi um senhor de 58 anos que chegou desesperado após ser diagnosticado com glaucoma.

Ele havia concluído que glaucoma era um tipo de câncer no olho.

Ao explicar que se tratava de uma condição controlável, seu alívio foi imenso.

Hoje, ele usa colírios diários e faz exames semestrais – e sua visão está estável há anos.

Outro Caso Marcante:

Uma jovem de 28 anos, com glaucoma, quase perdeu a visão porque adiou o tratamento por acreditar que “glaucoma só acontece em idosos”.

Esse mito atrasou seu diagnóstico em anos.

Como se proteger? Exames e hábitos essenciais

1 – Faça exames anuais (principalmente se tiver fatores de risco).

2 – Aprenda a usar colírios corretamente (muitos pacientes erram na aplicação).

  • Lave as mãos antes.
  • Puxe a pálpebra inferior para formar um “bolso”.
  • Não encoste o frasco no olho.

3 – Controle doenças sistêmicas (diabetes e hipertensão pioram o glaucoma).

Glaucoma não é câncer

Se você veio até aqui buscando a resposta para “glaucoma é câncer?”, já sabe: são doenças diferentes, mas ambas exigem atenção imediata.

  • Glaucoma = Controlável com tratamento contínuo.
  • Câncer = Pode exigir terapias mais agressivas.

Espero que estas informações possam esclarecer não apenas a dúvida de Maria Fernanda Magalhães, mas também a de todos que se perguntam se o glaucoma é câncer.

Embora ambas as condições exijam cuidados médicos, o glaucoma pode ser controlado de forma eficaz quando diagnosticado a tempo, enquanto o câncer exige tratamentos mais intensivos e específicos, dependendo do tipo de tumor. E alguns tipos de tumores oculares podem aumentar a pressão intra ocular memetizando glaucoma.

A informação correta é essencial para lidar com essas doenças de maneira tranquila e eficaz.

Não há motivo para pânico; o importante é que, com acompanhamento médico adequado.

A mensagem final? Não espere sintomas. Agende seu exame ocular hoje mesmo – sua visão agradece.

Eu sou Dr. Marco Antonio Félix Filho (CRM 52313 RQE 52872), oftalmologista especialista em glaucoma.

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Dr. Marco Antonio Félix Filho
Dr. Marco Antonio Félix Filho

Olá sou dr Marco Antonio Félix Filho. Venho de uma família da área da saúde. Meu Bisavô era farmacêutico, meu avô medico sanitarista, meu Pai médico geriatra. Nasci na capital mas fui criado no interior, no sul de minas. Minha formação toda foi em Belo Horizonte, do colégio à residência médica. Sou oftalmologista especialista em glaucoma. Tive o privilegio de realizar minha formação na Fundação Hilton Rocha em Belo Horizonte. Atuo na capital mineira e em algumas cidades em torno da minha familia.
Gradação em Medicina pela Unifenas BH, 2010
Especialização em Oftalmologista especialista em glaucoma pela Fundação Hilton Rocha – BH 2017

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