Gripe cetogênica: o que é, por que acontece e como evitar

Descubra o que é a gripe cetogênica, por que ela acontece durante a dieta cetogênica e como prevenir os sintomas com base em evidências científicas.

À medida que as dietas cetogênicas ganham cada vez mais adeptos, surgem também dúvidas sobre seus efeitos colaterais, especialmente no início da mudança alimentar. Um desses efeitos é a chamada gripe cetogênica, condição temporária que pode causar desconfortos físicos e mentais durante os primeiros dias de adaptação à dieta.

Um estudo recente publicado na revista Frontiers in Nutrition, conduzido por pesquisadores da Universidade de Bergen, na Noruega, revisou os principais sintomas da fase de transição conhecida como cetoindução e apresentou estratégias eficazes para prevenir e amenizar esse quadro.

O que é a gripe cetogênica?

A gripe cetogênica não é uma infecção viral, apesar do nome. Trata-se de um conjunto de sintomas que surgem geralmente nos primeiros dias da dieta cetogênica, enquanto o organismo passa a utilizar a gordura como principal fonte de energia.

Essa transição metabólica exige adaptações fisiológicas importantes, como a redução nos níveis de glicose circulante e o aumento da produção de corpos cetônicos no fígado — como o β-hidroxibutirato, a acetona e o acetoacetato.

Esses compostos passam a ser utilizados pelas células como fonte alternativa de energia, um processo que imita o estado de jejum prolongado.

Por que a gripe cetogênica acontece?

Durante a cetoindução, o organismo reduz drasticamente a ingestão de carboidratos e começa a oxidar ácidos graxos como fonte energética predominante.

Essa mudança altera o equilíbrio eletrolítico e hídrico do corpo, o que pode causar sintomas semelhantes aos de uma gripe comum: dor de cabeça, fadiga, náusea, irritabilidade, tontura, dificuldade de concentração e até dores musculares.

Esses sintomas são temporários e geralmente desaparecem em poucos dias, mas podem ser um desafio para quem está iniciando a dieta.

A dieta cetogênica é segura?

A dieta cetogênica vem sendo estudada há mais de um século, inicialmente como tratamento para epilepsia refratária em crianças e adultos.

Atualmente, há evidências de benefícios também em condições como obesidade, diabetes tipo 2, síndrome metabólica, doenças neurodegenerativas (como Parkinson e Alzheimer), e até mesmo em alguns tipos de câncer, como o glioma.

Apesar dos potenciais benefícios terapêuticos, a adesão à dieta requer acompanhamento profissional, principalmente devido aos efeitos iniciais como a gripe cetogênica e à necessidade de monitorar parâmetros metabólicos com regularidade.

Como prevenir a gripe cetogênica

Segundo os autores da revisão, algumas estratégias simples podem reduzir a intensidade dos sintomas ou até evitá-los completamente:

  • Manter-se bem hidratado: a dieta cetogênica promove maior excreção de líquidos e eletrólitos, o que pode levar à desidratação.
  • Reposição de eletrólitos: o consumo adequado de sódio, potássio e magnésio é essencial para o bom funcionamento muscular e neurológico.
  • Transição gradual: reduzir os carboidratos de forma progressiva pode minimizar o choque metabólico.
  • Atenção à ingestão de calorias: consumir calorias adequadas evita que o corpo entre em déficit energético excessivo, o que pode agravar os sintomas.
  • Acompanhamento com nutricionista: é fundamental contar com orientação especializada para adequar a dieta ao perfil individual.

A gripe cetogênica é um efeito colateral esperado em muitos casos de início da dieta cetogênica, mas pode ser controlada e prevenida com medidas simples. Ao entender o que está acontecendo com o corpo e receber o suporte adequado, é possível aproveitar os potenciais benefícios da cetogênica sem sofrer com os desconfortos iniciais.

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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