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O que é G6PD? Entenda a deficiência, riscos e cuidados essenciais
Você recebeu um exame com o termo G6PD e está em dúvida sobre o que isso significa? Saiba que essa dúvida é comum, especialmente entre pais de recém-nascidos ou pessoas que se deparam com o termo pela primeira vez após um diagnóstico médico.
A deficiência de G6PD pode parecer complexa à primeira vista, mas com informação clara e orientação adequada, é possível compreender o que está por trás desse nome e quais cuidados são realmente necessários.
Aqui, no SaúdeLAB, vamos explicar o que é G6PD, o que significa ter deficiência dessa enzima, quais os sintomas, riscos, e como conviver com a condição de forma segura e saudável.
O que é G6PD?
G6PD é a sigla para glicose-6-fosfato desidrogenase, uma enzima essencial que atua dentro das células do nosso corpo, especialmente nas hemácias — os glóbulos vermelhos do sangue.
A principal função da G6PD é proteger as células contra o estresse oxidativo, que ocorre naturalmente no organismo, mas pode ser agravado por certos medicamentos, infecções ou alimentos.
Quando essa enzima está funcionando corretamente, ela ajuda as hemácias a manterem sua integridade e a desempenharem seu papel no transporte de oxigênio.
Já quando há uma deficiência, essas células podem se romper mais facilmente, levando a episódios de anemia hemolítica.
O que significa ter deficiência de G6PD?
A deficiência de G6PD é uma condição genética hereditária, ou seja, é passada de pais para filhos por meio dos genes.
Ela ocorre quando há uma mutação no gene responsável pela produção dessa enzima, o que faz com que ela seja produzida em menor quantidade ou com menor atividade.
Essa deficiência não costuma causar sintomas no dia a dia, mas em certas situações pode desencadear crises de destruição das hemácias — um quadro conhecido como anemia hemolítica aguda.
Isso pode ocorrer, por exemplo, após a ingestão de certos medicamentos, alimentos como a fava, ou em casos de infecção.
A condição é mais comum em homens, já que o gene que causa a deficiência está localizado no cromossomo X. Em mulheres, a manifestação costuma ser mais leve ou assintomática.
No Brasil, a deficiência de G6PD é rastreada ainda na fase neonatal, por meio do teste do pezinho ampliado, o que permite o diagnóstico precoce e a adoção de medidas preventivas desde os primeiros dias de vida.
Sintomas da deficiência de G6PD
Na maioria dos casos, a deficiência de G6PD não causa sintomas no dia a dia, e muitas pessoas convivem com a condição sem sequer saber que têm.
No entanto, em situações específicas — como após o uso de certos medicamentos, infecções ou ingestão de alimentos desencadeantes — pode ocorrer uma crise hemolítica.
Durante essas crises, os sintomas surgem de forma aguda e incluem:
- Palidez repentina
- Cansaço intenso e fraqueza
- Icterícia (pele e olhos amarelados)
- Urina escura, com aspecto de “coca-cola”
- Falta de ar e aceleração dos batimentos cardíacos
Em bebês e crianças pequenas, a icterícia costuma ser o sinal mais perceptível, podendo surgir nos primeiros dias de vida.
Em casos graves, pode haver risco de complicações, por isso o acompanhamento pediátrico é essencial quando a deficiência é diagnosticada precocemente.
G6PD no teste do pezinho: o que significa?
A deficiência de G6PD pode ser identificada ainda nos primeiros dias de vida por meio do teste do pezinho, um exame obrigatório no Brasil que rastreia diversas condições genéticas e metabólicas.
Em muitas regiões, a análise para G6PD faz parte da versão ampliada do teste.
O exame é feito com uma pequena amostra de sangue do calcanhar do bebê, coletada entre o 3º e o 5º dia de vida.
Um resultado positivo para G6PD indica que a criança tem deficiência na atividade da enzima.
Isso não significa que ela está doente ou que apresentará sintomas imediatamente, mas sinaliza a necessidade de cuidados preventivos ao longo da vida.
Após um diagnóstico confirmado, os pais são orientados quanto a:
- Evitar alimentos e medicamentos que podem causar crises
- Informar todos os profissionais de saúde sobre a condição
- Acompanhar o desenvolvimento da criança com um pediatra e, se necessário, um geneticista ou hematologista
A detecção precoce é uma grande aliada na prevenção de complicações.
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Alimentos e medicamentos proibidos para quem tem deficiência de G6PD
Quem tem deficiência de G6PD precisa adotar algumas restrições alimentares e farmacológicas para evitar crises hemolíticas.
Isso acontece porque determinadas substâncias aumentam o estresse oxidativo nas hemácias, levando à destruição dessas células.
Entre os alimentos proibidos, destacam-se:
- Fava (ou feijão-fava) – principal desencadeador alimentar de crises graves
- Certos corantes artificiais, como azul de metileno e outros aditivos oxidantes
- Produtos industrializados com conservantes específicos (em alguns casos)
Já entre os medicamentos que devem ser evitados, estão:
- Antibióticos da classe das sulfas, como sulfametoxazol-trimetoprima
- Antimaláricos, como primaquina e outros derivados da quinina
- Certos analgésicos e antipiréticos, dependendo da dose e da substância ativa
É fundamental que a pessoa com G6PD informe sua condição a médicos, dentistas, farmacêuticos e outros profissionais de saúde, para que prescrevam alternativas seguras.
Em geral, os profissionais consultam listas atualizadas de medicamentos de risco para G6PD antes de prescrever qualquer substância.
A deficiência de G6PD tem cura?
A deficiência de G6PD não tem cura, pois é uma condição de origem genética. Isso significa que a alteração está presente no DNA da pessoa desde o nascimento e não pode ser revertida com medicamentos ou tratamentos específicos.
No entanto, a boa notícia é que essa condição pode ser totalmente controlada com a adoção de cuidados simples no dia a dia.
Ao evitar os fatores desencadeantes — como certos medicamentos, alimentos e infecções mal tratadas — a maioria das pessoas com G6PD vive sem sintomas e com qualidade de vida plena.
Em geral, quem tem a deficiência não precisa de remédios contínuos ou intervenções médicas frequentes. O mais importante é a educação em saúde, o diagnóstico precoce e a prevenção das situações que possam gerar crises.
Como é feito o diagnóstico de G6PD?
O diagnóstico da deficiência de G6PD pode ser feito em diferentes fases da vida, mas o ideal é que ocorra ainda na infância, por meio de exames específicos.
Teste do pezinho: é o principal método de rastreio em recém-nascidos. Em algumas versões ampliadas do teste, é possível identificar precocemente a deficiência de G6PD, permitindo orientar os pais desde os primeiros dias de vida.
Exame de dosagem da atividade enzimática: trata-se de um exame laboratorial que mede diretamente a atividade da enzima G6PD nas hemácias. É o teste mais utilizado em casos suspeitos em crianças mais velhas ou adultos.
Teste genético: em alguns casos, especialmente quando há histórico familiar ou necessidade de esclarecimento diagnóstico, pode-se recorrer à análise do DNA para confirmar mutações no gene da G6PD.
O diagnóstico é importante não apenas para o paciente, mas também para orientar familiares sobre o risco hereditário da condição.
Cuidados no dia a dia de quem tem G6PD
Apesar de ser uma condição genética, a deficiência de G6PD é considerada de baixo risco quando bem monitorada. O segredo está nos cuidados diários, que visam prevenir as crises hemolíticas.
Algumas recomendações fundamentais incluem:
- Evitar os gatilhos conhecidos, como a ingestão de fava, o uso de medicamentos contraindicados e o contato com substâncias químicas oxidantes.
- Manter uma lista atualizada de medicamentos proibidos, facilmente acessível. É útil levar essa lista na carteira ou tê-la em aplicativos de saúde no celular.
- Informar profissionais de saúde sobre a condição sempre que for consultar médicos, dentistas ou farmacêuticos, mesmo que o motivo da consulta não esteja diretamente relacionado à deficiência.
- Buscar acompanhamento com um profissional de saúde, como pediatra, clínico geral ou hematologista, especialmente quando houver dúvidas sobre medicamentos, sintomas ou em casos de infecção.
- Evitar automedicação, pois mesmo substâncias comuns como certos analgésicos ou antitérmicos podem representar risco.
Com essas medidas simples, é possível levar uma vida normal, ativa e saudável, minimizando significativamente o risco de complicações.
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G6PD em crianças: o que os pais precisam saber
Receber o diagnóstico de deficiência de G6PD em um filho pode gerar dúvidas e insegurança, mas com informação e orientação médica adequada, é possível garantir uma infância saudável e sem complicações.
Alimentação segura
Embora a dieta da criança com G6PD seja, em geral, igual à das demais, é essencial evitar alimentos que podem causar crises, como a fava, um tipo de leguminosa que contém substâncias altamente oxidantes.
Fora isso, a alimentação deve ser variada, rica em nutrientes e equilibrada, de acordo com a faixa etária.
Evitar automedicação
Um dos principais riscos para crianças com G6PD é o uso de medicamentos contraindicados.
Muitos remédios comuns — como certos analgésicos, antitérmicos, antibióticos e antimaláricos — podem desencadear crises graves.
Por isso, nunca se deve medicar a criança por conta própria. Sempre consulte um médico informado sobre a condição.
Educação desde cedo
À medida que a criança cresce, é importante envolvê-la no cuidado com sua saúde.
Ensinar, de forma adequada à idade, o que é a deficiência de G6PD, quais alimentos ou remédios devem ser evitados e a importância de avisar adultos responsáveis (na escola, por exemplo) contribui para o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade com a própria saúde.
A deficiência de G6PD pode parecer assustadora no início, especialmente quando o diagnóstico é feito logo após o nascimento. No entanto, com conhecimento, prevenção e apoio médico, é possível viver normalmente, com saúde e segurança.
A chave está em informar-se bem, seguir orientações médicas atualizadas e adotar cuidados simples no dia a dia. Muitos indivíduos com G6PD sequer apresentam sintomas ao longo da vida, desde que evitem os gatilhos conhecidos.
Para saber mais sobre temas relacionados, continue explorando nossos conteúdos sobre alimentação segura para quem tem G6PD, testes genéticos em crianças, cuidados com a saúde infantil e prevenção de doenças hereditárias.
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FAQ – Perguntas frequentes sobre G6PD
1. Quem tem G6PD pode tomar vacina?
Sim. A maioria das vacinas é segura para pessoas com deficiência de G6PD. No entanto, é sempre recomendável informar o profissional de saúde sobre a condição antes da aplicação.
2. G6PD passa de pais para filhos?
Sim. A deficiência de G6PD é uma condição hereditária, ligada ao cromossomo X. Homens são mais afetados, mas mulheres podem ser portadoras e, em alguns casos, também apresentar sintomas.
3. G6PD pode causar morte?
Em casos raros e mal controlados, uma crise hemolítica grave pode trazer complicações sérias. Porém, com o diagnóstico correto e os cuidados adequados, o risco é extremamente baixo.
4. Quem tem G6PD pode comer feijão?
Sim, feijão é permitido. O alimento que deve ser evitado é a fava, que pertence à mesma família, mas possui substâncias oxidantes prejudiciais para quem tem G6PD.
5. Existe algum tratamento natural para G6PD?
Não existe tratamento natural capaz de corrigir a deficiência de G6PD. O mais importante é evitar os gatilhos e manter uma boa saúde geral com alimentação equilibrada e acompanhamento médico.
6. Qual o CID da deficiência de G6PD?
O CID (Código Internacional de Doenças) da deficiência de G6PD é D55.0 — Anemia hemolítica devida à deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase.
7. Quem tem G6PD pode doar sangue?
Em geral, pessoas com G6PD não devem doar sangue, pois existe risco de que os glóbulos vermelhos doados tenham menor resistência ao estresse oxidativo, o que pode ser prejudicial ao receptor.
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